Pov's Stella
Acordar nunca foi tão insuportável,se imagine:imóvel,cansada,com dores pelo corpo, e ainda o barulho insuportável da máquina no hospital indicando que meu coração ainda batia.
Abro os olhos lentamente sentindo minha cabeça latejar,olho em volta e me vejo em uma sala branca na qual já estou acostumada a frequentar. O cheiro de produto de limpeza forte me embrulha o estômago,vejo sentado na poltrona ao lado da cama Lucas dormindo, o que ele está fazendo aqui?,tento me recordar o que aconteceu para eu estar aqui mas a única coisa que me lembro é das vistas embaçadas e escuras que se faziam presentes antes de eu desmaiar.Um pessoa vestida com jaleco branco e uma prancheta em mãos que reconheço ser um médico,entra no quarto e parece surpreso em me ver acordada.
-olá! Então a senhorita acordou,como se sente?- perguntou intercalando o olhar entre mim e a prancheta
- como se estivesse morrendo- sorrio sem humor e ele me olha com pena
- seu caso de leucemia não teve cura, não é mesmo?- pergunta olhando a prancheta com minha ficha em mãos e eu assinto.
Ele meche no aparelho que está pingando soro em minha veia e checa minha pressão e temperatura e logo sai do quarto
- você tem leucemia?- me assusto com a voz repentina que ecoa no quarto
- desculpe, não queria te assustar- me viro e vejo meu vizinho me olhando com um semblante preocupado
- tudo bem,sim eu tenho leucemia- falo simples e vejo os olhos do garoto se arregalaram
- onde está minha mãe?- pergunto olhando em volta do quarto e não vendo a mesma
- ela estava cansada e pediu para mim ficar aqui enquanto ela ia na sua casa tomar um banho e comer- ele explica e eu volto a me arrumar na maca desconfortável
- sobre a leucemia...- ele parece pensar o que falar
- eu ouvi ele falando que não teve cura...o que ele quis dizer exatamente?- fala se referindo ao médico
- ele quis dizer que eu vou morrer- falo simples e o garoto fica em silêncio
- minha mãe não sabe... peço que não fale nada disso para ela, não quero ver ela chorar novamente- peço e ele concorda e fica pensativo
- pode ir embora se quiser,já estou bem...na medida do possível- falo e ele franze o cenho
- bem? Você não está nada bem- fala e eu fico brava, não queria ficar na presença de um estranho, e também não queria que ele se metesse na minha vida
- não vou sair daqui até sua mãe chegar- ele diz cruzando os braços
- então foda-se -me virei na maca ficando de costas para o menino
Acho que me deram algum tipo de remédio porque em menos de 5 minutos eu adormeço novamente.
Pov's Lucas
Era "engraçado" ver aquela cena, apenar de ter uma doença horrível e saber que não aguentaria muito tempo,ela fazia piada,ela se importava mais com os outros do que com ela mesma.
Apesar da aparência cansada e a palidez, a menina parecia estar saudável,foi um choque saber que a leucemia se fazia presente nela.Consegui notar que expressar sentimentos não é o seu forte,ela parecia um livro em branco– sem informações– o único sentimento que consegui captar foi raiva com um pouco de ironia e deboche.
Meu deus que menina complicada...— obrigada Lucas, não precisava ter ficado com ela— a mãe da menina diz entrando no quarto.
— sem problemas— sorrio simpático e ela retribui
Levanto da poltrona e faço carinho na mão de Stella
— fica bem— sussurro perto dela e saio do quarto indo em direção ao estacionamento.
(...)
Já beirava 17:00PM quando escuto batidas na porta do meu quarto e logo a mesma é aberta me dando visão de minha mãe sorridente.
— filho, a Nathalia chegou do hospital com a Stella, eu vou lá fazer uma visita pra ela e vim perguntar se você quer ir também— se encosta na porta do quarto e me encara apenas concordo e levanto da cama indo até o guarda-roupas trocar de roupa.
Antes de descer olho no espelho e arrumo meu cabelo,o pai é gato.
Saio do quarto e vejo já minha mãe na sala me esperando, assim que me vê sai indo em direção a porta e eu vou atrás.
A casa delas ficava na frente da nossa então apenas atravessamos a rua e lá estávamos,a casa não era muito grande nem luxuosa mas era acolhedora e confortável,passava uma sensação boa somente de olhar. A mulher ao meu lado toca a campainha e a porta é aberta dando a visão de Nathalia com um sorriso no rosto.Ela da espaço para que nós entrássemos na residência, caminha até o sofá e apenas a seguimos,a mulher aponta para um pequeno sofá e se senta em uma poltrona que havia ao lado
— como a Stella está?—minha mãe pergunta e o sorriso de Nathalia desaparece
— ela está bem na medida do possível—diz forçando um sorriso
Não contei para minha mãe sobre o caso de Stella, não é algo que devesse ser espalhado,sabia que se contasse para minha mãe o que ela havia me contado logo a mãe da menina também saberia e isso foi a única coisa que a menina pediu para manter sigilo.
— quer ver a Stella Lucas?— Nathalia pergunta e afirmo
— segue esse corredor, é a última porta— diz apontando para o corredor ao lado da sala.
Me levanto indo em direção ao mesmo, paro em frente a porta e observo o corredor,haviam algumas fotos penduradas de Stella criança. Me viro ficando frente a frente com a porta e dou uma leve batida nela
— entra—escuto do lado de dentro e assim faço
Vejo a menina deitada em sua cama fitando o teto,ela parecia melhor,suas olheiras eram menos visíveis,sua pele já não estava tão pálida. Sua e expressão surpresa me faz rir
— vim te visitar estressadinha— encosto na cama vendo a sobrancelha da menina se franzir
—estressadinha? Quem te deu essa liberdade em?— fala indignada mas logo ri
— como você tá?— pergunto me sentando na cadeira de sua escrivaninha que ficava ao lado da cama
— como se estivesse morrendo— fala e me lança um olhar debochado
— para com esse papo,que pessimista— ela solta um risada nasal
— estou mentindo?— pergunta e não respondo
Continua...
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𝑴𝒆𝒖 𝑼𝒍𝒕𝒊𝒎𝒐 𝑽𝒆𝒓𝒂𝒐
Teen FictionStella 𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘮𝘦𝘯𝘪𝘯𝘢 𝘥𝘦 20 𝘢𝘯𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘥𝘪𝘢𝘨𝘯𝘰𝘴𝘵𝘪𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘤𝘰𝘮 𝘭𝘦𝘶𝘤𝘦𝘮𝘪𝘢,𝘦𝘭𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘤𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘵𝘦𝘳 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘶𝘮 𝘷𝘦𝘳𝘢𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢𝘱𝘳𝘰𝘷𝘦𝘪𝘵𝘢𝘳 𝘱𝘰𝘪𝘴 𝘭𝘰𝘨𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘱𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢𝘳�...