Capítulo 15

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  — Eu havia esquecido. — Camila engoliu em seco, tentando esquecer de verdade.

O brilho nos olhos de Lauren indicava que ela lembrava todos os detalhes. O que significava que também se lembrava do seu erro.

— Quero dizer, foi agradável, mas não é essa a base do nosso relacionamento.

— Não? — ela perguntou enquanto fechava a porta.

— Não. — Tinha de ser firme, mesmo sabendo que precisava convencer-se acima de tudo. Convencer Lauren seria uma consequência lógica.

— Por que não me explica qual é a base do nosso relacionamento? — ela pediu, encurralando-a contra a porta fechada.

— Somos amigas — tentou Camila.

Lauren mordeu aponta de sua orelha.

— Amigas — repetiu entre uma mordida e outra.

— Boas amigas — ela acrescentou.

Os lábios deixaram a região sensível. Camila já começava a suspirar aliviada quando sentiu o contato morno e úmido em um ombro e teve de engolir o suspiro.

— O que estava dizendo? — perguntou Lauren.

— Ah... — Era impossível pensar.

— Amigas. Não era isso que dizia? Boas amigas.

— Oh, sim, era isso mesmo. Boas amigas. Somos boas amigas.

— Concordo.

— É bom saber que decidiu ser razoável. — Os lábios continuavam a torturá-la, e as mãos contribuíam aquecendo sua pele através do tecido do vestido. — Lauren, não creio que boas amigas comportem-se desta maneira.

— Não?

— Não.

— Pois eu acho que mais amigos deviam fazer como nós, porque as amizades seriam melhores e mais fortes — ela garantiu, dando continuidade á sessão de erotismo.

— Na minha opinião, contatos como o que está promovendo podem prejudicar uma boa amizade. — Era difícil manter a voz firme e resistir à enxurrada de sentimentos que invadia seu corpo, suplicando para que a tocasse como fazia em sonhos.

— Está engada. A intimidade contribuiu para fortalecer os laços de amizade.

— Não concordo com você. Parece que chegamos a um impasse.

— Parece que sim. — A mão alcançou uma de suas coxas e subia devagar, deslizando sob o vestido.

— Que tal esfriamos um pouco a situação? — Caso contrário, acabariam incendiando tudo que as cercava.

— É uma ideia — Lauren sussurrou em seu ouvido enquanto a mão subia mais um centímetro. — Por outro lado, também podemos aquecê-la.

— Não sei se seria sensato. Estamos em uma festa cujo objetivo é celebrar uma aposentadoria.

— Não consigo pensar em nada melhor do que aposentar-me e passar o resto da vida em algum lugar sossegado com você.

— Não era a isso que eu me referia. — O desespero crescia a cada instante.

— Então, o que estava dizendo, meu bem?

— Ah... — Tentou pensar. Tentou lembra-se de que argumento usava e do que precisava convencê-la, mas era impossível.

— Senti saudade... — A mão tocava o limite estabelecido pelo elástico da calcinha.

— Estou bem aqui.

Esperando por você? (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora