Dangels

Capitulo 6

- Sobre...? - pergunto meio apreensiva. Ficar sozinha com ele é uma das coisas que eu pretendo evitar sempre que puder.

- Sobre como nos conhecemos - ele olha para a porta e quando garante que estamos sozinhos se volta para mim novamente - Não conte a ninguém onde você me conheceu.

- Porque?

- Se eu disse não, é não - ele fala num tom rude. Estou com medo de começar uma discussão com ele, mas quem ele pensa que é para falar assim comigo?

- Posso saber pelo menos o porque? - pergunto me esquivando um pouco para trás.

- Você é muito curiosa - ele revira os olhos - não tenho que te dizer porque, só mantém essa boca calada e pronto.

Que garoto irritante! Se ele vai ser grosso assim, vou ver igual a ele, quem sabe desse jeito eu possa descobri-lo.

- Porque eu deveria? Quem te garante que não vou contar a verdade? - ameaço insegura do que está por vir. Esse jeito dele me intimida muito, por isso tenho medo do que ele possa fazer.

- Escuta, se você falar alguma merda para qualquer pessoa eu juro que você não vai esquecer de mim tão fácil, e as lembranças não serão boas - ele ameaça de volta com um sorrisinho de lado - Alias...ainda não terminei o que estava prestes a fazer na casinha...

Ah não. Não, não, não, socorro!!

Me levanto mas tropeço na cadeira e meu braço enfaixado bate no chão. Dou um grito.

- Sah?? Harry!! O que você fez?!?! - Lídia aparece na porta e corre para me ajudar a levantar - Está tudo bem? - ela pergunta e eu balanço a cabeça afirmando que sim, mas mordo a língua para não continuar a gritar de dor e assusta-la.

Assim que me levanto olho para o Harry que não para de rir, e o pior é que é uma risada verdadeira. Me sinto uma palhaça.

- O que é tão engraçado? - finalmente arranjo forças para soltar a língua e falar.

Ele respira e enxuga os olhos cheios de lágrimas de tanto rir antes de responder.

- Você é tão....certinha, sensível e medrosa - ele volta a rir.

Medrosa? Certinha e sensível até que vai, mas medrosa? Tudo bem que eu tenho alguns medos como assaltos, roubos, ladrões e essas coisas, mas isso todos tem medo. O jeito como ele fala me faz sentir....fraca, inferior e incapaz. Isso me lembra muito ao machismo..

- Medrosa eu? Beleza então, - minha raiva fala por mim. Se tem uma coisa que eu odeio é o machismo. Também não sou feminista, mas quero direitos iguais - Lidia, sabe como conheci o Harry? - ele para de rir imediatamente. Seu sorrisinho irritante sumiu e seu rosto está em uma expressão seria. Quebro o contato visual ameaçador dele e olho para Lídia.

- Am....na rua? - ela pergunta olhando para mim e para o Harry.

Sinto os olhos dele queimando de raiva em mim. Engulo seco antes de continuar, tenho que provar para ele que não sinto medo dele e que ele não pode simplesmente mandar em mim. Esse é meu outro defeito, o meu orgulho.

- Então, depois que você saiu correndo eu voltei para casa do Niall mas aquela ambulância e o som dos carros de polícia me fizeram querer ir para long... - sou interrompida pela mão do Harry em minha boca.

Ele empurra uma cadeira em cima da Lídia a fazendo cair, e me carrega ainda com a mão tampando minha boca e sai correndo. Lídia corre atrás mas ele é mais rápido.

- O que é isso? - Niall diz se levantando quando passamos pela sala. Harry o ignora e passa pela porta que não sei porque raios está aberta. Será que a sorte não está a meu favor? Se ele tivesse que a abrir talvez Lídia o alcançasse e me ajudasse.