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Ele errou ao supor que não poderia piorar. Harry percebeu isso agora. A sensação de que estavam tentando enviar-lhe uma mensagem voltou assim que ele entrou na nova sala.

Eles tinham toda uma série de salas preparadas até o ponto em que ele simplesmente estaria inclinado a concordar com eles?

Primeiro havia o quarto branco. No curto tempo que levou para ser escoltado do ponto A ao ponto B, o pai Weasley explicou que a sala deveria ajudar no processo de cura. Harry comentou que embora isso pudesse apressar a coisa toda, passar muito tempo ali faria até mesmo a pessoa mais paciente perder a sanidade. Então ele passou a expressar sua admiração por quanto tempo Dumbledore poderia ter passado lá para que ele saísse como estava. Ele surpreendeu Tonks com uma risada, embora ela rapidamente fingisse que tinha sido apenas uma tosse.

Mas o símbolo daquelas salas removeu qualquer humor que ele sentira de forma eficaz. A sala anterior tinha o objetivo de enviar-lhe a mensagem de que agora ele estava entre os mocinhos, afinal, o branco era para ser uma cor limpa, algo a se esforçar para alcançar.

Eles não estavam cientes de como a sombra branca pode ser facilmente manchada por outra coisa, digamos vermelho ou preto?

Se Voldemort seguisse o mesmo tipo de crença, ele deveria ter seus seguidores distribuindo biscoitos no Beco Diagonal para convencer as pessoas a apoiá-lo continuamente. Esse era um pensamento bastante tentador, talvez ele devesse sugerir na próxima vez que visse Voldemort. Ele já podia ver isso acontecer. Comensais da Morte vagando para cima e para baixo no Beco Diagonal, Bellatrix segurando crianças na ponta da varinha e ordenando-lhes que pegassem um biscoito de sua cesta para mostrar seu apoio ao Lorde das Trevas, a menos que eles quisessem provar seu Cruciatus.

O pensamento o fez bufar de divertimento antes de educar suas feições de volta à indiferença, a menos que eventuais observadores pensassem que ele aprovava a sala, o que não poderia estar mais longe da verdade.

Sem se mover de seu lugar na frente da porta fechada, os olhos de Harry vagaram ao redor, tendo a visão de seu novo ambiente, sem saber se isso era tão ruim, ou pior, do que o quarto branco tinha sido.

Quem quer que tenha mobiliado este lugar recebeu liberdade de ação e precisava ser checado, junto com aquele que decidira conferir-lhes esta tarefa.

Ele não tinha movido seus pés nos últimos cinco minutos desde que ele entrou, seu corpo tenso e pronto para correr ao primeiro sinal de algo acontecendo, embora ele não soubesse onde ele poderia ir nesse caso. A única porta da sala estava atrás dele, e ele a ouviu ser trancada no momento em que fechou.

Tudo aqui era decorado com uma mistura de vermelho e dourado, fazendo Harry querer arrancar os olhos, embora soubesse que era tarde demais. A memória da visão já estava gravada em sua mente. A única coisa que se destacou foi o velho relógio do avô parado em um canto à sua esquerda, que Harry ficou feliz em ver que era um relógio normal, e não aqueles que os bruxos costumavam preferir. Saber a hora era melhor do que saber o estado das pessoas com as quais ele provavelmente não poderia se importar menos.

A sala inteira estava gritando com ele; olhe para nós, somos grifinórios, os mocinhos, vocês querem se juntar a nós.

O pensamento o estava deixando positivamente enjoado.

As paredes foram pintadas em um tom de vermelho profundo, apenas alguns tons abaixo de parecer com sangue real. O chão era coberto por um tapete surrado, também de cor vermelha, e o teto era de madeira vermelho-escura.

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