A Duquesa e o Dragão

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Capítulo especialmente dedicado á Doidinhatralala. Obrigado pelo seu voto minha querida.

P.O.V. Hope.

Agora é que eu quero saber como pode essa moça ser filha de um dragão. Os outros que encontramos não falavam, sempre que abriam a boca cuspiam fogo.

-Como assim o seu pai é um dragão?! Como é que pode?

-Como pode o seu pai ser um vampiro?

Ela tem um ponto.

-Você se lembra dele?

-Sim.  Eu não lembrava antes, mas agora eu lembro. Ele era ótimo.

Então Anastácia começou a contar a história.

-Meu pai era um dragão, mas ele era o homem mais honrado que já conheci. No começo desta história havia uma ilha. E nesta ilha vivia um garotinho com o seu pai que também era um dragão, ele era um pai amoroso e toda a sua vida o menino foi amado e cuidado, treinado, ensinado á ser um dragão. Mas, quando era a hora dele se transformar... ele não conseguiu. Ele não queria e não se pode virar um dragão contra sua vontade.

Isso é novidade.

-E o que então?

-De acordo com o pacto que tinham estabelecido com o reino vizinho e todos seus habitantes. Humanos ou não, uma vez por ano, todo ano o Dragão levava as filhas deles para a ilha, para poder fazer mais bebês. É claro que as filhas nunca retornavam porque... vocês nos chamam de dragões, mas nós nos chamamos de... Aqueles de Nascem das Cinzas.

Caramba!

-Então, das cinzas das moças que eram levadas nascia outro dragão?

Anastácia fez que sim com a cabeça.

-Então um dia, apareceu um homem num navio de bandeira vermelha e ele matou o pai do menino. Cheio de tristeza, fúria e desejo de vingança o garoto pulou do penhasco e virou um dragão. Depois disso tudo que ele queria era voltar a ser humano, mas ele não podia. Entretanto, com muito esforço achou um jeito de controlar a transformação. Mas, um dia o jovem rapaz ouviu uma música. Não era só uma música qualquer, era a canção do ritual e sua natureza o impeliu a se transformar e ele pegou uma jovem noiva. Ao perceber o que estava fazendo, ele a colocou num lugar onde o dragão não conseguiria terminar o que havia começado. Não muito tempo depois ele descobriu que a moça era filha de um Duque e que no dia em que foi levada estava prestes a se casar com o neto do homem que havia matado o pai dele.

-E dai?

-E dai? A Duquesa percebeu que o Dragão não era o monstro malvado que o povo falava, se apaixonou por ele e largou o noivo metidinho no altar para ficar com o Dragão. Eles se casaram e fizeram um bebê, o primeiro bebê dragão concebido de um modo humano e o primeiro bebê dragão menina do mundo. 

Anastácia levantou os braços alto e disse:

-EU!

P.O.V. Anastácia.

Este lugar é diferente de tudo o que eu já vi, as damas não se vestem exatamente como damas e tem coisas brilhantes e todos eles são... vampiros e bruxas e lobisomens. Malditos!

-Não podemos ter um dragão dentro da escola.

-Como assim?! Olhe em volta! Está cercado por vampiros, bruxas e lobisomens. Porque eles são bem vindos e eu não sou?

Perguntei sentindo o fogo se espalhar pelas minhas veias e meus olhos mudarem de cor.

-Nenhum deles cospe fogo.

Mas, que homem burro.

-E dai que eu cuspo fogo? As malditas bruxas podem e vão botar fogo em você enquanto dorme só porque elas acham graça! Olha em volta. Elas saem por ai abusando do seu poder, amaldiçoando pessoas, condenando-as só porque tiveram um dia ruim! Essas... coisas são muito piores do que eu. Eles são mentirosos, covardes e traidores. Não tem honra ou respeito por nada, exceto pelo Poder e pelo gosto do sangue. Eles é que são os monstros. Nos traíram! Fizeram uma aliança com os humanos para roubar a nossa terra e quando nos revoltamos... criaram aquela abominação para nos engolir!

Falei perdendo a minha paciência. Coloquei o humano contra a parede e eu vi o medo nos olhos dele.

-Mas, você é igual a eles. Um hipócrita.

Me virei e sentei-me num dos bancos.

P.O.V. Hope.

Um acordo. Traição.

-Como assim eles roubaram a sua terra?

-Bem assim. Antes do demônio Malivore havia uma delimitação, os Dragões tinham suas Terras, seu território e não era perfeito, mas havia paz. Alguns morriam para que muitos mais pudessem viver e cada um na sua terra. Mas, tanto a humanidade quanto as suas raças miseráveis não se contentaram com o que tinham. Queriam mais, ficaram gananciosos então um dia uma frota de navios invadiu a Terra do meu pai, um verdadeiro exército saiu de lá. Nunca vou esquecer daquele dia. Está marcado á ferro na minha memória o que essa sua gente gananciosa e primitiva fez com o meu lar, com a minha mãe! Eles saquearam a ilha, levaram nossas coisas brilhantes, botaram fogo na vegetação, na nossa casa e então... um soldado que também era um maldito lobisomem, agarrou, estuprou e espancou a minha mãe. É claro que o meu pai ia ficar puto. Você não ficaria se uma fera demoníaca espancasse e estuprasse a sua mulher na frente da sua filha?!

Então Anastácia contou que o pai dela ficou furioso com o que os soldados tinham feito com a sua companheira e como dragões tem algum tipo de elo místico entre eles os outros também sentiram a dor dele e tomaram partido.

-Enfurecido com esta traição, esta desonra meu pai reuniu um exército de dragões e eles queimaram os vilarejos até o chão, mas o homem que feriu a minha mãe? Meu pai o pegou e o queimou vivo de dentro pra fora. Assim ele saberia o que acontece com gente da laia dele. Não muito tempo depois, a bruxa Gaia, o lobo Lucian e o vampiro Victor criaram aquela abominação e mandaram aquele flagelo por sob nós. Nos jogando no esquecimento e na escuridão, mas eles pagaram por isso pois quem com ferro fere com ferro será ferido. E do mesmo jeito que eles nos traíram... os humanos traíram eles. E os três maníacos acabaram em fogo! Os humanos os queimaram por heresia. Poético eu suponho.

Nossa ela é pirada, mas é um gênio.






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