Capitulo 1: Um novo começo

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21 de janeiro de 2022

Se fosse para descrever, hoje seria o dia mais estranho da minha vida, tantas coisas aconteceram e simplesmente não sei por onde começar. Acredito que deveria estar a caminho de minha casa antes de chegar aqui..., mas a grande pergunta é, onde é aqui? E como raios eu vim parar aqui?

Não me lembro de muita coisa, na verdade, não me lembro de quase nada, a única coisa que tenho quase certeza é meu nome, Mirhous, sim, esse é meu nome... eu acho, tento me lembrar de outras coisas, mas sou distraído por um barulho.

-Alguém pode me ouvir? - Grita uma voz afeminada - Está escuro, por favor alguém me ajuda.

Quando finalmente percebo que não enxergo também, acredito que estamos em algum tipo de caverna ou algo do tipo. Volto minha atenção para a voz, tento falar algo para tentar reconfortar.

- Eu estou aqui, consegue seguir o som da minha voz?

- Sim! - Diz a voz misteriosa em um tom ainda assustado.

-Ótimo! Não se preocupe eu estou aqui e vou te esperar - respondo tentando passar um ar de confiança.

Ela se aproxima cada vez mais quando finalmente sinto a mão dela, infelizmente ainda não consigo ver quase nada, mas continuo seguindo, como não é possível ver nem um palmo na minha frente, sinto que sou obrigado a me guiar com as mãos, e saio tocando as pedras e pisando bem devagar para garantir que não tenha um buraco ou sei lá, um bicho querendo me comer. As pedras aqui são frias e meio úmidas, parece que corre água por aqui, talvez por trás das paredes. O chão é como pisar um cascalho, porém mais grosso e pedregoso, talvez a caverna seja no mesmo nível do mar ou algum dia já foi difícil saber sem poder enxergar.

Mas uma coisa eu sei, a mão da pessoa misteriosa é bem macia, ela não largou em momento algum a minha mão desde que chegou até mim, chuto que talvez seja uma menina afinal de contas. Finalmente, após algum tempo andando no escuro conseguimos ver um feixe de luz e começamos a correr em direção ao que acreditamos ser a saída.

Bem, achamos e ao que parece estávamos em um tipo de caverna no meio da floresta. Depois de alguns segundos pensando e analisando o lugar me lembro da menina que estava comigo e que não havia visto seu rosto.

- Acho que agora estamos num lugar mais claro - Falo com um sorriso na esperança de acalmá-la - Você sabe onde estamos?

- Não julgo que aqui seria tão seguro assim... Mas mesmo assim é melhor que aquela caverna - Ela me olha de cima a baixo com uma cara meio confusa - Desculpa, eu realmente não sei.

- Acredito que não temos escolha a não ser procurar um lugar para passar a noite.

- Por favor, qualquer lugar que não seja aquela caverna escura e mofada - responde a menina misteriosa - eu só queria saber onde estamos, quero voltar para minha casa...

- Olha, você não é a única, estou tão perdido quanto você, é tudo muito confuso - digo enquanto olho para o brilho das estrelas, com um tom de medo - mas você disse da sua casa, você é de onde?

- Bem... beeem... Eu não sei, quer dizer, eu não me lembro exatamente, sei que era um lugar quente e com cheiro de comida caseira - ela responde enquanto seus olhos começam a se encher de lagrimas - desculpa, eu acho que vou acabar chorando.

- Ai, ai, ai, por favor não fica assim, não era essa minha intenção - digo todo sem jeito e sem ter a mínima ideia de como reverter a situação.

Quando nos preparávamos para sair daquele lugar, eis que ouvimos um barulho, outras pessoas, muitas pessoas. A cada minuto que passava mais e mais gente saia de dentro da caverna e todas não lembravam de nada a não ser seu nome, fiquei feliz em ser o único que lembra pelo menos que ia para casa antes de acabar parando nesse lugar. Depois de em torno uma hora, haviam cerca de umas duzentas pessoas ali, quando uma delas grita:

Os filhos de outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora