E dai que esteja cansada?
E dai que queira morrer?
E dai que acha que estariam melhor sem?
Está aí, ainda assim. Presa. Barreiras mentais, físicas, emocionais. Barreiras, ainda assim.
Presa por um medo, na sua própria mente.
E é errado? É um pecado?
É normal cansar. É normal querer desistir. Nem sempre tem um final feliz. Mas não é nisso que quer acreditar. Que *quer* acreditar. Por que dai você fica sem escolha, não?
Então se esconde. Atrás de uma máscara. De silêncio. De sua mente. De um aparelho. De uma história. Mas isso não muda o fato da vida real. Não muda sua prisão.
E então você cansa. Mas a vida ainda está lá. Chorar não é uma emergência. Mas nem isso você faz.
No mar, a deriva, sendo levada ao invés de levar.
Não tem braços? Não tem pernas? Então porque a inércia sempre te ganha?
Palavras são palavras. É tudo o que se tem. E ainda não são nada. Coisas mudam. Pensamentos, emoções, sabedoria. Eles passam. Você os deixa passar. E mesmo assim se deixa Presa. Você se prende. Você não se perdoa. E se ataca. Se autossabota. Direta ou indiretamente, atacando todos. Mas não entendem. Como entenderiam? É você. E nem você entende. Só faz. E eles atacam de volta.
Não é justo. Ninguém disse que seria. Eles não estão certos. Como poderiam? Não sabem o que voce passa. Mas você não está certa também. Por medo. Sempre medo.
E então? Como prosseguir?
Desistir não é uma opção. Nunca foi.
Então por que você se abandona?
