Capítulo 1-Recomeço amargo

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Era um dia como todos os outros dês de quando ele havia sido preso por traição a sua vila. Estava frio. As paredes da pequena cela eram feitas de algum tipo de metal que reagia a temperatura exterior. Mesmo vendado, ele sabia em qual estação estavam quando sua pele encostava na parede de metal.

"Já é outono"

Um estrondo pode ser ouvido do final do corredor. Todos os dias os guardas abriam a cela do corredor principal que dava acesso as alas dos presos, e pela forte vibração da parede, ele pode constatar que um dos guardas daquele dia estava irritado e conserteza não o daria comida, mas sim, o torturaria.

Ele ouvia os passos se aproximando rapidamente.

"Eles não estão distribuindo comida...estão andando rápido demais para isso"

Preso em uma camisa de força e vendado, a única coisa que podia fazer era contar. Contar os passos...contar as horas...e sentir as vibrações e os barulhos dos outros que estavam presos naquele corredor.

Foi quando os passos pararam...

Eles pararam na cela dele.

Um deles bufou e resmungou enquanto abria o grosso e enferrujado portão de ferro desgasto e gelado.

"Por que temos que tirá-lo daqui?"

"Por que o Hokage nos mandou"

Um deles começa a rir.

"Claro, sendo salvo pelo papaizinho de novo,  olha só onde o desgraçado parou"

O outro assobia.

"Não seja rude Tatsuo, ele pode nos ouvir"

"Que se dane"

O último gospe no chão.

Os passos chegaram mais perto até o garoto começar a ver a luz depois de um ano no escuro.
Ainda era escuro mesmo sem a venda, mas ele conseguia ver a luz fraca do corredor principal piscando, como se fosse apagar a qualquer momento.

Ele olhou para os guardas. Um era gordo e usava um bigode grande com uma bandana na cabeça e o uniforme padrão do país do fogo. O outro era o oposto, era magro, mas com as mesmas roupas que o outro homem. A face de um era de alguém irritado, que se pudesse lhe daria um soco, enquanto a do outro magro era opaca e sem emoção, tentando ao máximo formar um sorriso no canto de seus lábios.

"Você é Menma Namikaze?"

O mais magro pergunta.

"S-Sou"

Foi muito doloroso pronunciar aquela única palavra. Era como se infinitas agulhas perfurasem sua carne e destruísse cada uma de suas cordas vocais.

"Você está livre"

Menma arregala seus olhos. Como assim? O conselho o perdoou? Ele não teria uma execução pública? Nem se quer um julgamento por tudo que havia feito?

"C-Como?...cof"

Menma não conseguia falar, logo uma tosse insurdessedora saiu do mesmo, como se quisesse guspir o que o estava incomodando.

"Não sei e não quero saber, agora ande nós o escoltaremos para fora..."

O homem mais gordo para e puxa o ar antes de falar novamente:

"...quando você colocar seus pés para fora dessa prisão, estará por sua conta e risco, pirralho"

Ele diz. Aquilo para os ouvidos de Menma era mais um sentença de morte do que uma sentença de liberdade.

Menma concorda com a cabeça ainda baixa.
Ele se levanta e recebe dos guardas suas roupas antigas, de um ano atrás, junto a uma mochila cheia de várias de suas coisas antigas. Ele odiava aquelas roupas.

Ele se vestiu e andou em silêncio atrás dos dois guardas até a frente do presídio.
Ele já conseguia sentir a brisa gelada em seu rosto, assim como os raios de sol. Ele não queria admitir, mas estava feliz.

Os guardas pararam e o mandaram seguir sozinho. Seu corpo de repente entrou em choque. Ele estava com medo de tudo. Como ele andaria na vila que o odeia? Como todos o olhariam? Tentariam matá-lo?

Vários pensamentos rondavam sua mente conturbada. Para Menma voltar colocar os pés naquela vila era como entrar em um mar de tubarões, nunca se sabe se vão atacar ou não.

Ele suspirou e colocou seus pés para fora da margem da prisão. O guarda magro percebeu o medo do jovem garoto ao sair e então gritou:

"Lembre-se agora você é um homem livre"

Ele sorriu de volta para o guarda antes de começar a caminhar. Mas essas palavras não o alegraram nem um pouco. Ele queria ter morrido na guerra que ele mesmo criou.

"Tudo seria muito mais fácil se eu não existisse"

X

Menma se escondeu nos becos de Konoha até achar uma loja desconhecido e arranjar um casaco grosso e espeço para o frio e para que ninguém o reconhecesse.

Agora ele estava caminhando pelo centro de Konoha. Menma tentava a cada passo ignorar o sentimento de olhares voltados ao seu indivíduo encapussado. As pessoas olhavam pra ele e o ignoravam ou davam olhares indiferentes. Mas, tudo era diferente quando alguém o reconhecia, seu olhar era diferente, era cheio de raiva, nojo, repulsa e medo.

A ansiedade crecia em seu corpo, o deixando sem ar. Ele estava com medo? Ou só não estava acostumado com tantos olhares focados nele?

Um homem velho de uma barraca de artesanato o olhou e com raiva em sua face começou a andar em sua direção.

O medo foi maior. Ele usou um jutsu e se teletransportou para a floresta.
A floresta geralmente era usada para treinamento, estava igual a um ano atrás, cheias de kunais e shurikens para todos os lados.
Ele sentiu um alívio percorrer seu corpo, suas pernas balbuciaram e ele caiu de joelhos na grama molhada. Ele precisava pensar. O que fazer? Aonde ir? Será que...alguém se importa comigo?

Menma se encostou suas costas na madeira de uma árvore de flores roxas. Pela primeira vez em um ano ele encostava suas costas em algo que não fosse frio, liso e duro, mas sim em algo, morno, estreito e duro que roçava suas costas com os galhos das novas raízes nascendo.

Menma sentiu sua cabeça latejar, ele encostou sua cabeça para trás entranto em contato com a madeira velha da árvore. Suas flores era lindas. Menma sempre amou essa árvore. Suas flores roxas sempre foram tão lindas. Ele tinha várias lembranças bonitas de lá também. Como quando treinava com Kiba e Shikamaru. Ou se encontrava com Kakashi e Sakura para fazer alguma missão. Ele sentia falta disso. Mas quando foi que tudo mudou? Quando foi que eu mudei? Ele não se lembrava. Quase tudo daquela época eram apenas borrões distorcidos.

Então por que?

Seus olhos se voltaram para as flores roxas em sua cabeça. Porquê?. Elas eram tão lindas. Porquê? Ele sentia falta de algo. Porquê?. Ele se lembra de alguém. Porquê?. Seus olhos começaram a lacrimejar ainda olhando as flores, e um pequeno sorriso se formando em seus lábios.

Em um sussurro inaudível Menma conseguiu formar uma palavra sem sentir sua garganta sendo cortada por mil cacos de vidro.

"Amar"

Foi a última coisa que disse antes de começar a chorar. Por que ele chorava? Amar. Era a única palavra em sua mente. E a última que pode pronunciar antes de desmaiar de exaustão embaixo da árvore de glicinias.

"Glicinias...sempre me lembrarão de você".

CONTINUA

AUTORA:

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO INÍCIO. SE SOUBEREM DEIXEM NOS COMENTÁRIOS SE O MENMA DESSE MUNDO É UZUMAKI OU NAMIKAZE.
😙🥰.

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