"E eu tenho a sensação de que você nunca mais precisará de mim novamente"
- Falling Harry Styles
A noite corria solta sobre a cidade e Suna mais uma vez se revirava sobre a cama, já fazia algumas semanas desde que voltou a reviver o assunto do Coruja, todas aquelas mortes sem sentido e aqueles recortes de jornal deixavam sua cabeça ainda mais pesada
Largando o lençol do corpo, Suna caminhou pesadamente sobre o apartamento, sua cabeça rodava como nunca em sua vida, algumas fotos de sua familia estavam espalhados pelo chão, um suspiro grosseiro saiu dos seus lábios finos
Apenas a luz da lua iluminava todo o apartamento, os papeis que [Nome] havia deixado sobre a mesa ainda estavam ajeitados ali o fazendo coçar o rosto nervosamente
Tudo estava confuso, Suna se sentia mais perdido do que nunca
Ele caminhou até a geladeira, pegou uma garrafa de vodka e um copo pequeno e virou tudo de uma vez sentindo o ardume do álcool queimando na garganta, a mão foi direto ao maço de cigarros, apenas uma vez necessitava de algo para aliviar a dor que sentia em sua cabeça e coração
"Porque está fazendo isso filho?"
Suna suspirou fundo, vendo a silhueta de sua mãe sobre as sombras
"Porque está fazendo tanto mal a si mesmo?"
— Porque eu quero mãe! Apenas isso! - Suna retrucou já um pouco irritado acendendo o cigarro e dando uma tragada forte ouvindo a lamúria de sua mãe
"Você quer se esquecer de mim! É isso que você quer! Você nao me visita e mal telefona pra mim! Você não me ama mais?"
— Não é nada disso mãe. - Suna encarou a sombra mordendo forte seu lábio, estava falando apenas com as vozes da sua cabeça — Eu apenas estou irritado.
"Você vive irritado Rin, desde que fomos embora você vive dessa maneira deplorável!"
Agora ouviu a voz de seu pai novamente o encriminando apesar de tudo o fazendo revirar fortemente os olhos
— Não pai! Estou tentando esquecer vocês e morrer logo. Apenas isso. - Suna já estava devidamente alterado entornando novamente a garrafa em seu corpo caindo sentado sobre o sofá
"Admita Rin, você não quer morrer. Você está frustado porque está sozinho!"
— Eu não estou sozinho! Eu estou bem e não preciso que vocês me digam o que eu tenho que sentir! - mais algumas tragadas fundas ate soltar toda a fumaça na frente "deles"
"Você se sente arrependido por não ter conseguido nos salvar! Mas não queremos isso para você tambem!"
— Já disse que eu não estou sozinho! - Suna num ato de raiva pura jogou a garrafa ja vazia sobre a parede a quebrando em inúmeros pedacinhos e tirando uma lasca da parede
Então uma lágrima solitária caiu do seu rosto seguido de outra, e mais outra, até começar a suspirar e soluçar, e mais e mais lágrimas caíam do seu rosto, ele entrou gritar em vão, sua voz não saía, estava entalado em sua garganta
Pouco a pouco ele se ajoelhou sobre os cacos de vidro pouco se importando se aquilo machucava seu corpo, sua alma estava quebrada e ninguém poderia concertá-la, tudo estava acabado
Mesmo dolorido e revirado do álcool ele pegou o telefone, chamando por Osamu, ele poderia ao menos dar uma palavra de consolo
— Suna, o que houve? - a voz meia grogue indicava que ele acordou de repente e um soluço escapou dos labios — Você ta passando mal?! Me fala pelo amor de deus!
— Vêm pra cá...agora... - Suna silabou tentando não gritar durante a ligação enquanto o ouvia sair da cama apressado
— Tudo bem, precisa que eu leve alguma coisa? - pelo tom Osamu já estava vestindo a primeira roupa que via e logo seus pensamentos foram para um lugar
— [Nome].... - Suna disse num sussurro achando que ele não havia ouvido nada
— Tudo bem, em cinco minutos eu vou estar ai! Não sai dai! - Osamu encerrou a chamada o deixando completamente atordoado em suas mágoas e ressentimentos contidos por anos e agora não aguentava passar mais um minuto sequer com aquilo entalado na garganta
Os minutos pareciam ter voado quando viu a sua porta ser destrancada, sua vista estava meia turva mas aquele cheiro já estava decorado em sua mente
— Vem, você precisa de um banho Suna. Está cheio de cortes! Quer me matar do coração? - Osamu continuava a reclamar enquanto [Nome] apenas o ajudava a colocar o moreno num banquinho do banheiro bastante quieta
— Deixa que daqui eu assumo Osamu, você pode ir pra sala limpar aquela bagunça por favor? - a menina continuou com as mãos apoiadas no peitoral magro e firme dele enquanto via o de cabelos pretos acenar com a cabeça e sair do ambiente em silêncio
Suna por instinto passou as mãos sobre os cabelos mal amarrados dela, ela mal tinha trocado de roupa, simplesmente pegou seus pertences e correu junto com Osamu até a casa dele, seu rosto se aproximou perigosamente do seu pescoço a deixando meio atordoada
— Vamos, eu preciso tirar esses cacos e limpar esses cortes Suna. - [Nome] ofegou forte sentindo suas mãos rodeando sua cintura de uma forma acolhedora e desesperada por afeto
Ali, Suna novamente chorou, ele chorou como estivesse segurando toda aquela água dentro de seu corpo por anos, [Nome] compreendeu aquilo, sabia como ninguém como era engolir suas lágrimas por tanto tempo
Ele soluçou, gritou, esperneou como uma crianca que havia se machucado feio, as mãos dela alternavam as carícias entre suas costas e cabelo sussurrando que aquilo iria passar, Suna queria acreditar naquilo
Mas tudo em sua vida escapava das suas mãos, como ele saberia realmente que ela também não iria embora da sua vida?
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Notas
Posso eu estar chorando um pouquinho? Talvez ne? Talvez mas eu quis muito escrever esse capitulo porque é um leve desabafo por aqui, o Suna nessa fanfic é uma parte de mim que eu nunca contei, uma parte cheia de angustias, arrependimentos e ódio de mim mesma, por tudo que aconteceu e por coisas nas quais eu não tinha controle nenhum
Espero que estejam gostando da história e continuem a comentar pois me da um apoio enorme, um adendo besta: é um mini timeskip de uma semana então osamu já estava amigo da sn pra nao se confundirem, próximo cap vai mostrar isso
Enfim até mais pessoal, se cuidem :)
Nota adicional: EU ESQUECI QUE TINHA ATT PRA ONTEM GENTE DESCULPAAAAA KKKKKKKKK
