Prólogo - Consequências e Sequestros.

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Eu não consigo respirar!

Agonia, dor, dor.

Havia tanta fumaça saindo por todas as janelas que o céu de segunda-feira escurecia como se fosse noite, e a única coisa que ele podia fazer era se arrastar no chão quente, quente, quente e chorar.

Eu não quero morrer! Por favor, eu não quero morrer!

Ele implorava, mas ninguém o ouvia.

Não havia mais ninguém naquela casa, só ele, e ele nem conseguia reunir força o suficiente para sentir ressentimento, pois ele sabia que tinha sido abandonado aqui. Tinha sido deixado aqui para morrer, como se ele fosse um porco em um abatedouro.

A única diferença é que seu abatedor teria mais piedade dele, e tornaria sua morte mais rápido e indolor. Ele seria mais piedoso do que as chamas que o rodeavam como serpentes peçonhentas, esperando uma oportunidade para o queimar.

Ele queria gritar.

Mas ele não podia, pois havia algo pesado em cima de seu peito, esmagando seus pulmões e o impedindo de respirar, eu não consigo respirar! Por favor, eu não quero morrer, não me deixem, ME AJUDA - e a única coisa que ele conseguia fazer era se debater contra as chamas que começavam a queimar seus pés, a dor o deixando mudo por alguns instantes antes de um grito de terror esfaqueasse seu caminho para fora de sua garganta, as chamas impiedosas parecendo rir de sua situação.

Dói! Dói tanto, por favor!

— So...c..— Rouco, quase inexistente, uma pequena gota num copo de vidro acima do mar, tão perto, mas tão impossivelmente longe. — orr...o....!

O teto sempre fora tão laranja? Ele nunca gostou de paredes brancas pois parecia que ele estava em um hospital e, ele odiava médicos. Então talvez o laranja não fosse tão ruim, mas ele tem certeza que azul ficaria melhor.

Talvez porque o azul remetia as estrelas. Elas que tanto o facinavam, elas que nunca o abandonaram, elas que não estavam aqui agora, pois não importava o quanto um tolo como ele as amasse, elas pertenciam ao céu. E ele, como o mortal que era, estava fadado a terra, preso a gravidade.

Ele quase deseja que o teto não estivesse ali, para que ele pudesse olhar para o céu mais uma vez, mas ele se repreende.

Eu não posso morrer! Não agora! Não desse jeito!

Mas sua força de vontade não era nada comparado ao terror que as chamas invocava, cada vez mais perto, cada vez mais impiedosa.

Não! Não! Não!

“O quão longe você iria para sobreviver?”

Dor, arrependimento, chamas, estrelas.

Eu só quero viver, por favor, me ajuda!

“Um acordo, que tal? Em troca de sua vida, de sua alma, me deva um favor e eu te tirarei daqui. O que acha?”

Sim! Por favor, só me tire daqui! Queima! Queima tanto!

“Então que assim seja, Gunnigham.”

Talvez Elliot não seja a pessoa mais sortuda do mundo, mas certamente haveria um limite para sua falta de sorte.

Se tudo estivesse contra ele 99% do tempo, então aquele 1% deveria estar a seu favor!

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⏰ Última atualização: Oct 23 ⏰

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