Capítulo 2

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Era a primeira vez em semanas que eu tinha um tempo livre naquela escola. Mesmo os horários onde não estava dando aula, eu não descansava, sempre haviam trabalhos ou provas para corrigir. Mas naquela sexta feira eu não tinha nada para fazer naquele horário, então me dirigi até a parte de trás do ginásio, perto dos banheiros, e me sentei embaixo de uma árvore que havia ali.

Acendi um cigarro e encostei a cabeça no tronco, deixando a fumaça escapar entre meus lábios e minha cabeça vagar em uma cena que vivi mais cedo. Você tirou a maior nota de toda a escola na minha matéria e eu fui te parabenizar. Seu sorriso foi maravilhoso, mas nada melhor que a frase seguinte:

— Acho que mereço mais que uma torta de limão hoje, algo mais gostoso...

Eu sabia que você não estava dizendo nada demais, contudo na minha cabeça aquilo soou de uma maneira que me deixou duro. Eu tive que correr para longe de você e me acalmar. O que estava acontecendo comigo para perder o controle assim, só com algumas palavras?

Depois de quase cinco meses convivendo com você, eu já não conseguia mais me segurar ou refrear meus pensamentos e sonhos eróticos. Céus eu era um péssimo professor e amigo. Tudo porque você era... era perfeita.

Ri baixinho e fechei os olhos, me permitindo imaginar sua pele macia e clara. Eu sempre te via com a saia de uniforme, na minha cabeça ficava sexy demais em você, deveria ser proibido usar algo assim em escolas. Sem contar as meias que iam até os seus joelhos, deixando exposto somente uma pequena parte da sua coxa. O suficiente para fazer minha imaginação fluir.

Eu nunca disse nada para você que tivesse teor sexual. Eu sequer demonstrava sentir algo além de um relacionamento profissional e amigável quando estávamos juntos. Apesar de você ser maior de idade, ainda estava na escola, portanto eu ainda era seu sensei. E deveria ser assim. Além do mais, havia o detalhe de você sequer pensar como eu. Você era demais para qualquer um.

— Sensei?

Eu abri os olhos assustado ao escutar sua voz. Você estava parada bem na minha frente, me olhando de cima com um olhar interrogatório. Tive que me esforçar para levantar os olhos até seu rosto e não focar nas pernas leitosas paradas bem a frente do meu rosto.

— Oi, Hinata — cumprimentei, sorrindo.

— O que faz escondido aqui?

— Vim fumar. E você? Não deveria estar na educação física?

— Eu odeio educação física. Ainda mais quando é queimada... — você disse com uma expressão entediada. — Reparei que gosta de se esconder nos meus lugares secretos.

— Aqui é um dos seus esconderijos? — perguntei surpreso e te vi concordar enquanto se encostava na parede de um dos banheiros. — Acho que meu subconsciente acabou me trazendo aqui.

— Está dizendo que seu subconsciente gosta de estar onde estou? — suas sobrancelhas arquearam, e eu não pude evitar sorrir.

— Talvez... — respondi lhe encarando e reparei que você suspirou sorrindo.

— Você corre risco fumando aqui. Alguém pode sentir o cheiro, sabia? É muito perto do ginásio.

— Conhece outro lugar?

— Está falando com a garota que matou aula quase um ano inteiro, sensei. Eu conheço tudo.

Você caminhou até mim e me estendeu a mão. Sorri e me levantei, parando a alguns centímetros de você e te observando. Tão linda. Você foi para trás de mim e tampou meus olhos. Me surpreendi, mas deixei que você me guiasse. Por ser bem mais baixa que eu, você se debruçou sobre mim e senti seus grandes seios macios sobre minhas costas.

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