02 - Isaac Walcher

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Um dia antes

Reino de Triuna

A manhã em Triuna estava calma. O sol entrava pela janela dos meus aposentos e eu conseguia ver a floresta do alto. Triuna era cercada por montanhas; qualquer um que não fosse triuniense se perderia ali com facilidade. Isso nos dava uma vantagem: o inimigo não conseguia nos alcançar.

Me levantei, indo até onde minhas vestes ficavam toda manhã. Assim que terminei de me vestir, vi Jack entrar com uma bandeja.

— Vossa Alteza, eu trouxe sua comida — falou, enquanto colocava tudo em cima da mesa que havia em meu aposento.

— Obrigada, Jack — falei assim que peguei minha espada, prendendo-a no suporte de couro. — Peça para que o Capitão Hell venha até mim imediatamente.

— Claro, senhor — falou e saiu.

Peguei um copo, servi o vinho e andei até a janela. Todos os cavaleiros corriam de um lado para o outro. Em menos de um dia, atacaremos Rosa Blanca. De acordo com um informante, eles estavam sem proteção. Tomar uma terra de Arquila nos daria mais poder.

— Me chamou, Alteza? — perguntou Hell assim que entrou no quarto.

— Como estão os preparativos para o ataque?

— Estamos preparando os cavalos e os cavaleiros que estão cuidando dos armamentos.

— Perfeito — falei, dando um gole no vinho. — Assim que amanhecer, nós saímos.

— Senhor — falou, vindo até mim. — As bruxas exigem participar do ataque.

— Exigem? — sorri. — E com que direito elas exigem?

— Ao que parece, algumas delas foram queimadas em Rosa Blanca. Elas querem uma espécie de vingança, Voss Alteza.

— Eu não me importo — falei, me virando para olhá-lo. — Eu mesmo direi isso a elas.

— Sim, senhor, elas estão no salão principal.

Coloquei o copo em cima da mesa e saí de meus aposentos. Se não bastasse o estresse antes da tomada da cidade, eu ainda teria que lidar com essas bruxas. Assim que entrei no salão, Sarah se levantou e veio até mim. Ela liderava as demais.

— Suponho que já saiba das nossas exigências — falou, tentando me assustar.

— Eu não sigo exigências de bruxas, querida Sarah.

— Minhas irmãs foram queimadas naquele lugar — falou com raiva. — Eu quero vingança.

— Vingança? — perguntei, chegando mais perto. — Vocês, bruxas negras, amam se passar por vítimas. Queimaram crianças e deram veneno a muitos homens naquela cidade. Ou você acha que eles iriam queimá-las por nada?

— NÃO FALE DAS MINHAS IRMÃS — gritou, vindo na minha direção.

— E VOCÊ NÃO TENTE ME FAZER DE IDIOTA — gritei, empurrando-a para se afastar. — As feiticeiras e bruxas brancas vivem em paz em Rosa Blanca. Não tente se passar por vítima quando suas irmãs mataram pessoas.

Sarah riu e andou até o grupo de mulheres que estavam ali. Ela falou algo e as mulheres foram saindo aos poucos da sala.

— Vai se arrepender de ter feito isso, Isaac — falou, dando-me as costas e indo embora.

Nós nunca deveríamos ter feito um acordo com as bruxas. Eu fui contra desde o início. Trabalhar com pessoas que não pensam duas vezes antes de matar uma criança só para suas adorações é demais para minha cabeça. Tudo isso era culpa do maldito conselho do meu pai. O homem ganhou a confiança do Rei depois de salvar sua em uma tentativa de roubo na floresta.

A Princesa Guerreira - EM BREVEOnde histórias criam vida. Descubra agora