Capitulo 14

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Harry POV**

- Houve parada cardiorrespiratória, está a mais de 6 minutos sem ar, tragam o reanimador! - ouço uma voz grossa desconhecida gritar.

Ao fundo, barulhos como de aparelhos médicos, pessoas falando, de maca sendo arrastada e...a voz dela. Na verdade, o choro dela. Onde estou? O que aconteceu? Tento abrir os olhos, mas não consigo. Grito e me mexo mas, tudo em vão. Eu morri? Não, eu estou ouvindo as pessoas, com certeza não.
A ultima coisa que me lembro, foi de fugir de casa com a Sarah e ficar com falta de ar...ah não, de novo não. Eu já tive crises horríveis, mas chegar a ter uma parada cardiorrespiratóra, nunca.

De repente, sinto uma "bomba" que se espalha por todo o meu corpo. Abro os olhos e pulo procurando ar desesperadamente, e enfim consigo.
- aeee!! Parabéns a toda equipe, mais uma reanimação concluída com sucesso! - um cara de branco, que está em minha frente, diz aos outros, provavelmente enfermeiros e enfermeiras - você vai ficar aqui por mais umas horas para podermos observar seu estado. Tem muita sorte em rapaz? Ficou por quase 10 minutos sem "vida", muitos morrem. Ah, agradeça também a sua namorada, ela ligou na hora certa.

Namorada? A Sarah? Não obrigada, ela bonita, atraente, bem sexy, mas muito teimosa e santinha. Não serve pra mim.

- Ele está bem?! Oh meu Jesus, obrigada!! Você quase me matou de susto garoto! - abro a boca para falar, mas sou interrompido pela Sarah correndo em minha direção.

Ela me abraça forte, e o médico imediatamente nos separa, e só assim posso observar melhor o seu rosto. Ela está chorando? Porque? Por mim?

- Wow mocinha - ele da uma risadinha - o garoto acabou de ser reanimado, não o desgaste muito.

- Ah sim, desculpa - ela fala abaixando o rosto com vergonha. O médico da outra risadinha ridícula, e sai. Na verdade, só agora percebo que todos aqueles que estavam na sala, não estão mais.

Olhamos um para o outro sem saber o que dizer, até que minha curiosidade fala mais alto.

- Porque você estava chorando? Foi por mim? - pergunto sorrindo.

- O-o que? Não! Claro que não, eu só.. - ela olha para os pés, enquanto arrasta um ao outro, mostrando estar com vergonha.

- Ah qual é...seus olhos estão vermelhos e inchados, mostrando que estava chorando agora pouco, e segundo, se não foi por minha causa, pelo o que foi? Não aconteceu nada de 10 minutos pra cá certo? - digo num tom sarcástico. Adoro vencer, quase tudo para mim é um jogo.

- Eu...eu...eu só estou com saudades de casa - ela diz cruzando os braços, e eu rio.

- Uhum, sei - digo e me deito na maca.

- Sei que não é uma boa hora para conversas sérias, mas eu preciso saber....que história foi aquela de vingança? - ela pergunta, e eu mordo a língua para não falar demais.

Por mais que eu queira contar tudo a ela, e ver a sua reação de desprezo aos seus "melhores amiguinhos".

- Em? Quem queria se vingar? Porque? - ela pressiona.

- Escuta aqui, - me sento na maca - tem certas coisas na vida, que não devemos saber. Essa é uma delas.

- Porque acha que vai me machucar tanto? - ela senta na maca, demonstrando que não vai sair até eu falar. Puta que pariu garota!

- Porque - respiro fundo para não acabar xingando ela, coitada - você vai ficar confusa, não saberá em quem mais confiar, não se sentirá mais segura, se chamará de lerda e...

- Ta ta ta - ela me interrompe - seja o que for, já tenho suspeitas. Pode pelo menos dar uma dica?

- Porque suspeita de algo? - franzo a testa.

DangelsOnde histórias criam vida. Descubra agora