Capítulo 2 - Sonhos e Pesadelos

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Henry

Dor de cabeça da porra. Nunca mais bebo uísque.

E o sonho que repete todas as noites há semanas não param. Sempre a mesma mulher com aqueles olhos de corça. Linda, intocável, irreal, irritante.

Angustiante.

Pelo menos sei onde estou. Meu quarto. Faço aniversário amanhã, mas meus amigos insistem em celebrar todos os dias até o limite.

Existe limite com esses caras?

Não quando é o meu dinheiro na mesa.

Começo a lembrar de ontem na boate, quando uma das garotas subiu na mesa e dançou funk se insinuando para mim. Muito fácil. Pensei em comê-la no banheiro, mas estava entediado demais, bêbado e sem tesão.

Alguma coisa mudou desde que aquela garota começou a trabalhar para mim. Para a empresa.

Os sonhos começaram para meu pesadelo real.

Eva.

Cheia de orgulho, cheia de si. Me olhou como se eu fosse menos que um verme durante toda a entrevista. Experiência em dois estágios, excelentes empresas cariocas das áreas de assessoria e relações públicas. Currículo impecável.

Inacessível, entretanto.

Para o azar dela, a vaga que tentou era de assessora administrativa. Minha assessora (Risos).

Papai estava viajando, ele a conhece de algum lugar que ainda não descobri e a indicou para a vaga. Mas naquela semana eu dava as cartas e tinha a bonitinha, retocada e fácil Mariah que me atenderia a qualquer momento sem hesitar ou oscilar.

Currículo? Uma merda. Profissional? Pior. Mas toda assessora que trabalha para mim serve apenas para sexo, mesmo que dure pouco tempo na função. Nunca precisei de alguém se achando mais inteligente do que eu. Não preciso.

O problema é que ultimamente não quero transar com nenhuma mulher. Nem a bendita assessora oito horas disponível. Se o faço, é sempre sem graça e chato. Os gemidos irritantes durante o sexo faz todo mundo do escritório escutar, incluindo o Sr. Heitor. CEO. Meu pai.

Eva, entretanto, me surpreendeu. Quando anunciei a escolhida entre as quatro candidatas, só me olhou com desdém, desceu até o setor de Recursos Humanos no segundo andar e se ofereceu para a vaga que estivesse disponível.

Faxineira.

Papai quase me matou ao retornar de viagem e dar de cara com Mariah mais maquiada que palhaço às oito horas da manhã na mesa em frente à minha sala. Ele queria Eva, a Santa.

Preciso contar sobre o fato de todos os funcionários e funcionárias se apaixonarem por ela? Pela determinação e ousadia daquela garota misteriosa? Pela beleza paralisante?

Claro, desde seu primeiro dia na OSFO fizemos questão de demonstrar um ao outro o quanto nos odiamos.

Que se foda. Tenho Claudinho para usar como bucha quando quero irritá-la. Ele é manipulável. Puxa-saco conveniente e um gerente razoável.

Ela o odeia também (risos). Ou sente algo como nojo. Haha

Oh merda de dor de cabeça. Preciso de aspirina.

EVAOnde histórias criam vida. Descubra agora