Capítulo I

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           P.O.V ED WARREN

Chego em casa por volta das oito horas da noite. Me sinto cansado, não é fácil dar aula para várias classes de adolescentes cheios de hormonios. Entro sutilmente e deixo meu sapato ao lado da porta. O cheiro delicioso de comida emana por toda casa.

— Meu bem, você disse que ia chegar cedo... Por sorte o jantar ainda não está totalmente pronto. - Lou como sempre vem me recepcionar com um caloroso beijo. Gosto da maciez de seus lábios. Gosto de sentir seu abraço reconfortante. — Vou pôr a mesa. - Ela sorri, e eu a acompanho.

— Onde está a Judy? - Pergunto. É estranho ela não vim me abraçar assim que cheguei como de costume.

— Ah, ela está com a Agnes... A nossa nova babá. - Deu de ombros. Reviro os olhos.

Havia esquecido disso. Na verdade, nem dei muita importância, afinal, Lorraine sempre soube escolher babás.

— Me parece ser boa moça. Gostei muito dela. - Diz enquanto alinha corretamente os pratos. — Senti um tipo de conexão, sabe?

— Você e esse seu lado médium. - A puxei para perto e entrelacei meus braços em sua cintura.

— São os meus dotes de psicologa, seu bobo! - Deu um sorriso singelo. Sem dúvidas era isso.

Lorraine era umas das mais famosas psicologas do país. Sempre viajava para palestras e seminários. Mas ultimamente resolveu se dedicar mais a nós, eu e Judy. O que pra mim era um grande alívio.

— Vou chamar as meninas. O jantar está na mesa! - Ela se desenvencilha dos meus braços me fazendo soltar um suspiro.

Me sento na mesa. Só quero tomar um banho e dormir que nem uma pedra. De repente ouço passos saltitantes pela escada, risadas e um gritinho eufórico de Judy. O que me arranca um sorriso contido. Pelo visto ela gostou mesmo da nova babá. Observo atentamente o final da escada, onde avisto Lorraine, Judy e...

— Amor, essa é a Agnes. A nova companheira de Judy.

Ela...

A princípio fico sem palavras, mas finjo que não me importo.

— Ah, sim. Seja bem vinda... - Digo rapidamente, e em seguida agarro Judy para abraçar e fazer cócegas.

— Muito obrigada, senhor Warren. - Dá o sorriso mais meigo possível. - Esse emprego é muito importante pra mim.

—  Eu sei, querida... - Lou passa as mãos nos seus ombros. - Vamos comer gente, eu estou faminta!

FLASHBACK ON:

Resolvi sair com os amigos para beber. Lorraine ficou em casa com Judy. Eu precisava esfriar a cabeça. Haviamos discutido. O pub era pouco iluminado e nessa noite estava lotado. Virei mais um copo de cerveja, na esperança de que aquela enxaqueca passasse. Eu sabia que já estava na hora de parar, pois o ambiente já estava girando ao meu redor.

E eu a avistei. Ela estava me fitando intensamente. Retribui o olhar... Era apenas um flerte.

Ela se levantou e caminhou em minha direção. Me virei para a frente da mesa e fiquei observando o copo de cerveja, tentando desfaçar uma certa expectativa. Ela se sentou ao meu lado. Seu perfume exalava uma fragrância de cereja. Doce...

— Você está sozinho? - Perguntou analisando-me.

— Não, meus amigos estão jogando sinuca. - limpei a garganta. Procurei não a olhar demais, afinal, ela era uma mulher extremamente bonita... E eu não podia cometer nenhuma falha com Lorraine.

Não outra vez...

— E por que você está aqui tão solitário? - Seu interesse era explícito.

— Bom.. Acabei me desentendendo com a minha esposa e... - Percebi que estava sendo patético. — Foi apenas um dia cansativo. - Suspirei.

—  Eu entendo. Sabe, você me parece ser uma pessoa incrível... - Franzio o cenho em sinal de dúvida

— Ah, Ed. Pode me chamar de Ed... - A olhei.

—  Que tal a gente se divertir hoje, Ed? -Abriu um sorriso de empolgação. — Quer dançar? Está tocando love lies, é a minha música favorita!!! -

Se levantou depressa e então estendeu a sua mão na intenção que eu a pegasse.

— Eu acho melhor não... Na verdade, acho melhor eu ir para casa, Lorraine está me esperando...

— Lorraine? Ah, bem.. Acho que a Lorraine não irá ficar furiosa se eu te levar para dançar, mocinho. Que mal há nisso? - Seu olhar brilhava de curiosidade.

Que mal há nisso?

— Tudo bem. - Suspirei rendido. - Mas é só essa dança, depois eu irei embora.

—  Você que sabe. - Deu de ombros e pegou em minhas mãos.

Mãos geladas...

Era uma melodia sensual. Era visível que ela dançava para me seduzir... Exibindo suas belas curvas. Rebolava calmamente seguindo o ritmo da música.... Depois colocou suas mãos ao redor de meu pescoço.

— Você é muito bonito... Sua mulher tem sorte. - Disse fitando os meus olhos.

— Você não me conhece... Eu é que tenho sorte.

— E quem disse que não? - Piscou em seguida afastou-se para dançar sozinha.

Não consegui desviar o olhar daquela mulher. Tudo nela era interessante e atrativo... Eu precisava respirar antes que perdesse a cabeça.

— Vou tirar a água do joelho.

— Não vai... Fica mais um pouco comigo. - Pediu ela com uma voz manhosa.

Novamente aproximou-se de mim. Seu toque me deixou elétrico. Creio que ela percebeu isso, pois se aproximou ainda mais... Conseguia sentir o seu alíto de bebida alcoólica...

Ela roçou os seus lábios nos meus.

Ó céus como eu a queria beijar...

Afastei-me bruscamente e segui em direção ao banheiro. Estava na hora de ir pra casa.

Ouço um barulho brusco. Ela fechou a porta do banheiro com rapidez. 

— Ah não, mocinho! Você não vai escapar de mim assim tão fácil..

Empurrou seu corpo sobre o meu, e tentou abrir passagem com a língua em minha boca. Eu não a correspondi. Havia quase certeza de isso era um erro..

— Me beije! Que mal há nisso? - Perguntou ainda tentando me beijar.

Ela bufou, e se encostou na parede.

— Eu devo imaginar o porque você e sua mulher discutiram. Ela deve achar que você é um covarde, porque é isso que você! - Disse ela, arqueando a sobrancelha.

Meu sangue ferveu...

Quem ela pensa que é?

E em um ato de impulsividade. Eu a puxei com força e a beijei pressionando-a contra a parede. Mergulhei minha língua em sua boca. Um beijo urgente. Suas mãos puxavam meus cabelos.

Eu queria aquela mulher ali, naquela hora, naquele lugar. Se eu não parar agora, vai acontecer de novo...

Me afastei com precisão e a fitei. Ela estava ofegante.

— Desculpe, eu preciso ir embora! - Exclamei, em seguida deixei aquela pocilga.

Mas aquela mulher não saiu dos meus pensamentos por umas boas semanas.

FLASHBACK OFF.

                                       continua...

Maldita babáOnde histórias criam vida. Descubra agora