𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆𝒄𝒕𝒐𝒓× 02

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Pov's Stella

Acordar nunca foi tão insuportável,se imagine:imóvel,cansada,com dores pelo corpo, e ainda o barulho insuportável da máquina no hospital indicando que meu coração ainda batia.
Abro os olhos lentamente sentindo minha cabeça latejar,olho em volta e me vejo em uma sala branca na qual já estou acostumada a frequentar. O cheiro de produto de limpeza forte me embrulha o estômago,vejo sentado na poltrona ao lado da cama Lucas dormindo, o que ele está fazendo aqui?,tento me recordar o que aconteceu para eu estar aqui mas a única coisa que me lembro é das vistas embaçadas e escuras que se faziam presentes antes de eu desmaiar.

Um pessoa vestida com jaleco branco e uma prancheta em mãos que reconheço ser um médico,entra no quarto e parece surpreso em me ver acordada.

-olá! Então a senhorita acordou,como se sente?- perguntou intercalando o olhar entre mim e a prancheta

- como se estivesse morrendo- sorrio sem humor e ele me olha com pena

- seu caso de leucemia não teve cura, não é mesmo?- pergunta olhando a prancheta com minha ficha em mãos e eu assinto.

Ele meche no aparelho que está pingando soro em minha veia e checa minha pressão e temperatura e logo sai do quarto

- você tem leucemia?- me assusto com a voz repentina que ecoa no quarto

- desculpe, não queria te assustar- me viro e vejo meu vizinho me olhando com um semblante preocupado

- tudo bem,sim eu tenho leucemia- falo simples e vejo os olhos do garoto se arregalaram

- onde está minha mãe?- pergunto olhando em volta do quarto e não vendo a mesma

- ela estava cansada e pediu para mim ficar aqui enquanto ela ia na sua casa tomar um banho e comer- ele explica e eu volto a me arrumar na maca desconfortável

- sobre a leucemia...- ele parece pensar o que falar

- eu ouvi ele falando que não teve cura...o que ele quis dizer exatamente?- fala se referindo ao médico

- ele quis dizer que eu vou morrer- falo simples e o garoto fica em silêncio

- minha mãe não sabe... peço que não fale nada disso para ela, não quero ver ela chorar novamente- peço e ele concorda e fica pensativo

- pode ir embora se quiser,já estou bem...na medida do possível- falo e ele franze o cenho

- bem? Você não está nada bem- fala e eu fico brava, não queria ficar na presença de um estranho, e também não queria que ele se metesse na minha vida

- não vou sair daqui até sua mãe chegar- ele diz cruzando os braços

- então foda-se -me virei na maca ficando de costas para o menino

Acho que me deram algum tipo de remédio porque em menos de 5 minutos eu adormeço novamente.

Pov's Lucas

Era "engraçado" ver aquela cena, apenar de ter uma doença horrível e saber que não aguentaria muito tempo,ela fazia piada,ela se importava mais com os outros do que com ela mesma.
Apesar da aparência cansada e a palidez, a menina parecia estar saudável,foi um choque saber que a leucemia se fazia presente nela.

Consegui notar que expressar sentimentos não é o seu forte,ela parecia um livro em branco– sem informações– o único sentimento que consegui captar foi raiva com um pouco de ironia e deboche.
Meu deus que menina complicada...

— obrigada Lucas, não precisava ter ficado com ela— a mãe da menina diz entrando no quarto.

— sem problemas— sorrio simpático e ela retribui

Levanto da poltrona e faço carinho na mão de Stella

— fica bem— sussurro perto dela e saio do quarto indo em direção ao estacionamento.

(...)

Já beirava 17:00PM quando escuto batidas na porta do meu quarto e logo a mesma é aberta me dando visão de minha mãe sorridente.

— filho, a Nathalia chegou do hospital com a Stella, eu vou lá fazer uma visita pra ela e vim perguntar se você quer ir também— se encosta na porta do quarto e me encara apenas concordo e levanto da cama indo até o guarda-roupas trocar de roupa.

Antes de descer olho no espelho e arrumo meu cabelo,o pai é gato.
Saio do quarto e vejo já minha mãe na sala me esperando, assim que me vê sai indo em direção a porta e eu vou atrás.
A casa delas ficava na frente da nossa então apenas atravessamos a rua e lá estávamos,a casa não era muito grande nem luxuosa mas era acolhedora e confortável,passava uma sensação boa somente de olhar. A mulher ao meu lado toca a campainha e a porta é aberta dando a visão de Nathalia com um sorriso no rosto.

Ela da espaço para que nós entrássemos na residência, caminha até o sofá e apenas a seguimos,a mulher aponta para um pequeno sofá e se senta em uma poltrona que havia ao lado

— como a Stella está?—minha mãe pergunta e o sorriso de Nathalia desaparece

— ela está bem na medida do possível—diz forçando um sorriso

Não contei para minha mãe sobre o caso de Stella, não é algo que devesse ser espalhado,sabia que se contasse para minha mãe o que ela havia me contado logo a mãe da menina também saberia e isso foi a única coisa que a menina pediu para manter sigilo.

— quer ver a Stella Lucas?— Nathalia pergunta e afirmo

— segue esse corredor, é a última porta— diz apontando para o corredor ao lado da sala.

Me levanto indo em direção ao mesmo, paro em frente a porta e observo o corredor,haviam algumas fotos penduradas de Stella criança. Me viro ficando frente a frente com a porta e dou uma leve batida nela

— entra—escuto do lado de dentro e assim faço

Vejo a menina deitada em sua cama fitando o teto,ela parecia melhor,suas olheiras eram menos visíveis,sua pele já não estava tão pálida. Sua e expressão surpresa me faz rir

— vim te visitar estressadinha— encosto na cama vendo a sobrancelha da menina se franzir

—estressadinha? Quem te deu essa liberdade em?— fala indignada mas logo ri

— como você tá?— pergunto me sentando na cadeira de sua escrivaninha que ficava ao lado da cama

— como se estivesse morrendo— fala e me lança um olhar debochado

— para com esse papo,que pessimista— ela solta um risada nasal

— estou mentindo?— pergunta e não respondo

Continua...

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