Capítulo Dezenove

1.1K 107 21
                                    

"Rastejando dentro da minha pele
Estas feridas, elas não curarão
Medo é o que me derruba, Confundindo
o que é real...

Não consigo me mover.
Escuro. Tão escuro.
Contei 6 dias...
6 dias preso no meu inferno pessoal.
De dia é tão quente que sinto minha
pele arder e formar bolhas dolorosas.
A noite é o oposto.
O frio faz com que meus dentes
batam tão forte que sinto dor em meu
queixo.
Além da fome...
Olho depressivamente para o
pequeno buraco em minha frente.
Como em um sonho. veio-me la fora. Eu não aguento ficar aqui... doi... meu corpo doi... minhas costas pelos cacos de vidro que não consegui retirar... sinto que irei morrer assim...

Como em um sonho , vejo-me la fora,
meu rosto sorridente enquanto corro
feliz para os braços dele. Ele me
levanta em seus braços e rodando-nos
me beijando..
Mas a imagem some de repente e sei
que foi apenas uma miragem. Um
produto de minha imaginação.
Estou enlouquecendo...
Não consigo mais chorar...

No primeiro
dia eu chorei tanto que acreditei que
morreria.
Mas agora me sinto anestesiada. Não
há mais espaço para autopiedade.
Já aceitei meu destino.
Sem o Al minha vida não tem
sentido e com o Alastor minha vida é um
inferno.
Como diz aquele ditado "não se pode
viver sem eles, não se pode viver com
eles..."
Ele poderia ter me matado naquela

Como eu fui idiota!
Teria sido melhor que ele tivesse
atirando em mim do que me deixar
aqui morrendo de fome e sede, em
um lugar tão minúsculo que me
sinto cada hora mais próxima da
insanidade.

Abro os olhos ao ouvir o barulho
inconfundível de um carro.
Coloco meus olho na pequena
abertura de ar para ver o que pode
ser.
Uma viatura policial.
Não pode ser...
Devo estar alucinando novamente.
Meu coração... meu pequeno coração
acelera em expectativa.

O que estão fazendo aqui?! Será que
vieram por minha causa? Será que
foi o Valentino?! Ele está vivo! Ele irá me... levar?

Não... espere... Valentino nunca iria me ajudar, preciso gritar... preciso sair daqui...

Minha mente viajava em várias
possibilidades possíveis.
Um homem fardado, um policial, sai
do carro em direcão a porta.

De onde eu estou não consigo mais
ver nada e sinto um arrepio.
Ele não sabe quem é Jeff... Ele não me

pareceu armado.
Meu coração afunda com a realização
de que ele não é páreo pra Jeff.
Ele irá morrer. Ele irá morrer e eu
continuarei aqui para sempre.

Este será o meu túmulo.
Não não não...

Minutos se passam e nada acontece.
As garras cruéis do desespero me
cercam ameaçando minha sanidade.

Ainda em choque, percebo um leve
movimento dentro da viatura.
Há... outra pessoa la dentro.
Há outra pessoa lá dentro! Mas... quem será!?

The RádioDust...Onde histórias criam vida. Descubra agora