Maya Bishop era conhecida por manter seus pés no chão, tanto que ganhou uma medalha de ouro por isso, mas amar Carina era como voar e ela queria ser especialista nessa arte, mesmo que acabasse em pedaços. Todos os caminhos de sua vida tinham como destino final o desastre e, talvez, essa seja a consequência de nunca ter preenchido o vazio de seus pais. Como Maya queria estar errada ao dizer que nunca foi amada, apenas tolerada e o brilho nos olhos de Carina a ensinava todos os dias como era ser celebrada.
Para a capitã, Carina era o nome mais bonito que já deixara seus lábios e seu significado nunca seria capaz de transmitir tudo que a italiana é. Ela é o ponto final de uma grande tragédia, um suspiro aliviado de um universo cansado, cansado demais para notar que ela é uma em um milhão. Como uma grande história de amor, daquelas que são quase um mito, Maya a enxergou através de todos os muros. Não estava sendo precipitada, estava apenas iniciando um novo capítulo de uma história antes tão triste. Ao colocar seu uniforme cerimonial, Maya nunca teve tanta certeza de que estava fazendo a escolha certa.
Ela caminhou o mapa de ponta a ponta, de norte a sul, de leste a oeste, mas encontrou-se na luz dos olhos de Maya, no sorriso mais bonito que qualquer monumento. A liberdade de Carina vinha de dentro e não tinha dedos o suficiente para contar quantas amarras já a machucaram. Por muito tempo, convenceu-se de que precisava da solidão para ver o mundo, mas, assim como todos os caminhos levam a Roma, todos os seus corações partidos a levaram a Maya. Sem nenhuma explicação, Carina guardou todo o seu amor para ela, como se sempre soubesse que a encontraria. Longe de Seattle, deixaria a vida escapar e, aqui, Maya esperava por ela. Com seu vestido branco mais delicado, soube que não estava ali pelo visto, não queria multidão, só queria ela.
Uma paixão tão grande que não cabia em um altar, então, decidiram-se casar na estação. Victoria Hughes, a maior entusiasta do amor, transformou a casa de Maya em um pequeno lar para Carina. Como uma noite escura em Roma, pequenas lanternas iluminavam o caminho e o número seleto de convidados estavam sentados em cadeiras rústicas, como as dos melhores restaurantes italianos. Para Maya, não importava a decoração, seu olhar era para frente, sempre esperando por ela. E, naqueles quinze minutos de aguardo, seu coração parecia sair pela boca, seu uniforme social nunca tão sufocante, sentia-se bamba, como se fosse desmaiar e implorava para seu corpo não a trair. Até que seus olhos perdidos encontraram a calma e se apaixonou por Carina pela milésima vez.
Ben Warren, que tinha os irmãos DeLuca como família, caminhava com Carina ao encontro da mulher da sua vida. Ben era o pilar que ela precisava, era a lembrança de Andrea, era exatamente tudo que Carina admirava em um homem. A italiana cativava a atenção de todos, que acompanhavam cada passo em direção ao altar, mas toda a atenção de Carina estava nela. Sua Maya, sua fantástica Maya. Ao alcançar Maya, suas mãos procuravam pelas dela como um abrigo e assim que a encontrou sabia que estava preparada para o seu felizes para sempre.
Travis Montgomery, o segundo membro do clube de bombeiros LGBT de Seattle, não seria capaz de negar o pedido de Maya para oficializar a sua união. Então, aqui ele estava, de frente para toda a estação e alguns membros do Grey Sloan, tentando encontrar as palavras certas para iniciar a cerimônia, perdendo-se na memória de quando estava de frente para o seu marido pronto para desbravar uma vida juntos.
- Estamos aqui hoje para oficializar a união de Maya Bishop e Carina DeLuca. Eu sei que muitos de vocês estão chocados de ver que a senhorita monogamia é para fracos finalmente está muito dedicada. Temos que agradecer a Carina por isso. - Disse Travis, arrancando risos de todos.
- O amor é uma das coisas mais difíceis de decifrar e eu trouxe uma definição para que vocês nunca o esqueçam. Amar é o amor enquanto acontece, é se entregar nos braços de quem te faz bem, é ser feliz por acaso, é planejar para que o mundo não acabe e, se acabar, que acabe enquanto estejam juntas. - Continuou, tendo a atenção de cada alma ali presente.
Não era um papel do Estado ou um anel encomendado que oficializariam o que elas haviam encontrado. O amor estava nos detalhes, no dia a dia, na forma como Maya sabia o que Carina iria dizer só pelo franzido de sua sobrancelha, ou quando Carina, sem nem pedir licença, a abraçava tão forte quando ela mais precisava. Conheciam cada detalhe uma da outra e queriam todos. Ali, na estação, abriam o coração como nunca antes, Maya sendo a primeira a declarar seus votos.
- Carina, você é pura poesia, você é a descrição exata do universo quando fecho meus olhos. Eu te amo nos detalhes, nas entrelinhas, nas páginas fechadas e nas que ainda vão ser escritas. Eu prometo ser sempre seu refúgio, porque quando você me viu em pedaços, você me deu amor, um por um.
- Maya Bishop, você é o meu amor sem roteiro, minha viagem sem destino definido. Eu passei minha vida inteira procurando por todas as coisas que achei em você. Estou aqui porque quero, não porque preciso. O amanhã é um lugar distante demais, hoje é o melhor dia para dizer que eu te amo.
Sim. Três letras que expressam tudo que o futuro gostaria de dizer. Seus beijos se tornaram promessas e o amor uma pessoa, que sabe todos os segredos. De repente, um lar não tem portas, janelas nem paredes, mas tinha o cabelo castanho como a tempestade. Ao olhar para Maya, Carina pensava o quão fácil é se apaixonar por ela, como fez isso ontem, hoje, e faria amanhã outra vez e pelo resto de sua vida.
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oii, veio aí o casamento marina!
e aí? o que acharam? estão ansiosas para a festa? e a lua de mel?
obrigada por lerem 🥺
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MARINA - TEMPO DE SE AMAR
RomanceDepois da morte de seu irmão, Carina DeLuca encontra-se sem chão, mas Seattle não cansa de a surpreender. Será que a realidade deixará de ser tão cruel? Maya Bishop responderia que não, já que terá a mulher que ama levada para longe pela burocracia...