O professor do cursinho

Capítulo 1

-Aqui, suas aulas começam na segunda.
- Obrigado. - Pego o papel que ela me entrega.
- Ei, vamos ir comer um lanche?
- Ah, sim.
~Você deve tá se perguntando quem eu sou, meu nome é Théo, e hoje eu terminei minha inscrição para um curso que eu queria, mal posso esperar para as aulas começar.
- Vamos na lanchonete nova aqui perto.
~Esse é meu amigo, Cassian.
- Pode ser.
- Você vai ficar olhando pra esse papel o dia todo? É só um curso, você vai ter que estudar em dobro.
- Eu não ligo, já vou guarda também.
~E aqui, eu vou contar um pouco sobre mim.

Segunda-feira.

- É hoje! Finalmente chegou o dia! - Fala muito entusiasmado. - Como será que é a turma que eu caí, a hora podia passar mais rápido.
- Filho, café tá na mesa, anda senão você vai se atrasar.
- Já vou mãe! Isso, depois da escola o curso finalmente.
  Ele pega seu material e vai para cozinha.
- Bom dia. Você fez bolo de cenoura! - Corre pra pegar um pedaço.
- Para você ter bastante energia. Agora come tudo e vai escovar os dentes.
- Ok.
~Acreditem ou não, mas o bolo de cenoura com calda de chocolate que minha mãe faz, é o melhor!
*Plim* "toque de celular, mensagem"
[ Eai, vou passar na sua casa pra a gente ir junto]
- Tenho que termina mais rápido, Cassian odeia quando eu enrolo.
Uns minutos passa.
*Ding dong*
- Oi Cassian. - A mãe de Théo abre a porta.
- Oi senhora, Théo já tá pronto?
- Terminando, pode subir pro quarto dele.
- Tá bem.
Ele vai até o quarto e chega entrando.
- Vamos Théo!
- Já vou, espera ae. - Grita do banheiro.
- Anda rápido. - Parece que a quantidade de livros nesse quarto aumentou.
Ele vai até a mesa de estudo e encontra o papel do curso.
- Hoje é sua primeira aula né?
- Sim, uma da tarde. - Fala saindo do banheiro com uma toalha na cintura.
- Você ainda não se vestiu?! Amanhã coloca seu despertador para tocar mais cedo.
- Mas eu tô vestido. - Abri a toalha mostrando uma cueca box.
- I-isso não conta, vou esperar na embaixo, te dou cinco minutos. - Sai rápido do quarto.
- Tão apressado...
No lado do Cassian.
[Modo pensamento on]
- Por que ele é sempre enrolado pra se arruma? Que ódio. - Ele fica corado por lembra do corpo de Théo. - Por que tem que ser ele... Aaah, é muito confuso isso tudo.
[Modo pensamento off]
- Cassian você está bem? - Fala a mãe de Théo encarando Cassian.
- Hã? Ah, s-sim, estou bem sim.
- Que bom, você estava resmungando baixinho e seu rosto tá vermelho, achei que estava passando mal.
- Não precisa se preocupar, estou bem.
- Ótimo, quer bolo? Chocolate? Suco?
- Quero nada não, obrigado.
- Estou pronto. - Fala Théo descendo as escadas.
- Vamos então.
- Tenham um bom dia na escola.
- Obrigado.
- Tchau tia.
- Tchau.
Pelo caminho até a escola.
- Sobre o que vocês estavam conversando?
- Oi?
- Sobre o que você e minha mãe estavam conversando?
- Ah... Era sobre bolo.
- Bolo?
- Sim, ela estava me oferecendo bolo
- Ata. Eai, o que deu entre você e a Cindy do terceiro ano?
- Terminamos semana passada.
- Vocês terminaram e você não me disse nada? Você está bem?
- Claro, por que não estaria?
- Normalmente depois de levar um fora a pessoa fica triste.
- E o que te leva a pensa que eu levei um fora? - Olha pro Théo com uma cara assustadora
- Foi mal. Por que você terminou com ela? Você tava tão empolgado no início do namoro.
- Descobri que gosto de outra pessoa, não seria justo com ela.
- Verdade. Quem é a outra pessoa? Eu conheço?
- Sim, e muito bem.
- Quem é? Fala o nome!
- Olha, chegamos na escola, infelizmente não vai dá pra termina o assunto. Te vejo depois.
- Isso não é justo seu idiota! Agora vou ter que ir pra aula todo curioso.
- Théo!
- Oi? Conheço?
- Não, eu sou da turma ao lado da sua, me pediram para te entregar isso. - Entrega uma carta.
- Para quê é isso?
- Abri depois por favor. - Sai correndo.
- Repentino como uma ventania. - Joga a carta no lixo.
Ele segue para sua sala, Cassian e ele eram de turmas diferentes e se encontravam apenas no recreio e saída.

Na sala de Cassian.
- Eai Cas, fiquei sabendo que você terminou com a Cindy, o que aconteceu? - Perguntou um dos colegas de turma dele.
- Não era pra ser cara.
- Ela me disse que você tá gostando de outra pessoa. Quem é? Conhecemos? - Fala a menina do lado, Sammy
- Provavelmente, agora qual é a desse interrogatório?
- Estamos curiosos, vocês pareciam estar tão bem e do nada terminam.
- Nem nos gostávamos muito, não faz diferença. Agora que tal parar de falar de mim, e você conseguiu ficar com a menina que Sam?
- Vamos ficar no fim de semana, tô tão feliz. - Fala deitando no ombro dele.
- Os dois cheios de amorzinhos e nós sozinho. - Fala seu amigo Brian com um ar consternado.
- Fale por si, eu estou tranquilo.
- Tá namorando Jay?
- Não.
- Então está sozinho também.
- Eu nunca estou sozinho. - Fala convencido de si.
- Uma hora você vai querer viver um romance, grava isso.
- Jamais Cas, eu prefiro pegar mas não me apegar.
- Alunos vamos começar a aula. - Fala um professor entrando na sala.
- Depois conversamos. - Diz Cas.

Chega a hora do recreio e Cas vai ao encontro de Théo.
- Eai, tudo de boa? - Fala passando o braço ao redor do pescoço de Théo.
- Aí, não faz isso do nada.
- Desculpa. - Da um risada. - Algo de interessante para conversa?
- Recebi uma carta hoje.
- Sério? De quem? O que tava escrito?
- Não sei de quem era, só sei que era da turma ao lado da minha. O que tava escrito também não sei, joguei fora.
- Por que você é sempre assim diante as declarações?
- O que garante que era uma declaração? Poderia tá me chamando para brigar.
- E se não fosse? Comece ler as coisas antes de jogar fora.
- Tá, tá, já entendi. Agora uma coisa que eu quero saber. - Eles sentam embaixo de uma árvore no pátio. - De quem você gosta.
Cassian engasga com o suco que estava tomando e fica corado.
- Está tudo bem?!
- Sim, só engasguei. Tava falando o que?
- De quem você gosta? Você disse que eu conheço mas eu não consigo pensar em alguém.
- Desculpa, mas prefiro não contar sabe. Mas quando eu tiver pronto te falo.
- Deixa de ser chato, conta! - Faz birra e apoia a cabeça no ombro dele.
- Ei, as pessoas vão pensar coisas errada.
- Tipo? Você sabe que eu não ligo para isso.
- Você já gostou de alguém Théo?
- Que pergunta é essa do nada?
- Curiosidade.
- Já gostei, mas não deu em nada.
- Quem era?
- Se eu te contar você vai se afasta de mim.
- Não vou, pode falar.
- Um amigo meu do primário...
- Você gosta de meninos?
- Hã? Eh... Sim.
- Por que não falou antes? Seria mais fácil para você não?
- Achei que você tinha preconceito com isso.
- Não tenho não! Acho horrível quem tem. - Como eu teria se gosto de você? Ainda não posso falar isso. - Por que não deu em nada?
- Quando eu me confessei ele me bateu e disse que era nojento...
- Já superou isso?
- Sim, mas ele também foi a única pessoa que gostei.
- E por que nesses anos você não ficou com ninguém?
- Não preciso, vou deixar a vida me levar. Quando for pra ser, vai aparecer alguém.
- Entendo... E se esse al-
O sinal toca.
- Hora de voltar pra aula. O que você ia falar?
- Nada, nos encontramos depois.
- Ok

[ Modo pensamento on]
- O que eu ia falar?! Que vergonha, e se ele não querer nada comigo por que sou seu amigo? Aaah, não consigo pensar direito.

[ Modo pensamento off]

- Você tá muito vermelho Cas, tudo bem?
- Dylan, que susto. Não se aproxime assim do nada.
- Você estava aí olhando pra baixo todo vermelho, não resisti. - Colocar a mão no ombro dele e começa a andar. -  Que tal jogarmos algum jogo nesse fim de semana lá em casa?
- Qual?
- Você escolhe, já faz tempo que você não vai lá, só fica com o "Théo".
- Não é pra tanto, ele é meu melhor amigo e você sabe.
- Mas eu também mereço atenção. - Encosta a cabeça na cabeça de Cas e a aperta a bochecha do mesmo.
- Para com isso, é estranho.
- Tá bom, chegamos na sua sala. Não esquece sobre o fim de semana tá? - Na hora de tirar a mão do ombro de Cas, ele desliza ela até a cintura e sai andando.
- Esse cara é estranho as vezes...

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