Por trás do Amor Doce

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Me chamo Castiel, mas é provável que você já me conheça. Hoje em dia eu sou um personagem em um jogo, mas nem sempre foi assim. Já fui um garoto de verdade, assim como todos os outros — Nathaniel, Lysandre, Armin… Todos estudávamos na mesma escola e tínhamos vidas normais de adolescentes. Mas havia essa garota. Ela era esquisita e não costumava falar muito, tinha longos cabelos negros e era bastante pálida. Seus olhos eram acinzentados e não expressavam emoções, sequer me lembro de ter ouvido sua voz algum dia. A única coisa que sabia a seu respeito era seu nome, Chino Miko. Até aí tudo bem, o problema é que ela começou a nos perseguir. Sua presença parecia sempre estar por perto. Onde quer que olhássemos, lá ela estava. Começamos a ter pesadelos com ela e a escutar barulhos estranhos quando estávamos sozinhos em casa. Víamos vultos nos corredores, tínhamos a sensação de estar sendo seguidos na rua. Nunca chegava perto ou fazia ameaças, mas parecia impossível escapar de seus olhos vigilantes.

O Dia das Bruxas se aproximava e a escola estava planejando uma grande festa. Apesar de tudo, compareci ao evento. Estranhamente, naquele dia eu não havia visto nenhum sinal da Chino. Me senti aliviado, pensando que talvez ela finalmente tivesse desistido. Os outros rapazes concordavam, nenhum deles a viu ou presenciou nada de anormal no decorrer do dia. Decidimos aproveitar a festa para comemorar. Dançamos e farreamos noite adentro e já era madrugada quando percebemos que estávamos praticamente sozinhos na pista de dança. Todos já haviam ido embora, exceto... Ela estava de costas, portanto não era possível ver seu rosto, mas longos cabelos negros desciam pelas suas costas e, curioso, perguntei aos meninos se eles haviam notado a presença dela antes. Não, não haviam. Aliás, pareciam tão intrigados quanto eu.

A garota misteriosa se virou, revelando seu rosto. Era Chino, mas havia algo de diferente com ela. Seus olhos, sempre tão gélidos e cinzas, queimavam, vermelhos feito brasa. Ela nos encarava fixamente e em seus lábios trazia um sorriso psicótico. Não consigo me lembrar de mais nada a respeito daquela noite, apenas de seus olhos ardentes e demoníacos. Quando acordei estava de volta na escola, mas tudo parecia esquisito, quase virtual. Tentar fugir é como andar em círculos, sempre acabo no mesmo lugar. Estou preso aqui desde então, fadado a jogar o jogo doentio dela para todo o sempre.

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