Capítulo 9

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Eu encaro Hero, um dos maiores líderes da máfia britânica; meu inimigo desde sempre; meu atual novo amigo; e meu mais novo aliado contra o homem que arquitetou a nossa morte, e eu não acredito no que está na minha frente.
Várias lágrimas escorrem pelo rosto de Hero, que continua me olhando um pouco espantado e sem entender muito bem o que escutou.
Lentamente, eu me aproximo de Hero, que não se mexe nenhum centímetro, e levo minhas mãos até suas buchechas molhadas, e começo a enxugar as lágrimas que escorrem por ali.
Calmamente eu seco o rosto de Hero com minha mão, mas a cada lágrimas que eu seco mais três desabam dos seus lindos olhos verdes, que agora estão um pouco vermelhos.














- Vamos até o meu escritório, tenho um whisky  lá, e assim teremos mais privacidade .



















Eu digo, porque não sei se Inanna e Titan já foram para o quarto da primeira, ou se resolveram se agarrar na sala.
Com um aceno curto de cabeça, Hero consente em ir para o meu escritório, o que me faz guia-lo para os lances de escada.
Eu abro a porta do meu escritório, e assim que Hero se acomoda na cadeira em frente a minha mesa eu pego uma garrafa de whisky e dois copos de vidro, onde eu despejo o líquido alcoólico.















- Na noite do meu aniversário eu perguntei a Lize como ela conseguiu entrar no meu quarto, e ela disse que uma amiga a havia ajudado.













Hero diz, e eu abro um sorriso, porque era exatamente assim que Lize me chamou desde que conseguiu chegar ao quarto de Hero.













- Ela era virgem. Naquela noite, ela foi até a minha casa porque queria que eu...












Hero começa a dizer, mas assim que sua voz fica embargada e ele vira todo o líquido do copo de uma só vez eu sinto meu coração apertar.














- Hero, Lize amava você, não me espanta que você tenha sido o primeiro e o único dela.















Eu digo, enquanto me sento na cadeira ao seu lado, coisa que raramente acontece, pois eu costumo me sentar na minha poltrona do outro lado da mesa.











- É, eu fui o Primero, o único, e o responsável pela sua morte.

















Hero diz, e uma vez que ele coloca o copo de vidro em cima da mesa de madeira, Hero afunda a cabeça nas mãos, enquanto começa a chorar pesadamente, como se o dia inteiro estivesse se segurando para não fazer isso na frente da Megan.
Sentindo agora meus próprios olhos arderam por conta das minhas lágrimas eu deixo o meu copo de vidro, ainda com o whisky, em cima da mesa, e me ajoelho no chão, ficando assim com os lábios na altura da orelha de Hero.
Meio sem jeito eu passo um braço ao redor da coluna de Hero, que com o menor toque meu praticamente desaba nos meus braços, colocando seu rosto no meu pescoço.











- Shhh, não foi sua culpa, Hero. Nada do que aconteceu foi sua culpa.












Eu digo baixinho, mesmo sabendo que estamos sozinhos e que a porta do meu escritório está fechada, e Hero começa a tremer a medida que suas lagrimas não param e seus soluços aumentam.














- Foi sim, tudo o que houve foi minha culpa.
Se eu não tivesse caído como um patinho no pedido do meu pai para sair da cidade, Lize nunca teria ficado sozinha naquela propriedade.
Eu deveria ter desconfiado, deveria ter percebido que não poderia sair sem pegar um preço. Mas eu não pensei que esse seria o preço... se eu soubesse...



















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