𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐢𝐯𝐞 ⚠️𝐀𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚ç𝐚𝐨 𝐋𝐞𝐨𝐦𝐢𝐥𝐥𝐲⚠️

Don't Lie To Me

- Me enganei, desculpa. - Ele disse isso com um tom seco em sua voz, como se ele não tivesse gostado nem um pouco do fato de eu ter mentido para ele, e ele não havia. Mas ele não podia simplesmente me atacar ali.

- Parece até que vocês já se conheciam. - Me faltou ar ao ouvir uma das amiguinhas plastificadas de Giovanna falar.

- Eu concordo com a Jessy. - Camila disse, olhando para mim e Leonardo desconfiada.

- Nunca vi essa garota na minha vida. - Leonardo mentiu. - Graças a Deus. - Ele disse e Camila riu.

- Vitinho? - Virei para trás o procurando.

Vitinho era um dos meus melhores amigos dentro daquela escola. Ele sentava bem no fundo da sala, geralmente nerds sentam na frente para acompanhar a explicação do professor melhor, mas ele era diferente. O procurei por motivos de: Na sala havia 5 fileiras de classes e na frente dessas fileiras, óbvio, ficava a mesa do professor, no caso onde Leonardo estava, eu sentava na segunda classe da terceira fileira e ficava muito à frente do mesa do professor, mas agora, Leonardo estava ali e aquilo não estava me agradando nem um pouco  então procurei Vitor para ver se eu podia sentar perto dele, até porque ele sentava na última classe da última fileira, longe o suficiente de Leonardo.

Ah, e Giovanna sentava na primeira fileira, na primeira classe, ela estava usando um saia e eu podia ver ela abrindo as pernas "sem querer" para chamar atenção de Leonardo. Puta.

- Fala, Milly, estou aqui. - Ele disse levantando o braço.

- Tem lugar aí perto de você? - Perguntei. E ele olhou em sua volta.

- Tem uma classe vazia aqui. Bem ao meu ladinho, gata. - Eu ri, e levantei-me pegando minhas coisas e indo sentar ao seu lado.

A sala estava uma bagunça, nem parecia que esses animais iriam se formar, parecia que recém eles chegaram na primeira série. Quando empurrei minha cadeira para baixo da classe, fui impedida de prosseguir.

- Eu dei permissão? - Ouvi a voz de Leonardo.

- Nossa, que moral hein, chegou aqui hoje e já pode dar "permissões". - Fiz aspas com os dedos e ironozei a situação.

- Bom, acho que eu posso sim, estou no lugar do professor e também acho melhor você ficar no seu lugar. - Ele disse com um tom desafiador.

- Garanto que o Sr. Thompson não se importaria se eu fosse sentar com Vitinho. - Na verdade ele se incomodaria sim.

- Eu também não me incomodo nem um pouco. - Leonardo disse. - Mas... continue no seu lugar. - Dei um sorriso irônico e continuei indo em direção a outra classe, mancando.

Felizmente, os outros períodos eram sem Leonardo e passaram rápido. Bateu o sinal e fui guardar meus livros no armário, depois fui ao banheiro para me olhar no espelho, o que não foi uma boa ideia, pois eu estava em condições precárias.

Fiquei conversando um pouco com Vitinho e Milena, papo vai, papo vem, até nós percebemos que a escola estava praticamente vazia, quase todos os alunos já haviam ido embora, com exceção minha, de Milena e de Vitinho claro.

- Nossa, so está a gente aqui pelo o que eu estou vendo. - Vitor disse.

- É, então vamos antes que eles fechem a escola. - Milena disse.

- Verdade, se não depois eles só abrem para quem estuda a noite. E eu não quero esperar aqui dentro. - Ri e me despedi deles, os dois foram para o lado da saída e eu fui para o estacionamento da escola, onde estava o carro que eu havia ganhado de meu pai em meu aniversário de 16 anos. Abri a porta do carro  mas em um movimento rápido alguém fechou de volta.

Segui com os olhos aqueles braços fechados em tatuagem, e merda.

- Vai dirigir com o tornozelo machucado? - Ele perguntou com seu típico ar de deboche, mas meu tornozelo não doía que nem antes, eu ja podia firmar meu pé.

- O que você quer? - Perguntei sem nenhuma paciência.

- Da última vez que você perguntou isso, você foi parar na minha cama, lembra? - Ele disse e mordeu os lábios. O ignorei. - Mas o assunto é outro agora e você sabe do que se trata.

- Não, eu não sei. Tchau. - Falei tentando me virar e entrar em meu carro, mas eu estava encurralada.

- Eu odeio que mintam para mim, KAMILLY. - Ele deu ênfase ao meu meu nome. - E você mentiu. Ninguém me passa para trás, mini vadia.

- Sempre tem uma primeira vez. Fui curta.

- No seu caso vai ser so primeira vez mesmo, porque hoje eu não me importaria de enterrar você... viva. - Estremeci. Leonardo falava de um jeito que eu não sabia se ele estava brincando ou falando a verdade, mas mesmo assim, eu acho que não era brincadeira.

- Você não é louco em fazer isso.

- Tem certeza?

- Caralho, tanto faz se meu nome é Leuren ou Kamilly, garoto. Você sempre tem que se achar o fodão e complicar as coisas, que porra.

- Eu sou o fodão, e para mim também tanto faz, o problema é que você mentiu. Ah e não esquecendo que você me desobedeceu hoje, lembra? Odeio que desrespeitem minhas ordens.

- Você odeia tudo, Alves, já percebeu? Você é feito de ódio. - Leonardo hesitou um pouco quando eu falei aquilo, mas logo ele voltou a postura normal.

- Você me leva muito na brincadeira, toma cuidado... Vadiazinha de camelô. - Ele disse, colocou seus óculos escuros inseparáveis e saiu.

Meu coração parecia que ia sair pela boca. Pude ver Alves entrar em seu carro e arrancar, eu fiz o mesmo, a única diferença era que eu dirigia em uma velocidade permitida.

Cheguei em casae eu precisava contar tudo para Isa, quero dizer, não tudo. Só a parte que seu gângster favorito (eca) havia arrumando um "emprego" na escola, e aquilo ainda não me descia, tinha algo nisso.

Comi, tomei um banho demorado e depois liguei para ela.

- Nem sabe. - Falei assim que ela disse "Oi, puta".

- Não sei mesmo.

- Fala direito ou fica sem saber...

- Fico sem saber.

- Ok, era sobre aquele tal de... Como é mesmo?... José... Não pera... Leonardo... Leonardo Alves.

- O QUE ACONTECEU? ME CONTA AGORA, VADIA. - Ela gritou e eu não pude deixar de cair na gargalhada.

- Você não quer saber, deixa.

- KAMILLY MARQUES ME CONTA A-G-O-R-A.

- Ele está trabalhando na escola. - Falei indiferente.

- O QUE? - Contei tudo sobre o suposto emprego de Leonardo na escola, ela quase caiu dura e depois logo mudamos de assunto, ela disse que no dia seguinte iria a escola e não me deixaria sozinha e blá blá blá. Desliguei o telefone e fui comer novamente.

Meu pai ligou-me dizendo que irá voltar mais tarde aquela noite, como sempre, e Yasmin estava viajando, estava na casa de uns supostos parentes dela  maz para mim ela estava pulando a cerca espero que um dia meu pai veja que ela não é o tipo de mulher para ele.

Aproveitei minha solidão e fui para o pátio de casa, sentando-me nos degraus da pequena escadinha que dava em direção a posta da mesma. Fiquei ali perdida em meus pensamentos, pensando em todas as merdas que haviam acontecido para um dia só. Lembrei-me de mim caindo as escadas e comecei a rir do meu próprio desastre, até eu pensar em Alves e meu sorriso cessar.

- Milly... - Ouvi alguém chamar meu nome no portão, eu estava de frente para ele, mas com a cabeça baixa.

- Ah... Você... - Falei levantando minha cabeça e ficando descontente ao ver que não era algum artista famoso e gostosão.

- Posso falar com você?

- Se o portão estiver aberto sim. - E para minha má sorte, ele estava, eu havia esquecido de fechar...