17 || passo

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Querida Ladybug,

Tudo é tão caro. Os meus pais estão a tentar começar a adiantar a compra das coisas que eu eventualmente precisarei.

Uma cadeira de rodas. Uma máquina BiPaP. Estão a pesquisar sobre tubos de alimentação.

É chato. Sei que não é culpa minha eu estar doente, mas mesmo assim parte de mim sente-se culpada. Não sei porque sinto culpa o tempo todo. Quer dizer, meio que entendo o porquê. É meio obvio.

Quando partir, vou deixar um buraco gigante nas vidas deles.

Quero dizer-lhes que parem, que deixem que o inevitavel aconteça.

De que vale continuar?

Sempre,

Marinette.

Adrien fechou o diário com um suspiro. Essa tinha que ser uma das entradas anteriores. Ele passou a mão pela lombada gasta do diário. Isso era tudo que ele tinha dela. Adrien tinha que valorizar isso, não importa o quanto isso o machucasse. Não importa o quanto ele sentia falta dela.


O jovem pousou o livro suavemente. Olhou para ele cuidadosamente uma última vez antes de desligar a luminária de sua mesa. Adrien saiu em silêncio para ver os Dupain-Cheng. Ele só queria ter certeza de que Sabine estava bem.


Tom atendeu a porta. Parecia que ele não tinha dormido, mas um leve sorriso ainda enfeitava suas feições. Parecia cansado e triste, mas nada sobre isso era forçado ou falso. "Bom dia Adrien. O que o traz por aí?"


Adrien enfiou as mãos nos bolsos. "Eu queria dar uma olhada em vocês ... Eu só queria ver como Sabine estava ..." O homem loiro parou e Tom acenou com a cabeça."Ela está em cima," Houve uma pausa, como se dizer o nome de sua própria filha fosse doloroso. "Quarto de Marinette." O homem mais velho engasgou. Adrien se sentiu tenso. Ele não queria entrar no quarto dela. Pelo menos ainda não. "Sabine passa quase todo o tempo lá em cima", disse Tom lentamente. "Não sei quando ela vai descer." "Vou ver como ela está." Adrien cerrou os dentes enquanto subia as escadas. Cada passo era mais doloroso que o anterior. Quando ele finalmente alcançou seu quarto rosa, Adrien sentiu como se a pedra em seu estômago tivesse se movido para seu peito, restringindo seu fluxo de ar e tornando impossível respirar. O homem mais jovem se aproximou da mãe de Marinette. Ela chorou lágrimas silenciosas e inconsistentes enquanto se encostava na cama da filha. Ela parecia ter envelhecido uma vida inteira desde que ele a vira pela última vez. Parece não haver mais vida na mulher, o que só fez seu peito doer mais.Adrien não disse nada. Não havia nada a dizer na situação. Ele segurou sua mão suavemente e sentou-se ao lado dela enquanto ela chorava. Adrien fez o seu melhor para estar lá para ela.


Tudo cheirava a ela. Sua cabeça estava girando. Uma parte dele queria ir embora enquanto a outra queria enterrar a cabeça na fronha dela e se banhar no que restou de Marinette.Isso só o fez sentir ainda mais falta dela.

Sempre, Marinette - adrienette auOnde histórias criam vida. Descubra agora