Moletom, capuz e fones de ouvido,
Escondido, esse é meu ritual,
O jeito como sigo, vivo.Sempre de cabeça baixa,
Implorando para passar despercebido,
Mas acontece o contrário,
Eles me chamam, Eduarda, e eu seguro o suspiro.Não é drama,
Muito menos frescura,
A única coisa que eu quero,
É poder andar em paz na rua.Na rua, na escola, no trabalho,
Eu não peço muito,
Só quero ser respeitado,
E pela minha família, amado.Eu não entendo o que aconteceu,
Diziam me amar tanto,
E quando eu disse quem sou eu,
Eles parecem ter perdido o encanto.Não entendo.
Ontem eu era assim, hoje sou também,
Por que de repente mudaram a forma que me vêem?Eu já desisti de entender,
A linguagem do ódio é difícil,
Prefiro seguir o idioma do amor,
Que me dá coragem e orgulho para ser.Ser eu, independente do que digam,
Foi para isso que me escondi por tanto tempo,
Usando a fantasia de menina que sempre viam.
Agora, porém, decidi agir por mim mesmo, chegou finalmente meu momento.᯽
Oi, como foi o dia de vocês?
Não esqueçam de beber água e comerem certinho para não ficar mal depois, tá?
↪24/03/2021↩
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Apenas Poemas (ou desabafos)
Non-FictionPoemas que talvez apenas pessoas trans possam entender... ⚠︎ Se você é sensível a conteúdos de preconceito e rejeição familiar, aconselho procurar outro livro. Não será esse o foco, mas falará sobr Será um prazer ter você aqui, espero que goste.