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Depois que Voldemort saiu, Harry continuou com sua tarefa. O vidente fez uma careta com a sensação pegajosa em suas calças, desejando que Voldemort tivesse usado magia para pelo menos desaparecer a prova do que tinha acontecido antes que o homem simplesmente partisse.

Os recipientes foram fechados e colocados na prateleira correta, prontos para a próxima vez que alguém precisasse deles.

Saindo do laboratório e fechando a porta atrás de si, Harry voltou para os aposentos de Voldemort. Cada movimento que ele fazia era automático e Harry estava vagamente ciente de que Nagaini o estava seguindo, provavelmente preocupado com seu silêncio repentino.

Ainda assim, Harry teve bom senso o suficiente para envolver a capa da invisibilidade em torno dele antes que ele partisse do laboratório. Ele não queria pensar sobre que tipo de rumores teriam começado se alguém notasse a mancha na frente de suas calças.

As acusações de Smith ecoaram em seus ouvidos, como um disco quebrado que só conseguia tocar as mesmas frases e de novo.

Ele sabia que as acusações, ou pelo menos parte delas, eram falsas. Severus nunca o havia usado da maneira que Smith mais do que sugeriu. Harry tinha certeza de que Severus ainda o via como a criança em quem o mestre de Poções tropeçou naquela noite, tantos anos atrás. Harry não conseguia nem começar a imaginar seu zelador de uma forma diferente da que já imaginava.

Severus era a coisa mais próxima de um pai que ele tinha e Harry não tinha planos de mudar isso.

Embora ele e Severus tivessem um relacionamento parental, o mesmo não poderia ser dito sobre o que quer que estivesse acontecendo entre ele e Voldemort.

Harry não tinha certeza do que estava acontecendo entre eles, se é que havia alguma coisa. Afinal, Voldemort era uma pessoa confusa. Para o homem, isso poderia ser apenas um jogo, e Harry não estava disposto a se queimar porque se permitiu acreditar em outra coisa.

Quando ele fez o primeiro acordo com Voldemort, Harry pensou que sua vida continuaria normalmente, apenas com mais algumas pessoas sabendo de sua estranha habilidade.

Ele certamente não esperava que Voldemort se interessasse tanto por ele e começasse a beijá-lo do nada.

Os dedos de Harry roçaram seus lábios e um rubor coloriu seu rosto, felizmente não visto pelos poucos alunos que ele passou em seu caminho. Aquelas poucas vezes que Harry se divertiu com a ideia de beijar alguém, ele sempre conjurou a imagem dele beijando uma garota sem rosto.

Sempre foi tão estranho que Harry acabasse se classificando como assexuado.

Mas as evidências agora provavam que ele poderia estar se concentrando no gênero errado.

Refletindo sobre isso, Harry se sentiu dividido sobre o que deveria sentir sobre tudo isso.

Já que seus sentimentos estavam uma bagunça, Harry decidiu tentar e ver as coisas de um lado mais lógico, algo que Severus sempre o incentivou a fazer.

Ele precisava saber por que Voldemort o beijou. Tinha sido algo parecido com um acaso ou havia uma razão por trás disso?

Pelo Profeta Diário e fofocas gerais, ele por acaso tropeçou em Harry sabia que Voldemort teve seu quinhão de amantes, embora eles não parecessem se tornar mais do que isso.

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