Irei contar a você sobre tudo o que aconteceu naquele dia horroroso...
Era sexta-feira, por volta das 19h, e eu estava sentada no sofá da minha sala assistindo um Reality Show enquanto eu esperava minhas amigas chegarem, pois naquele dia iriamos ter uma noite de pijama. Iriamos comer, falar sobre os garotos e talvez assistir algum filme. Meus pais ainda estavam em casa; eles iriam sair daqui a pouco para curtir uma noite a sós; sem os filhos, sabe?
Ding Dong — a campainha tocou.
Fui abrir a porta, e era a Emily. Ela era minha melhor amiga. Sempre estávamos juntas, e gostávamos muito de assistir alguns filmes ou séries de romance ou de super-heróis... é isso mesmo, garotas podem gostar de histórias de heroínas que usam capa. Bem, voltando ao assunto principal, a Emily havia chegado, e logo ela foi junto comigo para o sofá. Falei que estava assistindo um Reality Show, e ela logo falou para que eu colocasse em alguma série, pois ela não gostava desse tipo de programa que são os Reality Shows, e eu acabei concordando e mudei de canal. Nisso minha mãe passou do nosso lado e deu um olá para a Emily.
Ding Dong — a campainha tocou.
Fui atender a porta novamente. Eram a Charlote e a Dinah. Elas eram irmãs gêmeas. Elas nunca se separavam; onde estava uma, a outra estava do lado. Parecia que a Dinah era uma sombra de Charlote; achava isso estranho. Mandei-as entrarem, e fechei a porta. Falei para elas que eu e a Emily estávamos assistindo uma série; ela tinha uma história de romance bem água com açúcar, mas eu e a Emily adorávamos. As duas irmãs se entreolharam e disseram que não gostavam desse tipo de história, mas iriam assistir. Pensei na minha cabeça: como existem pessoas que não gostam de romance água com açúcar?
Minha mãe e meu pai disseram que iriam sair naquele momento, e desejaram uma ótima noite para todas nós... porém eles não sabiam que seria a última vez que veriam as minhas amigas ainda vivas... Eles saíram, e quando a porta se fechou, a Charlote já foi falando:
— Aí, finalmente seus pais saíram — disse ela. — Eu trouxe umas bebidas aqui na minha mochila.
— Bebida? — perguntei.
— Sim, nenhuma festa do pijama seria perfeita sem bebidas — disse Charlote, enquanto tirava as bebidas da mochila dela. Acho que tinha umas 3 garrafas de vinho. — Tudo fica perfeito com vinho, pelo menos é o que a minha avó sempre fala. É a bebida do amor.
Sabe, eu nunca havia ingerido bebida alcoólica pra valer na minha vida, e olha que eu tenho 19 anos. No máximo, eu já havia experimentado aquelas batidas que nos oferecem em festas de casamento.
— Vão falar que vocês duas são caretas? — disse Dinah, olhando com cara de deboche para a gente.
— Bem, eu nunca...
— Nós nunca tomamos nenhuma coisa forte pra valer — disse Emily. — O gosto é bom pelo menos? — Emily olhava aquelas garrafas com curiosidade.
— Ah, amiga. O gosto não é tão bom, mas o que ela proporciona, isso sim faz valer a pena — disse Charlote, enquanto colocava as bebidas em cima da mesa de jantar. — Mas vamos deixar para mais tarde. Quem está com vontade de assistir um filme de terror muito aterrorizante?
— Opa, eu sempre topo — disse Dinah, toda sorridente.
— Filme de terror? — Não é algo que gosto muito de assistir, prefiro coisas que não tentem me assustar, sabe como é, né?
— O quê? Tá com medinho? — disse a Charlote, com aquela voz chata de taquara rachada.
— Eu? Com medo? Você tem medo, Emily? — perguntei.
— Eu... eu não me considero fã de terror, mas se não tiver outra coisa pra assistir, até que assisto — Emily me olhava, e eu sabia que ela tinha medo dessas coisas. Eu não devia ter feito essa pergunta pra ela.
— Então, eu posso escolher o filme? — perguntou Charlote, enquanto sentava no sofá e pegava o controle da tv; ela era smart. Dinah sentou junto dela, e as duas ficaram lá zapeando os filmes naquele streaming padrão.
— Cadê o seu irmão? — perguntou Emily.
— Poxa, ele deve estar trancado no quarto dele fazendo não sei o que.
— Você tem um irmão? — perguntou Charlote. — Ele é bonito? Tem foto dele no seu celular?
— Sai pra lá interesseira — disse eu. — Não quero você como cunhada não.
— Posso saber o motivo? — perguntou Charlote, enquanto jogava o cabelo para o lado. — Eu sou gente boa, bonita, super amorosa...
— Não precisa fazer sua publicidade pra cima de mim não — disse. — Então, escolheu o filme?
— Ah, vai ser esse aqui. "O estranho dentro de sua casa" — disse Charlote.
— Ok, então. Vou pegar alguns cobertores lá no meu quarto e trazer aqui pra baixo. Daí, podemos ficar mais a vontade.
— Eu te ajudo — disse Emily.
Passado algum tempo, nos acomodamos para ver o filme. Eu e Emily nos sentamos no chão e dividimos um cobertor, enquanto que Charlote e Dinah ficaram sentadas no sofá, com um cobertor por cima delas.
O filme tinha começado. Me lembro que a história era meio sombria, e um pouco assustadora. Imagina... um assassino dentro da sua casa sem que você saiba. Isso é assustador.
Durante o filme, Emily começou a segurar na minha mão, e vire e mexe, ela virava o rosto para mim para poder desviar o olhar do filme. Tadinha, ela tinha muito medo de filmes de terror. Ela começou a me abraçar, e a mão dela começou a tocar a minha coxa, e o rosto dela se encaixava perto de meus seios. Aquela situação era nova para mim, pois nunca fiquei tão próxima de uma garota antes. Comecei a sentir um pouco de calor, e quase não conseguia mais prestar atenção no filme que estava passando. Emily assistia um pouco, e depois desviava o olhar, e sempre que aparecia alguma cena que dava medo nela, ela apertava a minha coxa com mais força. Aquilo começou perturbar minha cabeça, não estava conseguindo pensar em mais nada. Falei para a Charlote dar uma pausa no filme, pois eu precisava ir ao banheiro, e que depois iria a cozinha pegar uma coisa pra gente comer.
Entrei no banheiro e tranquei a porta. Comecei a lavar o meu rosto freneticamente. Emily era minha amiga. Minha melhor amiga. Não poderia ter esses sentimentos, sem contar que ela era uma garota. Garotas só gostam de garotos, não é mesmo? Pelo menos eu pensava assim. Consegui aliviar a minha mente, e fui até a cozinha; Emily estava me esperando lá.
— Oi, vim te ajudar a levar as coisas lá pra sala — disse Emily, de uma forma fofa.
— Ah, valeu — disse.
— O que você vai levar? Vai me falando que eu vou pegando.
— Bem, acho que levar uns salgadinhos e uns chocolates. Eles estão no armário ai de cima — apontei pra ela.
— Achei!
— Eu vou pegar um suco que está na geladeira — disse. — Vai levando os salgadinhos pra mesa, e eu levo o suco e depois os copos, tá bom?
— Está bem sim.
Levamos as coisas pra lá. Eu estava ajeitando as coisas na mesa, e já ia chamar as meninas para tomar um suco, quando de repente ouvimos um grito vindo da parte de cima da minha casa. Era a voz do meu irmão. Algo havia acontecido.
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A noite que perdi minhas amigas para a morte [CONCLUÍDA]
KorkuEm uma noite, eu e minhas amigas decidimos fazer uma festa de pijama em minha casa. Eu e minha melhor amiga, Emily, estávamos empolgadas com a ideia. As minha outras amigas até levaram vinho para minha casa, e olha que nunca tinha tomado nada alcoól...