Quando somos jovens nos ensinam a diferença entre um herói e um vilão, um salvador e uma causa perdida. Mas, e se a única verdadeira diferença for só quem está contando a história? Meu nome é Hope Mikaelson e sou a filha de uma lobisomem e um vampir...
Estava procurando por Alec e eu o encontrei no jardim. Beijando apaixonadamente a Tribrida, Hope Mikaelson e aquilo... me doeu, mas fico feliz pelo meu irmão. Ninguém merece essa felicidade mais do que ele.
Então uma voz desconhecida falou:
-Amor não correspondido?
Me virei e vi uma garota loira com uma blusa regata preta, jaqueta de couro preta, um colar choker, calças jeans skinny de cintura alta e botas de cano curto. Parece que todas essas garotas usam a mesma roupa ou é impressão?
Mesmo quando não estão usando uniforme. A loira tinha os cabelos bem cacheados, cara até o penteado é o mesmo.
-Quem é você?
-Jade. Sou uma vampira, que nem você. Bem, sou mais bonita.
Falou a garota contando vantagem.
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-É mesmo?
-É sim. Mas, fora isso acho que somos bastante parecidas.
-Só porque somos loiras, vampiras e eu sou Jane e você é Jade isso não nos torna parecidas.
Aquela vampira que parecia humana olhou para mim e falou:
-Meio doido, mas eu queria poder ser uma vampira como você. Afinal, vocês não podem morrer estacados, baleados ou tanto faz, não tem emoções ampliadas e não queimam no sol. E ainda acho que somos parecidas e não estou falando da semelhança física.
Mas, que irritante.
-E como exatamente somos parecidas?!
Perguntei irritada.
-Você está na defensiva. Está magoada, se sente rejeitada eu conheço a sensação. Que tal eu te contar sobre o pior momento da minha vida? E então te deixo decidir se somos parecidas ou não, topa?
Como não tenho nada melhor para fazer...
-É claro.
-Á dez anos atrás eu era uma aluna aqui na Escola Salvatore, este deveria ser um lugar seguro para pessoas como nós, onde seríamos aceitos, acolhidos, ajudados, protegidos. Então, um dia... uma garota da Mystic High, Inês me convidou para uma festa na floresta. Ela e eu estávamos flertando por alguns meses e eu pensei que esta seria minha chance de descobrir se ela gostava de garotas ou não. Minha amiga bruxa Wendy realmente queria ir e ela queria que Diego o lobisomem notasse ela então a gente foi. Eu estava tão animada e feliz, mas minha felicidade durou pouco. Acaba que... era uma festa do Esquisito. Aquele que trouxesse o maior "Esquisitão" ganhava. Eles deram uma única olhada na gente e sabiam que éramos diferentes.
A garota contou como os humanos caçoaram deles, riram deles, um até atirou uma bola de futebol na cabeça do lobisomem quando eles tentaram partir. Por estarem magoados.
-Quando a bola acertou a cabeça do Diego... ele perdeu o controle. Partiu para cima daquele Quarterback filho da puta. Devia ter acabado lá, eu poderia ter impedido, mas não impedi. Acho que parte de mim não queria. Eu queria que as coisas dessem errado. Queria machucar eles como eles nos machucaram. Diego arrancou o braço do imbecil, estraçalhou o cara vivo. Um pouco de sangue... espirrou na minha cara. E aquelas poucas gotas foram o suficiente.
Ela contou como quando a bruxa entrou em pânico seus poderes saíram do controle e ela queimou um dos humanos vivos soltando fogo pelas mãos.
-Tudo depois daquilo é um borrão. Mas, eu descobri algo naquela noite. Sou uma estripadora. Eu matei a Inês, bebi todo o sangue dela, cada gota até o corpo dela se despedaçar, quebrar como um ovo jogado no chão. E aquele foi o pior momento da minha vida. E com as emoções ampliadas... eu me senti horrível pelo o que eu tinha feito. Vergonha, culpa, remorso, pânico, eu me odiei. Eu odiava me sentir daquele jeito, então... eu decidi não sentir. Desliguei minha humanidade naquela noite. E quando o Doutor Saltzman descobriu... ele não nos ajudou. Ele nos chutou. Nos mandou para um Mundo Prisão. Ele não notou que minha humanidade estava desligada que eu estava gritando por ajuda, não se incomodou em ouvir o nosso lado da história... ele só nos mandou embora. Soa familiar?
Os aldeões do vilarejo também não se incomodaram em ouvir o nosso lado.
-E ainda assim você voltou para cá.
-Voltei. Porque Doutor Saltzman é um bom homem, ele está tentando nos compensar pelo o que aconteceu o que é muito mais do que a maioria das pessoas já fez. Então está tudo bem estar de coração partido, se isso é possível para uma você. Espero que ache alguém digno de você.
Acho que foi a primeira vez que alguém deste mundo fora a Tribrida me desejou algo de bom.
P.O.V. Alec.
Esse é o melhor dia da minha vida! Nunca pensei que pudesse me sentir tão feliz. Estou livre de Aro, me lembrei da minha mãe e ganhei uma namorada! A garota que eu amo me ama de volta!
Estamos os dois deitados na grama do jardim da escola.
-No que está pensando?
Perguntei. E ela respondeu:
-Duas coisas. Primeira: Hoje á noite é lua cheia, não acho que você já passou uma lua cheia neste mundo menos ainda nesta escola.
-E a segunda?
-Essa grama tá me pinicando.
Disse se levantando e eu ri. Então Hope disse algo que eu nunca realmente parei para pensar:
-Deve ser legal ser como você. Quer dizer, nada te incomoda. Você não tem frio, nem calor, não sente dor, nunca se machuca, a grama não te pinica, você não precisa comer, dormir, respirar, descansar, se sentar. Nunca fica doente. Admito você é uma forma de existência que eu não compreendo.
-Acho que posso dizer o mesmo ao seu respeito. Não que não seja impressionante, digo... eu já vi o que você é capaz de fazer. Seus feitiços, sua força, sua velocidade, mas eu não realmente compreendo.
-Então estamos quites.
Ela está tão bonita. O cabelo está bagunçado, o uniforme cheio de grama e tem uma folha no cabelo. Uma bela desculpa para fazer contato físico.
Toquei sua bochecha e tirei a folha do seu cabelo. Mas, eu tinha que perguntar.
-Se nesta escola há vampiros e filhos da lua, como fazem para mantê-los separados na lua cheia?
-Existe uma organização, um sistema, um plano claro com regras muito rígidas que temos que seguir para não dar merda e ninguém acabar morto. Você vai ver. E um pequeno conselho? Siga AS REGRAS.
-Não se preocupe eu não tenho intenção de morrer, menos ainda pela mordida de um filho... um lobisomem.
-Ótimo. Vamos nessa.
Eu a vi se transformar uma vez. Uma única vez quando ela matou Athenodora e foi o suficiente para que eu ficasse horrorizado com aquilo. E eu não sou alguém que fica horrorizado facilmente. Porém estou ansioso para saber mais sobre esta organização que eles tem nas noites de lua cheia.
