Capítulo 1🌌

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Lyra Narrando.

Encarei minha mochila em minha frente com uma pergunta silenciosa de. Eu vou? Ou não vou?

Balancei a cabeça ao ouvir os berros da minha mãe me chamando para tomar café. Peguei minha mochila e pus meus fones de ouvido. Saí do quarto e desci às escadas aos pulinhos. Cheguei a mesa e encarei meus pais que tomavam café tranquilamente.

— bom dia. -falei sentando.

— bom dia. -responderam os dois.

— animada para o teu primeiro dia de aula? Querida. -perguntou minha mãe sorrindo.

— mãe, é escola, não tem como ficar animada. -falei pegando uma torrada.

— concordo, eu me jogaria de uma ponte. -disse meu pai recebendo uma cotovelada da minha mãe.

Sorri de leve e ele piscou pra mim enquanto encarava uma mensagem que fez seu celular vibrar.

— quer que eu lhe leve?. -perguntou minha mãe.

— não. —respondi— prefiro ir andando, não quero um pingo de atenção em mi. -bufei.

Sempre, sempre algo acontece e eu viro o centro das atenções para todos da escola, e depois todos começam a rir de mim, a me cercar, a me chamar do meu apelido "carinhoso" estranha, das trevas, ou qualquer outro que eles achem ofensivo o bastante para mim.

— se acontecer alguma coisa me ligue, não pode sofrer Bullying de novo. -disse minha mãe preocupada.

— eu sempre sofro Bullying, mãe, já me acostumei até. —respondi passando Nutella na torrada— contanto que eu não trombe com nenhum menino ou menina, está okay. -falei.

— até os meninos?. -disse meu pai erguendo as sobrancelhas.

— são os piores. —bufei— no ano passado eles jogaram minha mochila no quinto dos infernos, e me trancaram no vestiário do time de futebol, como? Eles me encurralaram lá dentro e me trancaram. -falei.

Meu pai encarou minha mãe batucando com os dedos na mesa, ele só faz isso quando está muito irritado.

— já fomos falar mil e uma vezes com o diretor, Adam. -disse minha mãe calmamente.

— tem noção de que até os meninos estão fazendo isso? Os meninos!. —disse meu pai irritado— isso está indo longe demais. -explodiu.

— tá tudo bem, pai. -falei desistindo de tomar um café da manhã calmo.

— tem permissão para usar os sete anos de jiu-jitsu. —disse ele me encarando— se encostarem em você, quebre um braço, uma perna, se alguma menina mexer contigo quebre um nariz e faça preenchimento labial com um bom soco.  -disse ele.

— Adam!. -repreendeu minha mãe.

— não, Ellen! Não venha com essa de ser civilizado. -disse meu pai levantando.

Ele olhou para mim.

— faça o que eu mandei, se lhe levarem na diretoria ligue pra mim e não para sua mãe, eu resolvo e ainda rio na cara do diretor se quiser lhe suspender. -falou sério.

Eu assenti.

Terminei de tomar o café e levantei pegando minha mochila.

— tchau mãe. -falei beijando sua bochecha.

— tchau querida, não ligue pro que seu pai disse. -falou ela.

Ligo sim.

— ligue sim!. -disse meu pai.

Corte de Choros e TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora