Durante os quinze minutos que S/n tinha chegado adiantado, cinco deles a garota passou observando o bar. Quando ela chegou estava tão distraída com seus pensamentos que nem viu para onde foi o Renan, então a jovem resolveu olhar o bar com mais detalhes. Ela olhou todo bar, viu umas mesas de plástico vazias, viu uma mesa de sinuca, mais ao fundo do bar viu um freezers, viu o balcão de bebidas, onde S/n achou que deveria ter alguém, mas estava vazio, e também viu uma geladeira amarela com um tecado numérico, achou estranho, mas nem deu muita bola, pois logo em seguida viu um fliperama de Tetris.
S/n adorava jogos de vídeo game, sempre jogava com Matheus, passavam dia e noite zerando vários jogos juntos. Ela também jogava com Agatha, na verdade S/n jogava, enquanto Agatha ficava estudando ou lendo aquele livro esquisito que ela achou na biblioteca da escola.
S/n olhou seu relógio, viu que ainda faltava dez minutos para dar o horário que foi marcado pelo Arthur, e decidiu que jogar uma partidinha de Tetris não iria matar ninguém. Então durante os seguintes dez minutos, a jovem ficou jogando, quando de repente Arthur chega atrás dela.
- Nossa! Você é muito boa neste jogo, você e o Kaiser se darão bem, ele também adora estes tipos de joguinhos. – Disse Arthur, de uma forma muito animada.
Arthur falou isto em um tom de voz tão alto e a jovem estava tão concentrada no jogo, que tomou um puta susto.
- CARALHO! Arthur, você quer me matar do coração. – Disse S/n tentando regular sua respiração, que agora estava meio irregular devido ao susto – O susto foi tão grande que eu até perdi o jogo.
- Desculpa, S/n – Disse meio cabisbaixo – Não queria fazer você perder, só fiquei surpreso. Olha você passou até do Samuel.
S/n olhou para a tela e percebeu que ficou em segundo lugar no ranking de pontuação, ela estava na frente de um tal “Daylight Demon”, que deveria ser este tal de Samuel que Arthur mencionou, e ficou atrás de um tal “Angel of the Night”. Como a garota viu que os dois nomes eram codinomes, achava que era de vídeo game ou algo do tipo, e decidiu colocar o seu codinome de games também. S/n colocou “Hell’s Moon”, a garota sabia que era meio agressivo demais o codinome, mas foi Agatha que ajudou ela a escolher, então gostava bastante do nome.
- Pronto, Arthur! Já podemos ir, só estava colocando meu “nome” no ranking. – Disse a jovem, que estava bastante ansiosa, ela já havia esperado tempo demais para entre na Ordem, então ela estava quase explodindo.
- Codinome legal! – Disse Arthur – Vem! Hoje eu vou te mostrar toda a base e depois vou levar você para falar com o senhor Veríssimo.
Arthur guiou a jovem até a geladeira amarela, que ela tinha estranhado mais cedo e falou algo sobre a garota colocar a senha. No começo a garota achou que era para digitar a palavra agora através do teclado numérico, que nem em um celular mais antigo, mas logo percebeu que era uma senha de quatro dígitos somente. 0436, foi o número que a jovem colocou. A geladeira se abriu dando para uma escada que descia para algum lugar que a garota não consegui ver de onde estava.
- Cara, me falaram que você era inteligente, mas não sabia que tanto. A maioria dos novatos demoram mais para descobrir o segredo – Falou o moreno muito animado.
Arthur desceu a escada e a jovem foi atrás dele. Arthur mostrou toda a base para a novata. Nenhum momento o moreno mencionou Agatha, nem mostrou direito a sala da garota em corpo de garoto, quando ele e S/n passaram na frente da sala de Agatha, Arthur só falou que era uma sala de rituais e que achava pouco provável que S/n precisasse ir naquela sala frequentemente.
Depois de S/n ter uma conversa com o senhor Veríssimo, que ela não prestou muita atenção por estar com um pressentimento muito ruim, parecia que algo dentro dela estava se agitando, que queria sair do corpo dela e que algo muito ruim iria acontecer. Claro que ela já sabia muito bem que sentimento era aquele, ansiedade, a garota estava muito ansiosa, mas nem ela sabia o motivo. A garota imaginou que era por causa que a sala do senhor Veríssimo era do lado daquela sala de rituais que a jovem viu mais cedo e imaginava que o que estava causando ansiedade nela era a energia meio pesada naquela sala e a membrana mais fina lá. Nada que a jovem não achasse que é só paranoia dela.
Depois que falou com o senhor Veríssimo, S/n estava indo em direção a enfermaria para falar com Marcela, mas no meio do caminho foi interrompida por Arthur, que tentou puxar um papo com a novata. Claro que S/n respondeu de forma gentil ao veterano da Ordem, a menina pensou que seria bom fazer amizade com alguns membros mais antigos da Ordem. Cinco minutos de conversa uma voz meio estridente, que carregava muita curiosidade falo:
- Quem é “Hell’s Moon”, que me passou no Tetris? – Disse um homem negro, que S/n presumiu ser o Samuel que o Arthur tinha falado mais cedo.
S/n nem iria responder, ia fingir que nem escutou a pergunta. A garota não gostava de ser o centro das atenções. Mas antes que ela pudesse fazer algo, Arthur gritou em resposta:
- “Hell’s Moon” é o codinome da S/n, ela é a nova agente da Ordem! – Gritou Arthur muito feliz, e fazendo todos os presentes da sala olhar para eles, assim fazendo a jovem dar uma leve corada.
Na hora que Agatha ouviu Arthur falando aquilo, ela se virou na direção do amigo, meio chocada, quando ela olhou para S/n pela primeira vez em 4 anos, a garota simplesmente ficou paralisada. Queria ir muito abraçar S/n, falar o quanto sentiu saudade, pedir desculpas por não dar nenhuma explicação para ela, mas ao invés disto paralisou, não conseguia mover um músculo do seu corpo. Quando de repente S/n estava olhando em volta dela, para todos os que estavam olhando-a quando Arthur gritou e foi nesse segundo que seus olhares se cruzaram, S/n que estava corada ficou mais pálida que uma folha de papel. S/n reconheceu Gabriel no meio daquelas pessoas. Ela reconheceu o garoto dos seus pesadelos. O garoto que sumiu a quatro anos atrás junto com a vida de sua namorada.
S/n começou a sentir um formigamento por todo o seu corpo, a garota começou a suar muito e se segurou para não começar a tremer.
- Arthur, eu vou ir na enfermaria falar com a minha mãe. Até mais. – Disse S/n com uma voz meio falha, tentando fazer ela ficar o mais normal possível.
S/n saiu correndo para a enfermaria, antes mesmo que Arthur a respondesse. Ela já sabia o que estava acontecendo. Ela estava no começo de mais uma de suas milhares crises de ansiedade, que viraram mais recorrentes há quatro anos atrás. Quando ela chegou na enfermaria, ela já estava com o coração batendo muito forte, não estava conseguindo respirar e a tremedeira que ela tentou controlar já não dava mais. Assim que Marcela a viu já sabia o que estava acontecendo, Marcela já presenciou cenas deste tipo com S/n várias vezes. Marcela guiou S/n para um leito no final da enfermaria, tentando a acalmar, enquanto S/n tentava falar:
- Mãe... Mãe. Eu vi. De novo. Eu tô tendo. Alucinações. De novo. - S/n tentou falar, mas estava com muita falta de ar.
Por enquanto Marcela tentava acalmar S/n na enfermaria. Agatha correu para a sala do senhor Veríssimo, sem bater mesmo, e perguntou:
- Véio! Você sabe quem é a nova agente?! – Falou Agatha, tentando falar o mais normalmente possível.
- Eu sei, sei que ela estava naquela noite na escola quando tudo aconteceu. – Respondeu senhor Veríssimo calmamente.
- Então pq recrutou ela, ela deve me odiar e também aqui é um lugar muito perigoso! – Disse Agatha tentando não deixar transparecer que estava preocupada com a garota.
- Olha, Agatha, estamos sem agentes, a garota que se voluntariou para a Ordem e ela tem habilidades impressionantes, não podemos perdem uma oportunidade de ter uma agente como ela, só por causa de um desentendimento pessoal, e acho que ela consegue muito bem se proteger aqui. Além disto, pelo jeito que você está preocupada com a garota imagino que você se importe com ela, então acho que ela não deve te odiar. – Finalizou o senhor Veríssimo.
Agatha saiu da sala dele bufando meio brava e se trancou na sua sala. Ela queria muito ir falar com S/n, pedir desculpas para ela, por tudo que Agatha a fez sofrer. Mas Agatha não se achava digna de dirigir a palavra S/n, mesmo S/n não sabendo que ela era a Agatha e não o Gabriel.
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ORDEM PARANORMAL - Imagines
Short StoryComo o nome do livro já diz, aqui você vai encontrar diversos imagines sobre o universo de AOP.