Prólogo: Eu irei te esperar.

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 Em algum lugar do passado...

Era inverno em Doncaster quando Louis Tomlinson e Harry Styles se encontraram pela primeira vez, dois garotos de treze anos sendo obrigados pela família a participar da missa de Natal.

Harry estava na cidade apenas a passeio, seus parentes distantes convidaram seus pais a passarem o Natal por lá, mas antes da ceia, era óbvio que iriam ver o coral natalino na igreja do bairro.

Louis morava ali desde que nasceu, respirava o ar puro de Doncaster há muitos anos e conhecia até o canto mais secreto daquela igreja, já que todos os domingos havia de frequentar o local com sua família.

Ambos estavam destinados a se cruzarem naquela noite quando suas famílias se sentaram lado a lado em um dos bancos. Harry com seu suéter vermelho natalino e Louis com sua pequena camisa social azul.

Não se sabe dizer exatamente após quantos corais eles perderam a emoção e começaram a se entediar, mas foi o momento perfeito para que o destino os cruzassem no caminho um do outro.

— Hey — O garoto de olhos azuis cutucou o menino de cabelos encaracolados ao seu lado. — Quer ficar um pouco lá fora comigo? Minhas irmãs não querem vir.

Harry olhou atentamente para o pequeno desconhecido e encarou sua família, seus pais estavam extasiados pelo talento daquelas crianças e sua irmã estava cansada demais para manter os olhos abertos.

— Er... — Relutou um pouco, mas logo em seguida deu de ombros. — Tudo bem, então.
Ambos inventaram que iriam ao banheiro e se encontraram na porta da igreja, Louis estava empolgado demais por ter finalmente saído de lá, mas Harry ainda estava meio relutante por dentro.

— Não precisa ter medo. — Louis empurrou levemente o ombro do garoto. — Só vamos para a parte dos fundos da igreja até todo aquele show acabar.

— Tudo bem. — sussurrou.

Louis segurou sua mão e o puxou até os fundos da igreja, era apenas um local com dois bancos, alguns canteiros de flores e arbustos ao redor.

— Eu sempre venho aqui quando lá dentro fica chato. Descobri esse lugar aos nove anos e nunca mais o larguei, aqui é bonito, não é? — Harry assentiu, envergonhado. — A propósito, eu sou o Louis. — falou, estendendo sua mão.

— Harry. — Sussurrou, apertando-a.

— Hey, cacheado! Não precisa ter vergonha de mim. — Louis tocou em seu rosto e o puxou levemente para encara-lo. — Eu posso ser feio, mas só mordo minhas irmãs. — disse, sorrindo em seguida.

O sorriso dele paralisou Harry por alguns míseros segundos que mais pareciam uma eternidade, os olhos azuis eram tão bonitos e ficavam tão bem sob a luz da Lua e dos postes que haviam por ali ao redor que o fôlego do garoto parecia não retornar.

— Você é muito bonito. — sussurrou, se recompondo.

Louis sorriu e em seguida pôs sua mão em cima de seus lábios, fazendo Harry não ver o sorriso tão bonito que estava em sua frente.

— Você também é muito bonito, cacheado.

Quando Louis retirou as mãos de seus lábios, Harry teve a chance de admirar aquela fina arte avermelhada por incontáveis minutos. Mas assim que sentiu um revirar em seu estômago e o seu pênis criar volume em suas calças, o rubor em suas bochechas apareceu e ele logo desviou o olhar.

— Está tudo bem? Eu falei algo de errado? Me desculpe por isso, não queria te deixar desconfortável. — disse Tomlinson.

Harry voltou a encarar os lábios do garoto ao seu lado e a sensação de borboletas no estômago se revirou várias vezes quando Louis mordeu os lábios levemente.

— Não, não é isso. É que... — Ele estava relutante em dizer isso, ainda mais para o garoto que acabou de conhecer, qual era a chance dele não o parar com um soco no meio de sua cara? — É que eu quero muito te beijar, Louis.

Tomlinson se aproximou de Harry no banco e colocou suas duas mãos nas bochechas do garoto.

— Que bom, cacheado. Porquê eu quero te beijar desde quando você se sentou ao meu lado, lá dentro. — sussurrou, os olhos azuis encarando aquelas duas esmeraldas em sua frente.

Louis o puxou para um beijo, um selinho leve e envergonhado, mas o calor da adrenalina e dos hormônios da puberdade fizeram o beijo se aprofundar e ambos se entregaram a isso.

Era bom, era uma sensação nova e incomum. O frio na barriga se misturando com o tesão do momento, suas línguas se conectando em um primeiro beijo desajeitado e ao mesmo tempo aconchegante, a neve caindo sobre suas cabeças e o frio não impedindo o calor do momento acontecer.

Mas ambos tiveram que se separar as pressas quando ouviram uma voz feminina gritar:

— Harry, meu amor, vamos embora! — Era Anne.

Ambos se encararam com um olhar triste, uma sensação de vazio em seus interiores.

— Eu preciso ir.

— Espera, vamos nos ver de novo?

— Eu não sei. Acho que sim, talvez.

— Eu vou te esperar, cacheado. Não irei te esquecer, eu prometo.

Se despediram com um selinho e um abraço apertado, o frio finalmente tomou posse dos dois assim que Harry deu as costas ao desconhecido de lábios tão macios.

Louis prometeu, mas nunca mais encontrou Harry novamente.

Até você se lembrar de mim // L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora