A Duplicata

《4》

Yuna tinha fechado os olhos quando algo de estranho havia se manifestado. Desde que ela acordou na biblioteca e se direcionou até a sua casa, ela tinha sentido algo a observando. Como na maioria das vezes que ela iria dormir ou quando estava sozinha no tédio. Mas quem estivesse a vigiando, estava fazendo ela bem e dando uma certa segurança para ela. Na hora que o Liam tinha visto os seus olhos roxos, um mar de pensamentos havia aparecido em sua mente, coisas que ela nem lembrava ou talvez nunca tinha visto ou feito. Era como se fosse lembranças… mas de lugares que ela nunca tinha conhecido. O lugar era lindo, um palácio de cristal com vários desenhos nas paredes. Símbolos desconhecidos. Um tapete vermelho que ia até uma sala, na verdade não era uma simples sala, era um cômodo extremamente grande e confortável. Yuna havia sentido um calafrio, era como se ela estivesse realmente lá. Ela olhava para os lados daquele lugar e via milhares de pessoas que tinham seus rostos totalmente tapados pelas sombras com vestidos e ternos de luxo, certas pessoas de lá, tinham vestido algo diferente dos outros participantes. Pareciam ser uma gente importante, tinham até coroas em suas cabeças. Eles riam e conversavam, com taças em suas mãos e até mesmo pratos pequenos com doces. Ela se perguntava como ou de onde essa lembrança vinha. Altas e grandes janelas e portas foram abertas e um céu estrelado ficou visível para todos. Logo ela percebeu que ela também estava vestida. Era um vestido longo e apertado, um vermelho intenso. Ela sentia um certo peso em seus cabelos, logo percebeu que estava com um penteado. Por fim, ela sorriu ao ver um garçom a estender uma taça de champanhe. Ela pensou em não aceitar, mas como esse sonho talvez não possa se repetir ela não perdeu tempo e pegou um para ela. Ela nunca tinha ingerido bebida alcoólica, até porque ela tem 17 anos. Mas, aquela bebida não iria fazê-la mal já que era somente um...

Ela começou a tossir, aquele líquido era realmente forte. Ele entrou dentro dela, queimando a sua garganta.

“Nunca mais irei ousar beber essa merda!” - Ela prometeu para ela mesma.

Com medo de que os participantes da festa possam vê-la naquele estado, ela se direcionou a um espaço que tenha menos pessoas. Se encostando em uma mesa de doces, ela tentava controlar a sua respiração. Aquele champanhe realmente tinha feito efeito. Ou talvez a bebida que ela tinha ingerido possa não ser a mesma de seu mundo. Aos poucos os outros convidados se direcionaram ao centro da sala e se juntaram aos outros participantes e assim começaram a dançar. Diferente da Yuna, ela tinha percebido certas coisas que ela realmente não tinha. Símbolos no corpo, uma espécie de aura sobre suas peles e em alguns deles até tinham asas. Como assim a visão da garota estava ficando diferente? Era como… se ela começasse a enxergar mais que o necessário. Será que era certo chamá-los de pessoas?

- Está tudo bem, milady? - Um homem alto de cabelos longos apareceu em sua frente, Yuna se assustou com a sua chegada mas logo assentiu para ele e depois a criatura estendeu a sua mão enluvada para levá-la até a pista de dança. O seu rosto estava embaçado e escuro. Não estava dando para enxergá-lo. - Minha querida e amada, Caitlin Reed. Seja muito bem vinda.

- Meu nome não é… - Tudo escureceu, nada mais foi visto a não ser o seu pai caído no chão segurando o seu braço direito que estava totalmente queimado.

“O que havia acontecido? O que foi aquilo? Aonde eu fui parar? O que aconteceu com meu pai?” - Ela se perguntava.

- Sua aberração! Eu irei te matar! - ele gritava, se arrastando até uma parede próxima. Yuna só foi se mexer mas o Dmitry apertou a sua mão. Os seus olhos estavam cheios d' água.

Jade estava com os olhos arregalados e com as mãos trêmulas.

Yuna deu um passo para frente indo em sua direção, mas logo sua mãe se afastou.