Alexia endireitou o corpo e olhou para o jardim que ela mesma plantara. Pela posição do sol ela diria que eram quatro da tarde e logo os homens mais importantes da sua vida chegariam.
Ela correu para a casa, tirando as luvas de jardinagem e o avental e deixando-os no banquinho perto da porta. Antes de subir para o quarto ela deu uma ultima olhada no bolo que estava no forno que aspirou ao aroma delicioso. Ao fechar a porta do forno ela deu uma risada. Quem diria, havia se tornado uma boa dona de casa.
Ainda pensando nesta constatação ela despiu-se e entrou no banho. E como não podia deixar de ser, ela se perdeu nas lembranças daqueles últimos dezoitos anos.
Depois do reencontro, ela e o Doutor viajaram por muitos lugares. Tudo parecia um sonho. Nenhum perigo há vista. Paris na Belle époque, as pirâmides do Egito, o planeta Barcelona, as torres de Byzanthium. E no meio de um passeio de gôndola veneziana, sob uma enorme lua cheia ele a pediu em casamento.
Voltando para a Terra e para Londres, os dois continuaram na casa próxima à casa de Sarah Jane, e Alexia continuou com seu trabalho como professora maternal, enquanto o Doutor, que assumira o nome de John Tyler, conseguira uma inesperada colocação no Museu Britânico
E assim se passaram dezoito anos. Adrian crescera sem saber a verdadeira história da mãe que adorava e do pai que ultimamente se tornara extremamente preocupado com sua saúde.
Adrian se tornara um jovem bem ativo. Herdara os cabelos escuros da mãe e os olhos azuis esverdeados límpidos do pai. Inteligente, mostrava muitas vezes um raciocínio rápido, surpreendendo seus professores. Na parte física também demonstrava um vigor que o tornava indispensável em muitos esportes que praticava no colégio
Isso o tornava muito popular no colégio especialmente entre as garotas. Mas nenhuma delas o atraia de forma especial. Ele saía com elas socialmente, mas sem compromisso sério.
Ele ainda pensava em que faltava nas garotas que conhecia quando chegou a casa.
- Mãe? Pai? Cheguei! – ele anunciou largando a mochila com livros junto à escada.
Se aproximando do escritório do pai ele ouviu vozes. Parecia a dos pais mais outra voz masculina que ele não reconhecera.
- Então Doutor, - a voz dizia – eu nunca pensei em ver você tão caseiro...
Doutor? – Adrian estranhou.
- O que você faz aqui, Mestre? – ele ouviu seu pai dizer.
- Bem, eu poderia dizer que passei para uma visita de cortesia. Mas não. Eu a quero.
Quem? Quem ele quer?
Adrian abriu a porta do escritório devagar e viu seu pai ao lado de sua mãe e o homem que ele chamava de Mestre encostado a grande mesa que havia no escritório.
- Quando você vai desistir, Mestre? – seu pai disse com voz cansada. – Muito tempo já se passou. Quantas vezes eu destruí os seus planos? Quantas coisas eu perdi por sua causa. Eu só quero ter a minha vida.
- Você desistiu de salvar o Universo, Doutor? – o Mestre perguntou.
- Quantas vezes eu fiz isso em meus dois mil e trezentos anos? O Universo sempre terá o Doutor para salvá-lo. Os meus anteriores estão ai para isso. Mas eu – ele bateu no peito – quero somente viver em paz com a minha família.
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Criança perdida - uma fanfiction de Doctor Who
FanfictionAlexia sabia que não tinha passado, era uma órfã sem berço, mas isso nunca a abalara antes. Mas desde que conhecera aquele homem misterioso e sua incrível cabine de madeira azul, sua vida era uma sequencia de revelações e surpresas. Quem era ele e p...