Elizabeth em Avonlea

Gilbert Blyth

- COM O GILBERT?- gritou Ruby começando a chorar.

Ele estava em pé ao seu lado e ela olhava pra um ponto fixo sem perceber ele ali.
Depois de alguns segundos ele chama a atenção dela e logo em seguida senta ao seu lado.

- Eu não acredito! Essa garota mal chega e já está roubando o garoto dos outros!- disse Josie abraçando de lado Ruby.

- Mas eles só estão conversando nada de mais.- eu disse tentando acalmar a situação.

- Ah é mesmo Anne? Não parecem só conversando pra mim.

Olhei de novo e ele tava passando a mão no cabelo dela.
Droga Beth.

Pov Elizabeth

...posso sentar com você?...

Olhei para o lado e era Gilbert.

- Claro fica a vontade.- respondi sem ânimo.

Depois de alguns minutos em silêncio ele perguntou:

- Beth posso ver sua mão?

- Pra que? Virou vidente agora?- respondi um pouco grossa.

- Não eu só quero ajudar, é que lá em casa tem umas ervas que eu e o Bash pegamos e pode ajudar.

Em relutância eu entreguei minha mão para ele analisar e a mesma estava roxa, dolorida e inchada.

- Bom eu tenho os remédios certos para isso, depois da aula você pode passar lá em casa e eu cuido disso pra você que tal?

- Só vou aceitar porque minha mão dói muito e eu odeio sentir dor.

- Eu... Posso pedir uma coisa Beth?

- Talvez...- olhei pra ele semicerrando os olhos.

- Posso tocar no seu cabelo? É que ele é tão bonito.

Fiquei meio desconfiada no começo mas logo acenti.
Ele começou a passar a mão e analisar, ele até fica bonitinho concentrado. Ele colocou uma mecha do meu cabelo pra trás e começou a tocar meu rosto, eu comecei a me sentir estranha nenhum garoto nunca tinha tocado em mim.

- O que tá fazendo?- perguntei em um tom baixo.

- É que eu nunca tinha visto uma pessoa tão pálida quanto você.- ele tirou a mão e continuo- Quando eu for mais velho vou ser médico, por isso eu tenho as ervas na minha casa. Uma vez eu li em um livro sobre pessoas albinas como você e vi que são muito sensíveis então tive que analisar pra ver se você não vai ter nem um problema com as ervas.

Me analisar pelo rosto? Jeito estranho de analisar um paciente. Essa desculpa foi pessima Gilbert Blyth.
O sino tocou avisando para voltar pra aula, Gilbert se levantou.

- Bem eu vou indo, no final da aula vamos pra minha casa.

Apenas acenti com a cabeça me levantado, quando eu estava quase na porta as meninas entraram na minha frente e eu continuei esperando elas falarem alguma coisa.

- COMO VOCÊ TEVE CORAGEM?- disse Ruby chorando.

- O que? Eu não fiz nada!

- Ah é claro que não, vamos fingir que você não estava de conversinha com o Gilbert.

- Ele só ofereceu ajuda com a minha mão e falou para eu ir na casa dele depois da aula para passar um remédio!

Elas olharam espantada umas pras outras ecomeçaram a se aproximar.

- Você não vai na casa do Gilbert Blyth hoje e nem nunca- disse Josie.

- Por que?

- A Ruby gosta dele a mais de tres anos e não vai ser uma feiosa do cabelo branco que chegou a pouco tempo que vai estragar tudo.

- Ah é? E o que eu tenho a ver com isso? Se ela gosta do Blyth o problema é dela, eu não vou deixa de ter um amigo por causa de vocês com licença.

Sai de lá apressada e me sentei ao lado de Anne que estava curiosa sobre o que aconteceu. Contei a ela e ela riu da cara da Josie olhando pra mim.

Quebra de tempo

A aula finalmente acabou, não aguentava mais a voz idiota do Philip e os olhares das meninas atrás de mim.
Peguei minha cesta e casaco e fui andando em direção a floresta, logo Gilbert me alcançou e fomos caminhando em direção a casa dele.

- Quando vai contar pra ela?

- Contar o que pra quem?

- Pra Anne é claro, quando vai contar que gosta dela?

- Espera como você sabe?

- Qualquer um que tem olhos vê.

- Nossa tá tão na cara assim?- ele disse rindo envergonhado.

- Tá muuuuito na cara- começamos a rir e então paramos.

- Ela não gosta de mim e nunca vai gostar então não vejo por que contar.

- Nunca diga nunca querido.

- Bom chegamos!

Olhei e era uma fazendinha agradável não muito grande. Paramos na porta e do nada ela se abriu sozinha.

- Aí Gilbert graças a deus, não consigo achar mais cobertores estou congelando- disse um homem alto enrolado em um monte de cobertores abraçando Gilbert.

- Ora Bash vc se acostuma com o tempo já lhe disse.

- Eu não sei como você consegue dizer isso quando a sua amiga tá congelando literalmente! Olha pra ela pálida como neve. Olá como é seu nome?

- Oi me chamo Elizabeth e eu sou pálida assim mesmo rs- disse com um sorriso.

- Oh sim o meu nome é Sebastian mas pode me chamar só de Bash mesmo. Vamos entrem vocês devem estar congelando.

Entramos na agradável casa e Gilbert foi pegando umas folhas e outras coisas que creio que seja pra minha mão.

- então você não tá pálida por causa da neve?- disse Bash sentando na cadeira a minha frente.

- Não é que eu sou albina sabe e pessoas assim tem um problema na produção de melanina.

- Bom parece que eu não tenho esse problema não é mesmo- Bash diz rindo.

Logo Gilbert sentou ao meu lado e começou a cuidar da minha mão.

- Wow o que houve com sua mão?

- Vamos dizer que o meu querido professor não gosta de ouvi verdades e ficou furioso quando eu disse uma.

- Você é bem corajosa, ninguém nunca enfrentou o Mrs. Philip daquele jeito.

- Eu não tenho medo dele, não vou deixar que ninguém fale assim de mim ou da minha mãe, não somos aberrações.- falei com uma certa raiva.

- Eu achei que só eu iria ser xingado em Avonlea mas parece que eu tenho uma companhia pra isso né?- disse Bash brincalhão.

Era impossível ficar de mal humor com o Sebastian por perto, o astral dele é contagiante.

- E... pronto- diz Gilbert terminando de enfaixar minha mão- bom agora é só você fazer o mesmo que eu fiz toda manhã e em dois dias sua mão vai está ótima.

- Obrigada Gilbert você vai ser um ótimo médico- disse dando um beijo na bochecha do menino que deu uma corada- bom agora eu tenho que ir se não mamãe vai ficar furiosa. Tchau Bash- dei um beijo na bochecha do mesmo e fui seguindo ate a porta.

- Você quer que eu te acompanhe até sua casa?- disse gilbert.

- Não precisa é bem perto, mas obrigada.

E então fui embora.

*Notas da autora*

Capítulo de hoje foi grandinho em, mais de 1000 palavras uhuul. Beijos