The greatest thing youll ever learn...

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Era 1900 em Paris.

There was a girl (Havia uma menina)

A very strange, enchanted girl (Uma estranha e encantadora menina)

They say she wondered very far (Eles diziam que ela vinha de muito longe)

Camila se encontrava encolhida como sempre ficava.

Very far, over land and sea (Muito longe, além da terra e mar)

A little shy and sad of eye (Um pouco tímida e os olhos tristes)

But very wise was she (Mas muito sábia ela era)

A dor sufocante em seu peito não lhe permitia raciocinar em outra coisa além... Daquilo.

Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, aquilo não importava.

Nada lhe importava.

A garrafa na sua mão, se encontrava vazia, escorreu por seus dedos ao sentir uma fresta de luz invadir a escuridão do seu eterno luto pessoal.

Aquela pequena fresta de luz, que era incômoda, partia do movimento que a cortina fazia.

Revelando o mundo fora daquele quarto: aquele lugar que um dia já fora o centro de alegria e música, hoje nada mais era do que um canto sóbrio...

Esquecido na história.

And then one day, (E então um dia)

One magic day she passed my way (Um mágico dia, ela cruzou o meu caminho)

While we spoke of many things (Enquanto nós falávamos de várias coisas)

Fools and Kings (Tolos e reis...)

Seus olhos se voltaram a noite bela que fazia lá fora: estrelas brilhavam, nenhuma superando a sua única estrela.

Olhou para a sua máquina de escrever. Aquele velho objeto amado estava empoeirado em cima da mesa, que não via-se utilizado há bastante tempo.

Guiando-se pelo instinto, Camila se viu em pé em frente ao objeto de tanto apreço.

O que faria?

Como viveria?

Sobre o que escreveria?

Por quais motivos escreveria?

As múltiplas perguntas se formavam em sua cabeça enquanto ela deixava seu corpo fraco cair sobre a cadeira, encarando o teclado a sua frente de forma cética e se encolhendo no móvel velho.

Horas se passavam enquanto ela admirava o cenário a sua frente. Cinco ou seis garrafas vazias estavam sobre a mesa, empoeiradas e entre duas uma singela teia com alguns insetos presos.

Os milhares de papéis jogados ao chão revelavam uma história do passado.

Seus braços descruzaram-se, seus longos dedos se movimentando em direção a uma pilha de folhas levemente amareladas a sua esquerda, e um leve sopro em direção ao teclado fez a poeira subir.

O estalar das engrenagens não lhe faziam tão mal quanto ela pensava. Seus dedos rodeavam as teclas, prontos para datilografar qualquer raciocínio que lhe viesse na cabeça.

Aquela folha de papel em branco... Hesitou, sentindo sua respiração falhar levemente, fungou.

Estava na hora.

This she said to me... (Isso ela disse para mim)

O tilintar das teclas se fez reinar conforme seus dedos ágeis deslizavam a sua frente. A tinta se fazia presente no papel conforme ela sentia a profunda dor lhe invadindo. Lagrimas se formavam debaixo dos seus olhos a cada nova letra impressa.

Era aquele o resultado:

"The greatest thing you'll ever learn... Is just to love and be loved in return.

The Moulin Rouge"

Camren In RedOnde histórias criam vida. Descubra agora