Não sei se eu deveria começar exatamente pelo começo... É confuso, eu sei. Meu diagnóstico é complicado: nunca sei quando farei sol ou quando uma tempestade se formará.
Todos os dias, percorro o meu quarto com os olhos mais fechados do que abertos e penso em todo o desgaste que aqueles anos me fizeram. Experiência à troco de quê? Preferível ter aproveitado da solitude que viria.
Hoje, essa mesma solitude acabou de se tornar solidão, mesmo assim, não a temo. Abraço-a com o mesmo carinho que ela me abraça. Bom, é recíproco afinal.
Me imagino em outros corpos que não são o meu, em uma outra vida, outra realidade. Penso no quão diferente as coisas poderiam ter sido e no quão simples tudo poderia ser.
Há um pássaro azul em meu peito que quer sair, e às vezes, eu deixo. Tristemente ele volta ferido, decepcionado. Pequeno pássaro, melhor fazer morada por aqui mesmo.
Solidão.