Capítulo 2

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O caminho até o hospital não foi tão longo. Não sei se foi meu desespero ou as ligações que fiz durante o percurso que me distraíram do tempo. A única informação que eu tinha era que minha mãe foi levada às pressas ao hospital e Vanessa estava com ela. Foi o suficiente para eu ligar dois com dois: a ligação de Lilah fez sentido. Talvez minha mãe não estivesse bem há mais tempo e não quis nos contar. Desde a morte do meu pai, os segredos de Marie Gaillard só aumentaram e esse seria só mais um na grande lista dela.

Fiquei na sala de espera, andando de um lado para o outro. Eu não conseguiria sentar àquela altura. Não queria perder minha mãe, não suportaria mais um luto. Sem ela a família perderia equilíbrio e provavelmente a estabilidade na empresa. Meu irmão e eu não conseguiríamos mais trabalhar em sã consciência e a empresa iria à falência. Já é difícil trabalhar sem meu pai como apoio. Sem  minha mãe, tudo desandaria...

—Srta. Gaillard? - um médico chamou.

—Sim. - engoli em seco e o encarei, pedindo com meu olhar notícias boas.

—A Sra. Gaillard está estável e inconsciente por ora, sua estabilidade é o suficiente para transferi-la para o hospital de sua preferência. - concluiu.

—Não hesite em fazer isso. O Hospital Geral Clark Gaillard é o mais apropriado no momento. - sugeri.

Ele deu um passo atrás com a sua expressão o que me deixou preocupada.

—Presumo então que só a transfira pela manhã. Para garantir. São 7 horas de voo, o que seria um pouco cansativo e precisaria de muitos recursos para transportá-la...

—Isso não seria um problema. - respondi.

—Srta. Gaillard, o que estou querendo dizer é que...

—Deixa de ser inútil! Não está vendo que a Srta. Gaillard quer levar a mãe dela para um hospital competente? Dinheiro e recursos não são um problema para essa família. Então trate de informar a sua equipe que levaremos a Sra. Gaillard em uma hora, ou eu chamo um advogado imediatamente! - Vanessa disparou se colocando ao meu lado.

Foi a primeira vez que eu a vi fazendo algo útil por essa família. Embora eu não gostasse dela chamar um Doutor em Medicina de "inútil", ela me poupou de me posicionar e ser arrogante com alguém a essa altura.

—Vanessa, pode ligar para o Hospital e pedir que mandem uma equipe para o aeroporto, para estarem lá quando chegarmos? - pedi e então me afastei. —Vou ligar para a seguradora daqui para preparar uma equipe e um jatinho para leva-la. - conclui.

—Pode deixar. - ela pegou o telefone e então foi para um canto da sala a fim de fazer a ligação.

O médico se retirou e vi uma movimentação na recepção. Obviamente já estavam se espalhando rumores de que minha mãe estava internada e minha cunhada fazendo reboliço. Americanos... tão previsíveis.

{...}

Durante o voo, minha mãe ficou num leito preparado para seu transporte aéreo. Ela ainda estava desacordada, supostamente sob efeito dos analgésicos que lhe deram. Enquanto ela dormia, minha cabeça não descansava. E os investidores também não, pois não paravam de mandar e-mails perguntando se esse evento atrapalharia no meu desempenho como CEO. A última vez que abri um, foi antes de decolarmos e o que me fez ter embrulho durante a viagem inteira.
Isso foi o suficiente para eu tomar um remédio para enjoo e acabar pegando no sono.

Quando acordei, já estávamos pousando, Na França. Vanessa se encontrava ao lado de minha mãe, segurando sua mão. Fiquei um pouco surpresa, pois ela nunca tinha demonstrado algo pela minha mãe... Talvez estivesse fazendo aquilo para que eu visse e contasse para o meu irmão. O que seria mais óbvio já que até hoje ele não a pede em casamento por causa do jeito dela lidar com a nossa família.

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