Naquela noite de 11 de Maio de 2010, Anthony Stark e Virginia Potts estavam em lados extremos na cidade de New York observando vários luzes piscarem. Não era natal, ano novo ou dia da independência. As luzes não piscavam no céu ou nas decorações presas as árvores próximas deles, mas no chão. Mais exatamente nos peitos dos robores que há poucos instantes haviam sido desativados.
— Vai explodir. -Rhodes alertou se preparando para voar.
Tony precisou de alguns segundos para entender o que estava acontecendo, mas não mais que milésimos para exigir que Pepper fosse até um local seguro.
— Eu estou indo, mas você precisa sair daí agora.
— Tony... -Ela começou, mas sua voz falhou. Queria dizer a ele que não tinha para onde ir. Não daria tempo. Ela não conseguiria correr tão rápido assim.
— Só corre. Eu estou chegando. -Suplicou. Ele não queria saber o que ela tinha a dizer. Sua mente só pensava em uma única coisa: Virginia Ellie Potts não pode morrer.
Tony focou no trajeto até a ruiva enquanto ela contava silenciosamente os segundos restantes para a explosão.
Faltavam apenas 5 quando sentiu a armadura contra seu corpo a levando para o alto e longe dali. Aterrissaram instantes depois sobre o terraço de um dos inúmeros prédios da cidade.
— Seu cretino! -Pepper esbravejou o empurrando para longe de si. — Seu idiota, canalha, egocêntrico... -A cada palavra pronunciada uma enxurrada se sentimentos acompanhados por elas. Raiva, medo, ansiedade, desejo, excitação, confusão...
— Ei! Nós quase morremos. -Respondeu no mesmo tom enquanto tirava o capacete que ameaçava entrar em curto-circuito. — Não deveríamos começar uma briga. Por que estamos brigando?
— Exatamente por isso. -A ruiva disse passando as mãos pelo rosto em uma falha tentativa de se acalmar.
— Exatamente por isso? Exatamente por isso? -Perguntou confuso. — Pepper...
— Eu não aguento mais isso.
— Você não aguenta mais?
— Eu não aguento mais. -Repetiu embora tivesse certeza de que ele havia escutado na primeira vez. Já estavam longe da explosão quando ela aconteceu para terem qualquer tipo de dano auditivo.
— Olha para mim. -Tony pediu.
— Eu sinto muito. -Disse firme. — Mas meu corpo não aguenta mais todo esse stress. Eu nunca sei se você vai se matar ou vai arruinar as empresas. Se vai sair pela manhã e vai voltar a noite ou se vou ter que passar novamente meses procurando por você.
— O quê?
— Eu me demito.
— Você o quê?
— Eu cansei disso. -Falou de uma vez.
Tony a encarou pensativo por alguns instantes e então respirou fundo. — Você cansou? Eu deveria estar surpreso, mas não estou. Você não deveria inventar desculpas. -Disse caminhando em sua direção, diminuindo a distância entre eles.
— Eu não estou inventando desculpas, eu tenho uma justificativa. Um motivo muito bom, por sinal. -Afirmou dando um passo para frente.
— Você merece coisa melhor. -Completou segurando a mão dela.
— Tony... -Tentou dizer quando sentiu o clima mudar, mas foi interrompida. Era impressão dela ou parecia que a qualquer minuto estariam nos braços um do outro?
— Você cuidou muito bem de mim, eu estava em uma situação difícil e você me ajudou a superar. -Reconheceu.
— Obrigada por entender.
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Flares
FanfictionUm dia, alguém vai aparecer na sua vida e tirar tudo do lugar. Mudar os seus hábitos, algumas opiniões, a sua cor preferida, os seus passeios de sexta, o seu programa de tv. Vai mudar também o primeiro pensamento ao acordar, e os sonhos de todas...