Não se arrependa

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— Onde estamos indo?

O garoto de cabelos tingidos andava tranquilamente pelos corredores com as mãos repousadas nos bolsos do casaco, ele não olhava para o outro, na verdade, ele se perguntava se estava de fato lúcido.

Kenma nada disse.

Kuroo pensou que seria melhor apenas ver o que iria acontecer. Passavam várias possibilidades em sua mente, como ser espancado até a morte pelo menor.

O loiro o guiou até o banheiro da escola que estavam visitando, entrou e logo em seguida deu espaço para o mais velho entrar, Kozume sem pensar duas vezes, segurou o seu pulso e o lançou para dentro de uma cabine, fazendo com que o mais velho caia sentado no vaso, com os olhos arregalados.

— Vamos fazer.

Kenma trancou a porta ao falar, ele estava suando um pouco frio e seu coração acelerado como nunca mais esteve, de fato, não sabia o que estava fazendo, apenas se rendeu as suas vontades mais mundanas, que a tempos foram reprimidas.

— Kenma... o que você...

Kuroo tentou tocar o braço do outro, numa tentativa falha de fazer o amigo recobrar os sentidos. O loiro o ignorou, sentou no seu colo e pegou sua mão com força, colando seus corpos. Tetsuro conseguia sentir o cheiro do outro, seu rosto estava a poucos centímetros do pescoço do amigo, ele cheirava tão bem como antes, um aroma suave de sabonete e um pouco de colônia, mesmo depois de tantos meses, seus sentidos ainda identificavam o quão singular ele o perfume do mais novo.

Kenma sentiu o nariz dele roçar em sua clavícula, subindo lentamente para o começo da sua orelha, fazendo o menor arrepiar-se e inclinar sua cabeça para o lado oposto. Kuroo estava com os olhos fechados, talvez no seu íntimo ele não acreditasse que aquilo fosse real, talvez, se abrisse... o mais novo sumiria na sua frente como num passe de mágica.

— Não sabia que você gostava tanto assim de como cheiro... — Falou Kenma, trazendo o rosto do mais velho para si, eles estavam se encarando. Para a surpresa do de cabelos pretos, a expressão que Kozume fazia era totalmente inédita, suas bochechas estavam coradas e ele mantinha um meio sorriso no canto da sua boca. Kuroo não conseguia parar de olhar, aquilo fez seu coração acelerar, ele com certeza estava ficando louco, sentia seu corpo ereto e, principalmente, queimando de desejo.

— Eu gosto de cada detalhe em você...

Sem se conter, Kenma o beijou, entrelaçou seus braços no pescoço do outro e fez seus corpos se colarem com mais intensidade, o mais velho respondeu o beijo, mas quando Kenma começou a se mover em seu colo, Tetsuro separou seu lábios, numa tentativa de fugir.

— Você tem certeza? — Não olhou para os olhos no menor, sua respiração estava descompassada e ele tinha certeza que suas orelhas estavam vermelhas por conta da excitação.

— Não me faça perguntas difíceis, droga!

No rosto de Kenma foi tomada uma expressão de desgosto, o mais novo também estava se fazendo a mesma pergunta, 'será que realmente estou pronto?'.  Seu corpo estava lhe dando uma mistura de sentimentos, no fundo, ele queria chorar, pois estava tão vazio e ansiando por qualquer toque, se não fosse Kuroo, seria qualquer outro, mas os pólos magnéticos de seus corpos eram tão compatíveis que simplesmente se atraíam de maneira surreal. Tinha que ser ele, não havia outro.

Kenma não queria que houvesse.

Kozume abaixou seu olhar, pegou a mão de Kuroo e a beijou suavemente, esboçando um sorriso fraco logo em seguida.

— Eu não tenho certeza... mas sei que... — Levou as mãos do mais velho até seu rosto, fazendo-o tocar em sua bochecha, com seus olhos fechados, sentindo o toque quente e aconchegante do amigo. — Essas mãos nunca me fariam nenhum mal...

Por todas as primeiras vezes | Kagehina Onde histórias criam vida. Descubra agora