°treze°

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Eu estraguei tudo, não aguentei ver alguém se declarar pra ela e todos aqueles elogios, meu coração doeu a cada palavra e elogio que ela falava pra ele, quando vi já tinha exposto tudo e deixei a escola cabisbaixo correndo e tentando controlar as lágrimas.

Eu me odeio ao ponto de ter estragado tudo com ela? Até mesmo nossa amizade, deixei ela sem nem falar nada, só joguei tudo e sai com raiva.

O caminho foi mais triste que o normal, vi que tinha largado minha bolsa e tudo na escola, mas eu não podia ficar nem mais um minuto depois de tudo aquilo, durante todo o percurso eu fiquei só chorando e olhando a paisagem.

Assustei meus pais ao chegar em casa nesse estado e corri direto pro meu quarto, sem ao menos dar um boa noite pros dois, mas eu não tinha cabeça pra falar com ninguém.

— Tetsuro. — meus pais entraram no quarto calmos — O que houve filho? Cadê sua bolsa e você não deveria estar treinando com os meninos?

— Não aconteceu nada, acabei passando mal e voltei pra casa correndo — menti — Podem ficar tranquilos. — menti, eu só queria chorar em paz.

— Eu não te carreguei 9 meses na minha barriga pra não conhecer quando meu próprio filho está mal — ela reclamou tentando me acalmar com carinho. — Conta pra mãe.

— N-não é nada mãe, vocês não iam trabalhar hoje? — tentei mudar de assunto mas não rolou, é sempre fácil fugir de um assunto com eles.

Ter dois pais médicos tinha suas vantagens mas suas desvantagens, odiava acordar no meio da noite e perceber que estava sozinho em casa ou então querer comemorar uma vitória com minha família e eles terem um plantão, eu só queria um momento em família normal.

— Posso ver claramente que você está triste, faz mal pra você ficar guardando tudo — minha mãe fez o que ela jurou nunca fazer.

— Pare de tentar me analisar, você prometeu que não ia tentar me diagnosticar — reclamei, minha mãe era psiquiatra e sempre queria me analisar.

— E além disso você é jovem mas ainda pode sofrer um infarto — o cardiologista chegou, meu pai.

— VOCÊS NÃO SABEM TER UMA CONVERSA NORMAL COMIGO, PAREM DE USAR SUA PROFISSÃO COMIGO EU SOU SEU FILHO NÃO SEU PACIENTE — gritei estressado e eles pularam assustados.

— Filho só quero que saiba que queremos o melhor pra você — minha mãe falou e eu concordei querendo acabar esse interrogatório.

— Tudo bem, eu entendo e me desculpem por gritar — falei abafado pelo travesseiro. — É que eu nunca contei nada mas eu gosto de uma menina, e hoje eu perdi o controle ao ver mais uma pessoa se declarando pra ela e acabei falando toda a verdade, só isso e nada demais, um coração partido e a vergonha que passei não matam.

— E quem é a menina que merece seu amor? conhecemos? — minha mãe perguntou e eu me sentei encarando eles.

— Vocês nunca tão em casa direito então é bem provável que não. — fui direto e eles concordaram.

— Filho eu tenho certeza que ela é uma menina direita e não vai deixar as coisas estranhas entre vocês, sei que eram amigos antes porque você não iria gostar de alguém só por aparência, vai da tudo certo. — minha mãe falou e meu pai concordou se sentando conosco.

— E sr não der certo um coração partido sempre faz parte da vida das pessoas, sua mãe quebrava meu coração todos os dias na nossa época então tive que virar cardiologista pra ajudar pessoas com o coração — rimos e o clima se aliviou.

— Realmente, mas eu não sei como encarar ela amanhã. — sofri e eles riram me confortando.

— Problemas de adolescentes são os mais lindos de se resolver, tenho certeza que você vai conseguir filho — minha mãe riu.

🅷🅸🅳🅳🅴🅽 | kuroo tetsuroOnde histórias criam vida. Descubra agora