𝐐𝐮𝐞𝐛𝐫𝐚𝐝𝐨

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Certa satisfação passaria pela cabeça do jovem Oikawa ao ver os olhares surpresos em sua direção. Já estava em seu terceiro saque consecutivo e seu time ganhava do adversário. Alguns alunos notavam o quão bons eram os intercambistas e como as partidas eram desiguais com a presença deles. [Seu nome] não estava tão impressionada com a habilidade do mais alto, já que ouvira muito sobre ele através de Kentarou. O trio era realmente muito bom e de certa forma aquilo a deixou com vontade de vê-los em uma partida oficial.
Uma de várias coisas acontecendo ali, eram os olhares de André que focavam em apenas uma pessoa na quadra.

Iwaizumi.

O clima e a tensão que o moreno sentia era semelhante a borboletas em sua barriga. Hajime era realmente atraente de certa forma. Ao se pegar o observando, passava a encarar o chão, seus pensamentos dispersos até focarem em apenas uma coisa: 'Já não era hora de aceitar quem ele realmente era?'.
A partida continuava e vez ou outra Tooru lançava olhares rápidos na direção de [Seu nome], que fingia não notar e os ignorava completamente.

A aula acabava e felizmente o quarteto passava despercebido. Era a primeira aula que Kentarou cabulava em sua vida e havia achado a experiência divertida, em sua cabeça, tinha feito as amizades certas dentro do ambiente totalmente diferente que era o Brasil.
Todos se retiravam mais uma vez da quadra e o sinal soava indicando o final do período.
André tinha uma sensação dentro de si muito diferente e, logo, resolveu compartilhar isto com seus amigos, depois da aula.
— [Seu apelido], Ana, 'bora conversar sobre uma coisa meio séria antes de ir embora? É bem rápido. — O tom complicado e a feição séria em André deixava suas duas colegas curiosas e ao mesmo tempo preocupadas, mas concordavam sobre. Já próximos á esquina da escola, os três se juntavam em um muro qualquer.
— Vocês 'tão ligado sobre o que aconteceu no meu fundamental, e sobre meus problemas com meu pai e que eu não...sai do armário completamente ainda. — André parecia nervoso. Transpirando levemente e escolhia muito bem algumas de suas palavras. — Eu tenho medo, sabe? Eu tenho medo de muitas coisas. Mas eu acho que agora eu tinha que sair logo dessa merda, sabe? Ah, eu 'tô confuso, foi mal. — A cada frase suas palavras saiam mais lentas e desanimadas. De primeira, as duas jovens entenderiam a situação.
— Tá tudo bem, cara. Cê você acha que tá na hora, é só seguir em frente. Nós vamos estar aqui independente de qualquer coisa, 'belê? — Ana diria se aproximando um pouco de seu amigo, enquanto [Seu nome] colocava a palma de sua mão no ombro do moreno, demonstrando apoio. Aquilo havia deixado o jovem um tanto mais tranquilo, mas por dentro, uma grande angústia o dominava. Seu pai, um homem conservador e com atitudes extremamente opressoras perante seu filho, nunca iria "aceita-lo" e André sabia disso. O medo que o garoto sentia de seu pai era tão aterrorizante quanto enfrentar uma sociedade inteira por conta de sua sexualidade.
— E-Eu acho que ainda não vou falar pra ele, sabe? Mas acho que já 'tá na hora de assumir isso como um todo. — Soltava um suspiro longo e pesado. O diálogo com suas amigas o deixaria mais leve, porém pensativo o caminho todo até sua casa.

[Seu nome] se encontrava largada em sua cama com o celular em mãos, vendo coisas aleatórias nas redes sociais para passar o tempo. O fim de tarde era um tédio, principalmente quando nenhum de seus amigos ou seu namorado podiam sair. Trocando algumas mensagens com Samuel, contando sobre seu dia e finalmente dizendo sobre os novos intercambistas, a garota tem uma reação inesperada de seu namorado em relação ao assunto.

" do japao é?
        e pq eles tão grudados em ti?
       to de olho [Seu apelido] kkkk"

De certa forma, [Seu nome] interpretaria as mensagens como uma brincadeira ou algum tipo de ironia, soltando uma pequena risada ao ler as mensagens. Samuel nunca chegou nem perto de ser ciumento e, sinceramente, ela não fazia ideia do porque ele teria ciúmes agora.
De repente, seu celular vibrava novamente e na aba de notificações via um número desconhecido e mais quatro mensagens.

" Salva meu número, [Apelido]-chan <3
      Kyoken me passou seu número
não pude perder a oportunidade
      Aliás, se quiser salvar o meu como
      'Amor da sua vida' eu não vou me
importar, hehe <3 "

Tooru.

'O quanto esse cara teve que implorar pro Kentarou passar meu número, hein?', [Seu nome] pensava enquanto encarava a tela do celular, apertando levemente seus lábios e franzindo as sobrancelhas.
Após ignorar as mensagens de Oikawa, deixou seu celular na cama e foi direto para um banho quente. Deixou a água escorrer pelo seu corpo enquanto pensava nas coisas que aconteceram no dia. Sua preocupação com André, a personalidade flertativa de Tooru e o 'ciúme' de Samuel.
Espera, porque ainda não havia deixado claro que estava comprometida para os novatos? Principalmente para Tooru?
Seus pensamentos eram cortados pelos gritos de sua mãe de fora do banheiro. — Eu sou dona da companhia de água, por acaso?! — Acompanhado de algumas batidas na porta. Imediatamente a jovem desligava o chuveiro e se enrolava em sua toalha. Ao voltar para seu quarto, checava seu celular e nenhuma mensagem chegava. Colocaria uma camiseta qualquer e um short de pijama, logo encostaria na janela de seu quarto, com um maço e um isqueiro em mãos, acendendo e tragando um cigarro. Ouvia os latidos de seu cãozinho, Gilberto, querendo entrar em seu quarto. O cachorro, que já a acompanhava desde muito nova, era muito querido pela garota. Um vira-lata caramelo muito carinhoso e um de seus maiores companheiros.

Enquanto seu cigarro estava prestes a acabar, apenas jogava a bituca pela janela e se direcionava a sala de sua casa, dando de cara com sua mãe, que assistia algum canal genérico na TV aberta.
— Seu namorado passou aqui hoje. — A mais velha diria enquanto a jovem faria seu caminho para a cozinha, ainda escutando. — Ele veio me pedir trinta reais pra alguma coisa, lá. Emprestei por enquanto.

Isso faria seu sangue ferver por uns instantes.

— Como é que é?! O Samuel veio pedir dinheiro de novo?! — Aumentava seu tom de voz em indignação. Ele não fez questão de conta-la sobre isso e esse não é o único motivo de deixar [Seu nome] irritada. Não era a primeira vez que o rapaz pedia dinheiro a sua sogra e escondia de sua namorada e, bem, o motivo era resumido em: comprar erva para ele e todos os seus amigos.
— Mãe, porque você continua dando dinheiro a torto e á direita pro Samuel? Pelo amor de Deus, porra! — Agora num tom mais baixo, porém ainda irritado, correria até seu quarto, pegando seu celular para falar com seu namorado. Sua mãe, por outro lado, não responderia nada. Apenas esboçava um olhar levemente triste e confuso com a reação da filha, sempre odiava brigar com a mais nova e entendia o porquê de toda a indignação da mesma.

Já se passava mais de cinco minutos em que [Seu nome] berrava por ligação com Samuel, que tentava se explicar de maneira falha.
— Da próxima vez que você pedir dinheiro pra minha mãe pra comprar merda pros seus amiguinhos tu pode me esquecer, caralho! tá achando que a minha família é conta bancária desse seu bonde?! Porra Samuel, sem condições. — Com isso, ela desligava a chamada, passando suas duas mãos em seu rosto, tentando se recompor.

N/A: genteee esse capítulo bem angst mas eu prometo que os próximos vão ter bastante Oikawa <3 e sobre a frequência de postagem, eu vou diminuir um pouco porque eu ando meio ocupada, mas não vai parar não, espero que não desistam de mim.

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⏰ Última atualização: Mar 17, 2021 ⏰

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𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐆𝐥𝐚𝐬𝐬. Oikawa Tooru.Onde histórias criam vida. Descubra agora