CAPÍTULO 42

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Annabeth Chase

A voz infantil e aterrorizada que tinha gritado, havia parado subitamente poucos segundo depois dê chegar aos meus ouvidos, mas foi o suficiente para servir, como uma espécie de combustível inflamável, a meu corpo que o fez correr rapidamente pelos diversos cômodos sujos da antiga casa Chase.

Eu não tinha dúvidas que era Clara, queria que fosse e não fosse ao mesmo tempo, quero minha filha mais do que qualquer coisas mas também quero que ela esteja bem e seguro. E por mais que eu tente, o grito aterrorizado não consegue me deixar pensar sobre o que estou fazendo ou o que irei fazer, os impulsos tomaram posse do meu corpo e do meus pensamentos.

— Anna! — Percy, que só agora eu percebi que estava atrás de mim, me parou ao envolver seus braços ao redor do meu corpo.

— Não podemos parar, Percy — digo, minha voz está irreconhecivel a meus ouvidos, ofegante e estridente, prestes a se quebrar em milhões de pedaços.

Meus olhos encontram os de Percy com esforço, suas mãos fazem o formato de concha a segurar meu rosto, as orbes verdes estão fundas e sem brilho, parece ter envelhecido 10 anos em uma noite. Seus polegares passam por minhas bochechas e apenas minutos depois percebo que estou chorando.

Eu quero desmoronar...

Mas eu não posso, não agora.

Percy beija o alto da minha cabeça e se distancia para segurar minhas mãos trêmulas e suadas.

— Amor, tem algum porão ou sótão? Já olhamos todos os cantos da casa — a voz dele está rouca mas não deixo de notar a aflição e amargura.

Forço minha cabeça a lembrar de todos os cômodos da casa e não tardio em voltar para a cozinha, evitando olhar as duas figuras caídas no chão. Encontro o velho alçapão que leva ao porão e antigamente servia para guardar móveis e objetos que não usávamos mais.

Puxo a porta do chão, revelando a escadaria que leva ao subterrâneo. Mais adiante era possível ver raios de iluminação que chegavam a base da escada, havia alguém lá.

Percy passou o braço de forma protetora por meus ombros e prendi a respiração quando ouvi o som da arma sendo engatilhada. Seu corpo ficou na minha frente e ele desceu primeiro.

Eu desci em seguida, usando a parede como apoio para que meu corpo trêmulo não caísse. Antes de finalmente chegar a base da escala ouço um resmungo em tom de reprovação.

— Como chegaram aqui? Eu devia ter imaginado que a pestinha tinha um rastreador — Reyna, falava com um sorriso enlouquecido no rosto. Meus olhos procuram por Clara, meu coração palpita só ver um corpo pequeno, pálido, desacordado e sujo com as mãos presas em uma coluna de concreto e a boca armodaçada.

— Me entregue Clara e eu prometo que não vou te machucar — Percy, como se tivesse feito isso antes mil vezes, passa seu corpo forte e alto na minha frente, como uma parede entre eu, Reyna e Clara.

— Hmm... não posso querido, mas não se preocupe, já está tudo acabando — Reyna, fala animadamente e ergue uma arma na direção de Clara. Contenho um grito, meus pés parecem ter grudado no chão de tão pesados que ficaram — vocês vão fazer o que eu quiser ou eu mato a pestinha agora. 

— Porque está fazendo isso? — pergunto, usando tudo o que tenho para conseguir formas frases com sentido. Sai dos meus lábios um sussurro.

Reyna sorrir e inclina levemente a cabeça para o lado, acho que nunca a vi sorrir tanto e o motivo da sua felicidade, a dor de quem amo, esta deixando meu estômago agitado.

In Love You - Percabeth (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora