Três

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Agora estou voltando para casa com Daniel. Depois que chegamos na Nópolis, tomamos vitamina e Raf apresentou Kendra para mim. Ela é muito bonita com cabelos loiros e olhos castanhos.

__ No que você ta pensando?__Daniel diz enquanto nos aproximamos de casa. ___ Na garota, a Kendra. Ela parece ser muito simpática. __respondo.

___ Ela é. Fico feliz pelos dois estarem juntos.__ele diz enquanto subimos os degraus da entrada.

Esperava ver a Glace quando passássemos pela recepção. Mas ela não está lá. Me dirijo ao elevador e aperto o botão. Daniel fica parado olhando ao redor com uma expressão estranha.

__ O que foi? não vai subir?__ digo e ele olha mais uma vez ao redor e me segue para dentro do elevador. __Esta tudo muito quieto, estranho. __ele diz pra si mesmo. __Eu te deixo na porta.

Andamos pelo corredor. Ele se despede e entra na porta ao lado da minha. Quando entro em casa esta tudo muito quieto, já era para meu Pai estar em casa. Percebo que na mesa de jantar há um bilhete.

*****

Ainda não consigo acreditar que meu Pai foi viajar. Vou ficar sozinha aqui por umas duas semanas, tento afastar o pensamento.

Depois que jantei,
Recebi a ligação da minha melhor amiga. Conversamos por umas horas, afinal a Catilim tinha muitas novidades. Ela me contou que umas pessoas andaram me procurando dizendo ser meus parentes. O que achei estranho, já que a maioria dos meus parentes moram na Florida. Depois que nos falamos, tomei banho e me deitei.

Acordo no meio da noite com um estrondo que vem da cozinha. Me levanto e ando pelo corredor. Quando estou passando pelo quarto do meu pai, alguém me puxa para dentro tampando minha boca. Desespero passa por mim. Penso em algo para poder me libertar, e mordo a mão que está na minha boca.

__Calma Clary. Confie em mim__ reconheço a voz de Daniel. Esta abatida e tremida, acho que por causa da mordida. Eu respiro fundo e tento me acalmar. Os estrondos na cozinha continuam. Ainda assustada, mas aliviada por não estar sozinha me surge dúvidas. O que Daniel está fazendo aqui? Como ele entrou na minha casa? Da onde está vindo este barulho? Quem mais esta aqui? Quando penso em torna-las concretas, Daniel olha para mim, com a expressão mais relaxada e diz "Eu irei responder suas perguntas. Mas por enquanto confie em mim. Não faria nada para machuca-la". Confesso que isso não me tranquilizou.
Saimos do quarto de meu pai, ele na frente esperando por algo...eu espero não achar nada!
Quando passo pela cozinha o barulho diminui, deixando apenas um ruído. Na mesa de jantar, em vez das flores no centro da mesa esta uma gravura, com desenhos indecifráveis para mim, e com escritos que para mim não fazem o menor sentido. Vejo que Daniel tem alguma idéia do que significa, já que começa a suar.
___ O que é isso? Como você entrou aqui? Por que ta aqui? O que era aquele barulho? Como você quer que eu confie em você, se não me explica? ___ digo eufórica por explicação.
___ Cadê seu pai?__ ele diz rígido. Olhando em meus olhos com tamanha intensidade que desvio o olhar e digo que ele foi viajar a trabalho. Em resposta ele diz.
____ Isso não é bom. Olha acho que é melhor seu pai responder essas perguntas. Isso que acabou de ocorrer...
___ O que meu pai tem a ver com isso?
___ Clarisse, você tem muito a aprender, muito a ver.
Fico ali parada esperando algo sair da minha boca. Mas nada. Não sei o que dizer.
___ Sei que é difícil entender. De acreditar! Por que você acreditaria em alguém que acabou de conhecer? Eu já passei por isso também __no momento em que diz a última frase seu olhar se torna de culpa, de tristeza ___ Sei que é muito pedir para confiar em mim, mas você precisa. E tenho certeza de que algo dentro de você sabe disso.
Na hora que ele diz isso, lembro imediatamente das intuições que tenho. E que muitas vezes quando não a sigo, algo da errado. Desde pequena sinto ela comigo, como se me alerta-se.
___E o que você faz aqui? Para que preciso acreditar em você? O que significa isso?__ aponto pra mesa.
___ Do mesmo modo que você tem... vamos dizer intuição todos nós temos, só que uns não consegue percebe-la, nem sabem que existe. Foi isso que me trouxe aqui. No momento em que te vi no elevador, sabia que era como eu. E a pouco sonhei com essa mesma cena. E soube que precisava vir.__ Quando Daniel iria continuar o telefone toca. Olho no relógio e vejo que são três da manhã. Meio relutante atendo, e do outro lafo é meu pai.
___Querida você está bem?__sua voz é trêmula
__Sim. Mais ou menos. Pai tem algo que você deve me contar?
__Filha tem tanto a saber ainda. O mundo não é apenas o qie você vê. A muito mais oculto. Você não pode ver como a grande maioria pelo véu que protege o verdadeiro mundo. Nós fazemos parte dele. A somos a parte da história que não foi revelada, a parte que deixaram de mencionar com medo do desconhecido. Sinto muito não poder explicar mais, só que é muito arriscado, deveria ter te contado antes, antes... muito antes.
__Pai eu preciso saber! Aconteceu algo muito estranho. Preciso saber agora.
___Filha deixe eu falar com Daniel. Ele te ajudará a chegar a Colônia. Mas deixe falar com ele.
Passo o telefone para Daniel, que somente diz "sim, levarei, prometo" repetindo-as varia vezes.
Depois de Desligar o telefone ele me olha e diz
__ Parece que vamos viajar.

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