A Bailarina e o Militar

25 - Ela

Parece que vivo num teste constante, sou um teste constante. Sou boa a testes, sou uma pequena fera teimosa e perfeccionista, faço tudo o melhor que puder, desafio-me constantemente a ter o menor número de falhas possível, basicamente imponho-me isso.

Aquele sonho que se deseja com todo o coração?

Eu tenho-o, aliás tenho-os, sou cheia deles. Nasci para os realizar e não interessa os buracos que encontro na subida para os alcançar, visto que, as quedas não são os melhores ensinamentos.

E vai ser quando lá chegar, nem que seja por um momento, que eu vou agarrar a oportunidade e não largar mais. Irá ser o dia em que encontrarei o que para mim foi idealizado, vai ser o dia da minha paz e vou saber que fiz tudo para a alcançar.

Nasci para isso, amar o que sou, amar o que faço, amar o que vivo, amar o que sonho, amar os que me são queridos, amar a realidade. Ama-lo a ele. Amar...

Não sei ser conformada. Não sei querer unicamente o que a vida me vai trazendo. Não sei ficar sentada á espera que a vida me caia ao colo. Não sei não batalhar, não reclamar, não ser exigente comigo. Não sei ficar quieta e não trocar as voltas às certezas. Não ir atrás de outras formas ou soluções. Não sei não pensar. Mas... estou cansada. Não deixo de fazer tudo isto porque, isto sou eu, mas queria umas férias de mim. Umas férias de mim contigo. Umas férias de mim contigo estendidas a um sempre e para sempre. Quero viver o que sonhei e não aquilo em que me tornei. Quero o meu conto de fadas contigo.

Quero perder a noção do que tem de ser e do que deve ser nem que seja só por um pouco, quero viver a magia daquele momento. Quero o amor e uma cabana. Ser a criança que acredita no feliz para sempre. Viver o puro que já não existe. Ser inocente sem pensar que na realidade é tudo diferente. Viver o sentimento do momento sem desconfianças, sem cobranças. Acreditar que somos capazes, que somos o sonho e a melhor realidade um do outro. Que juntos, o céu é o limite, que faremos com que tudo signifique. Saber que todas as batalhas num futuro serão insignificantes quando vencemos a maior, a que batalhamos para ficar juntos.