PARA MAIORES DE DEZOITO ANOS
Eu me tornei a vilã e não há como negar. Eu me destruí sem ao menos perceber e no final, não me restou nada além do coração quebrado, e uma vontade louca de voltar no tempo e fazer tudo certo.
Eu sou Diana Lux, filha ado...
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- É de livre e espontânea vontade que aceita Diana Lux como sua legítima esposa?
- Sim - a voz grossa responde, fazendo lágrimas rolarem pelo meu rosto.
O dia mais feliz da minha vida chegou e depois de todos os obstáculos, finalmente estou prestes a dizer sim para o homem que eu amo e que eu sei que me ama.
Suas mãos estão juntas a minha me passando calmaria, calmaria que só conheci ao seu lado.
As palavras do padre se perdem no ar, enquanto encaro seus olhos azuis sentindo um comichão em minha barriga, prendo o lábio inferior e balanço a cabeça jogando meus cabelos para trás, sem deixar de sorrir.
- É de sua livre e espontânea vontade que aceita...
Olho para o padre esperando o restante da frase, mas o homem baixinho e careca esta estático no lugar, olhando para a entrada.
- O quê? - a minha pergunta se perder no ar quando a vejo segurando uma arma.
Sua mão não treme e seus olhos estão focados em mim, engulo em seco e meu corpo trava, ouço vozes alteradas e a voz do meu noivo parece longe.
Tudo parece longe.
Agora somos apenas nós duas.
Seus olhos se enchem de lágrimas e eu vejo sua boca se mexendo, mas antes que eu entenda meu corpo é impulsionado para trás e uma dor alucinante toma conta do meu peito, se espelhando rapidamente para todo o corpo.
- Eu te am... amo... - as palavras parecem distantes, assim como o olhar intenso que me segura e diz que não vai me abandonar, mas o que ele não sabe é que eu já me abandonei há muito tempo...
Abro os olhos assustada e passo a mão por minha testa, sentindo o suor molhar a palma. Olho para o relógio digital que fica na mesinha ao lado da minha cama e vejo que não passa das três da manhã. Jogo as cobertas para o lado e quando meus pés tocam o chão frio, um arrepio percorre meu corpo.
Caminho até o banheiro sentindo meu corpo se acostumar com o vento frio do ventilador. Me olho no espelho e encaro meu reflexo antes de decidir lavar o rosto.
Os cabelos pretos estão bagunçados, meus olhos azuis parecem pequenos e as pintinhas pretas estão se destacando - são três ao total - os lábios carnudos estão ressecados e involuntariamente um gemido de lamento deixar minha garganta.
Minha mãe irá odiar me ver assim, tão destruída e entrega aos pesadelos.
Há mais de dois anos venho sonhando com casamentos e hoje foi a terceira noite que sonho com o meu casamento. O que é estranho já que não me envolvo com ninguém e estou fugindo de relacionamentos. O homem do meu sonho cheira bem, bom, eu acho que cheira, já que sempre que ele me abraça eu sinto uma calmaria me tomar.
Sacudo a cabeça e ligo a torneira colocando a mão embaixo do jato de água, sentindo minha mão tensionar pela temperatura, olho uma última vez à pele pálida e abaixo o tronco o suficiente para lavar o rosto.
