Isso não poderia estar acontecendo. Desabei no chão olhando o corpo morto do meu irmão enfiado dentro daquele armário. Os olhos dele estavam abertos e a expressão do rosto dele apresentava total surpresa. Aqueles olhos cor de mel olhavam para mim. Comecei a jorrar lágrimas dos meus olhos. Não podia acreditar que isso estava acontecendo. Emily estava me abraçando forte e colocava seu rosto junto ao meu. Tudo vai ficar bem, ela dizia. Mas eu sabia que eu nunca mais iria ficar bem por completa, pois agora faltaria meu irmão em minha vida.
— Precisamos ligar para a polícia — disse ela, enquanto limpava meu rosto com sua mão macia.
— Você pode fazer isso por mim, Emily? Acho que não aguentaria ter que explicar o que aconteceu aqui para alguém.
— Claro, Janine.
— Obrigada.
Emily percebeu que seu celular estava lá no quarto, então nós duas decidimos ir lá em cima para buscá-lo. Quando a gente foi para a sala de estar, percebemos que a porta da sala que dava para a rua estava aberta. Isso nos deixou em pânico. Será que o assassino ainda está dentro de minha casa? Esse pensamento não saia da minha cabeça. Caminhamos lentamente para mais perto da porta e percebemos que havia algumas gotas de sangue manchando o chão, e essas gotas de sangue subiam os degraus da escada... Charlote e Dinah estavam em perigo.
— Que droga. A merda do assassino do meu irmão subiu a escada — disse baixinho para a Emily.
— Sim, melhor a gente pegar algo na cozinha para a gente se defender — disse ela.
— Está bem — disse. Fomos a cozinha. Eu peguei uma faca grande que estava em cima da pia e Emily pegou uma frigideira que estava dentro de um dos armários.
Caminhamos devagar para evitar o ranger do piso, pois o piso da sala era de madeira. Chegamos na escada. Olhei para cima, meu estômago parecia que estava cheio de borboletas famintas querendo comer os meus órgãos. Aquela sensação era terrível. Emily entrou na minha frente e começou a subir os degraus com as pontas dos dedos dos pés. Fiz o mesmo, estava bem atrás dela.
Chegamos ao andar de cima, estava muito quieto. As gotas de sangue terminavam na porta fechada de meu quarto. Não sei se eu queria abrir aquela porta, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Emily colocou a mão na maçaneta da porta e comecou a abri-lá bem devagar. A gente conseguiu ver que Charlote e Dinah estavam nos mesmos lugares, elas dormiam de barriga pra baixo, mas algo parecia estar errado. Tentamos acordar as duas, mas elas não acordavam. Tiramos os lençóis que cobriam elas, e quando viramos as duas de barriga para cima, o que vimos, quase me fez vomitar. Havia diversas facadas na barriga e nos seios delas, sangue jorrava. O colchão, que estava no chão, estava encharcado de sangue, só agora pudemos ver isso. Emily ficou congelada e o rosto dela estava mais branco do que o normal. Aquela situação era terrível. O cheiro de sangue me embrulhava o estômago. Aquilo era demais pra mim. Sai do meu quarto correndo. Não poderia ficar mais ali. Emily pegou a mochila dela e foi até o meu encontro. Nós duas nos abraçamos. Aquilo não podia ser real. Eu estava destruída. Na mesma noite que eu estava tão feliz, foi a mesma que me derrubou.
— Eu vou ligar pra polícia — disse Emily.
Enquanto Emily ligava para os tiras, eu tentei imaginar quem poderia ter feito isso... e onde estava o assassino. A gente viu as gotas de sangue entrarem no meu quarto, mas não vi elas saindo, e a janela do meu quarto estava fechada... então o único lugar que esse assassino poderia estar era... a porta do meu guarda-roupa se abriu, e um homem saiu de lá, era alguém familiar.
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A noite que perdi minhas amigas para a morte [CONCLUÍDA]
HorrorEm uma noite, eu e minhas amigas decidimos fazer uma festa de pijama em minha casa. Eu e minha melhor amiga, Emily, estávamos empolgadas com a ideia. As minha outras amigas até levaram vinho para minha casa, e olha que nunca tinha tomado nada alcoól...