"Hi - Na - Ta - Sho - Yo "

419 36 116
                                    

– Mhn... – Hinata gruniu ao sentir os raios de sol atingi-lo pela janela.

Quando abriu os olhos vagarosamente, não viu muito, tudo estava turvo à sua frente. Por instinto, se levantou e andou até o banheiro com passadas longas e preguiçosas, fechou a porta e se pôs a despir– se, ao sentir o contato inesperado de sua própria pele, olhou para baixo em surpresa, vendo que não usava nada além de uma cueca com abóboras estampadas. O sono que o menor sentira havia deixado seu corpo em um piscar de olhos, o baixinho correu até seu quarto e viu suas roupas espalhadas pelo chão, passou as mãos pelos seus cabelos enquanto franzia as sobrancelhas em busca de qualquer memória que explicasse a situação.

O alaranjado deu voltas pelo quarto caçando seu celular com os olhos, até que o viu no chão dentro do bolso dos seus jeans.
Haviam tantas mensagens que o deixou boquiaberto. Kenma mandara dez, que diziam: "é melhor você me explicar o que aconteceu. O que esse cara tá fazendo aqui?. O que você tem na cabeça pra beber que nem um alcoólatra?. Eu poderia te xingar mas vou guardar pra amanhã. Shouyou. Shouyou. Shouyou. Morto. Você está morto. "

– Me desculpa Kenma... mas eu nem sei o que aconteceu. – Falou para si em desespero rolando as outras conversas.

Todo o time de basquete havia mandado vídeos e áudios para o menor, quando deu o play, suas memórias surgiam junto com os frames do vídeo.

Hinata sentiu o frio na espinha, olhou para o espelho e viu seu semblante acabado, cabelos bagunçados, as manchinhas que Kageyama havia deixado dias atrás e olhos inchados e vermelhos. Quando abaixou o olhar mais uma vez, avisou uma mensagem de Tobio, o pegando de surpresa, o menor sorriu e abriu o chat, avistando três mensagens simples:

"Desculpa pelo meu comportamento ontem, espero que tenha tido uma boa noite de sono, eu deixei remédio pra dor de cabeça na sua varanda. [6:30 A.M]

Podemos conversar hoje? [6:30 A.M]

Você tava lindo ontem :). [6:31 A.M]"

Hinata corou, cobrindo seu rosto com as mãos, foi até a varanda e viu que o seu vizinho já havia saído para a escola, tomou seu remédio e ficou tão feliz que parecia ter ganhado um conjunto de flores e chocolates, seu sorriso ia de orelha à orelha.

O garoto viu a hora e se assustou, já estava quase no início da primeira aula, Shouyou queria ir sem tomar banho, mas o seu cheiro de álcool estava tão forte por todo o quarto que ficar como estava não era uma opção.
O menor se apressou, correndo enquanto descia as escadas e ouvindo os gritos do segurança se perdendo no fundo.

O baixinho pensou em pegar o atalho que conhecia, indo por trás dos dormitórios, perto dos muros. Ao dobrar, se esquivando dos pequenos arbustos, viu o que menos esperava, Kenma e Kuuro se beijando atrás do prédio do menor. Talvez não fosse algo tão inesperado assim, mas o menor ainda não havia se acostumado com a proximidade repentina dos dois amigos.
Os dois se assustaram com o barulho que Hinata fez quando parou abruptamente, mas logo o mais velho sorriu um pouco aliviado por ser o alaranjado ali.

– Baixinho!

Kenma estalou a língua, incomodo por ter sido interrompido, arrumou sua bolsa e encarou Hinata com um olhar perfurante.
– E-eu não tô aqui... – O alaranjado percebeu que o amigo estava bravo e desviou o olhar para a direção contrária, saindo devagar.

– Shouyou. – Congelou quando Kenma falou. Kuroo passou seu braço sobre os ombros do menor e os três andaram até a entrada do portão, Tetsuro comentou que poderia haver consequências sobre o ocorrido do dia anterior, Kenma brigou com o mais novo como uma mãe briga com seu filho, mas no fim sorriu e entrou na sala, se despedindo de Kuroo.

Por todas as primeiras vezes | Kagehina Onde histórias criam vida. Descubra agora