Cores

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Boa leitura 💙🌊

POV - Narrador

A história que será contada agora se passa em uma realidade onde as pessoas nascem com um propósito, algo que é da escolha dela seguir ou não, que seria...

Encontrar o seu amor.

Cada ser humano que renasce apresenta uma pequena marca ou tatuagem com um nome escrito na pele, seja masculino ou feminino, independente do sexo cada pessoa nasce destinada a encontrar alguém. O preconceito não existia, a doutrinação, o trabalho em excesso simplesmente não se sabe o significado.

A realidade é perfeita com costumes e culturas completamente diferentes das que conhecemos.

Um verdadeiro paraíso para quem encontrava o seu amor.

O que não era o caso de Valentina Carvajal. Uma jovem mulher formada em direito, passou anos procurando a dona do nome escrito embaixo do seu seio esquerdo. Viajou por vários países e em nenhum até o momento encontrou.

— Mas que droga, mais uma tentativa fracassada - Ela resmunga pela milésima vez desde que entrou no avião que a levaria de volta para casa - E a opção de que você já tenha morrido volta para a minha mente.

Era essa a certeza que circulava por sua mente todas as vezes que voltava sem sua alma gêmea.

A maioria das pessoas que não encontrava o seu amor viviam tristes e infelizes. Principalmente pela falta de um dos sentidos do corpo que somente era possível sentir estando perto do seu amor.

Valentina não via as cores, para ela tudo não passava de preto e branco.

Era tons claros e escuros que se mesclava e formava o que ela chamava de sem graça e sem vida. Muito frustrante às vezes se comparado que ela mesmo não podia ver a cor da sua pele, lábios e cabelo. Val podia estar vestida com a roupa mais esquisita e chamativa do universo, mas para ela tudo era da mesma cor. Branco, preto e cinza.

A mulher não sabia qual era a cor das árvores, dos rios, do céu, a cor dos seus próprios olhos. Valentina não sabia a cor de nada que circulava ao seu redor.

— Onde você está ? - No auge dos seus vinte e sete anos a mulher passava pelo décimo país desde que atingiu a maioridade para viajar sozinha.

Quando o sentimento de frustração começou a tomar conta do seu corpo, a mesma não pensou duas vezes antes de pegar o primeiro voo em direção ao primeiro país latino onde ela pensava que poderia estar a dona daquele belíssimo nome.

Juliana

Val não fazia ideia de como poderia ser a mulher, como seria o seu corpo, altura, cabelo. A única certeza que tinha era sobre a origem do nome, que em algum país da américa latina ela iria encontrar.

— Só me resta poucos países agora - Olhando o pequeno mapa de bolso já bastante surrado a mulher procura o seu próximo destino - Argentina, Cuba e Chile. Em um desses você deve estar.

Valentina era inteligente, sabia de cor todas as leis. É bem sucedida, dividia o apartamento com um casal de amigos, gostava de música, café e um bom filme de comédia.

Foi fiel ao seu destino, nunca se relacionou com ninguém.

Ela estava se guardando mesmo que essa opção não fosse obrigatória. A maioria das pessoas cansava de procurar e passava a se relacionar com qualquer outro, transformando o destino escrito em algo banal e triste.

A jovem mulher jurou para si mesma que enquanto tivesse condições de viajar ela estaria procurando por Juliana .

E no fundo ela sabia que iria encontrar.

Meu eterno amor - JuliantinaOnde histórias criam vida. Descubra agora