Mira abriu o portão que estava encostado e entrou, percebi que ele tinha um olho roxo e enxado.
- Leonardo te bateu de novo? - Perguntei e ri pelo nariz.
- Não, não. Foi outra briga. - Ele disse simples. - E você só viu uma briga minha e de Leonardo, em outras brigas que nos tivemos a maioria ele que apanhou.
- Ah claro que sim, imagino. - Falei sem colocar muita fé no que Mira havia dito.
- Você esta duvidando? - Ele arqueou apenas uma sobrancelha e percebi ele ficar irritado.
- Eu não. - Falei fazendo um movimento com minhas mãos.
- Ah bom. - Ele disse e sentou-se ao meu lado.
- Por que vocês não largam esse mundinho? Isso so proporciona desgraça... - Por fim, falei. Estava entalado.
- Essa é minha vida agora, Milly. É uma chance de eu não ser mais um idiota invisível, de as pessoas me respeitarem...
- Idiota você continua sendo. - Falei simples.
- Não da mais pra conversar com você sem sentir vontade de te dar um tiro. - Ele disse irritado com o meu comentário, apenas o olhei.
- Matheus, você é... ERA uma das melhores pessoas que eu conheço ou conhecia, você nao precisa disso, não precisa entrar em brigas ou machucar alguem para mostrar que é o melhor.
- Mas nós somos gangsters não somos totalmente ruins. - Ele disse.
- Me dê um exemplo. - Falei.
- Ok, então... se nós vermos, por exemplo, um homem assaltando uma pobre velhinha, nós estouramos a cabeça dele. - Ele disse indiferente.
- E aí, vocês ficam com a bolsa dela né? - Fui sarcástica.
- Claro que não, Milly. - Ele disse. - Nós devolvemos a bolsa, só ficamos com o que tem dentro. - Puta que pariu, eu não tinha ouvido isso. Não sabia se Mira estava brincando ou falando sério. Ah, claro, segunda opção.
- Que horror, Matheus. - Falei apavorada e ele riu. - Você caiu no meu conceito completamente agora.
- Pois é, pequena Milly. - Odiava que me chamassem assim. - Essa é minha nova e divertida vida, drogas, festas, sexo, assaltos, enfim, ser livre. - Se isso era ser livre, eu preferia estar em uma prisão perpétua. Eu não estava acreditando em toda aquela mudança, eu estava falando com alguem que eu nunca havia conhecido, nunca.
- Vá embora por favor e só volte quando o verdadeiro Mira voltar. - Falei segurando o choro. Ele não falou nada, apenas levantou-se indo em direção ao portão, assim que ele saiu ele virou-se e disse: - Eu te amo, Kamilly. Eu sempre te amei, mas eu não mereço você, não mais.
Pronto, perdi toda a linha de raciocínio, fiquei sentada ali mais um tempo ainda sem acreditar no que eu acabara de ouvir, não ao quando Matheus disse que me amava, mas também em todas as outras merdas que ele falou. Eu tentava me acalmar, eu juro, mas estava sendo impossível.
Fiquei ali por uma hora, até esperei meu pai chegar, mas como ele não chegou e eu estava muito casada pois havia sido um dia e tanto, eu resolvi entrar. Fui direto para o meu quarti e me joguei em minha cama, era dela quem eu realmente precisava, me perdi em meus pensamentos e acabei dormindo.
O celular despertou e eu acordei super feliz, mentira, voltei a dormir, até o celular despertar de novo e eu acordar assustada tendo em minha mente que eu estava completamente atrasada. Levantei correndo, tropeçando em tudo quanto é coisa até chegar no banheiro, onde tomei o banho mais rápido da minha vida e me vestu com a primeira roupa que vi em minha frente, sendo que a parte de baixo era minha calça de pijama. Troquei, claro. Me atrasando ainda mais. Sem contar que tinha a parte de descer as escadas e eu não podia fazer isso correndo se não...

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𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 ⚠️𝐀𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚ç𝐚𝐨 𝐋𝐞𝐨𝐦𝐢𝐥𝐥𝐲⚠️
Fanfiction"Você é minha querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha" - Leonardo Alves E se a fosse dele? Somente dele. Mas ele não dosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo, isso estivesse vale...