Fragmentos de um Segredo

Capítulo 3 - Festa

    Marissa logo chegaria aqui para irmos a festa, a roupa que escolhi era simples já que não quero chamar atenção, coloquei uma causa jeans e uma blusinha da cor branca e calcei os meus insubstituíveis all stars pretos. 

   Me encaro mais uma vez no espelho, não consigo acreditar que minha curiosidade me levaria a uma festa, e o que vem agora? Escalar uma montanha para descobrir como é lá em cima? Ou será que...

   - Lisa? - minha mãe entra no meu quarto, agradeço internamente, ás vezes sinto que a minha imaginação é algo a ser temido até um certo tempo - onde você vai toda arrumada? - ela diz com um sorriso radiante.

   - Uma festa - minha mãe começa a rir.

   - É brincadeira né? - sinto seu sarcasmo de longe, acho que sei de quem puxei minha personalidade.

   - Não, Marissa está me arrastando - dou uma última olhada em meu reflexo.

   - Mas é a festa de quem? - minha mãe encosta na parede e fixa seus olhos em mim, mais uma coisa que puxei dela, a única diferenças é que seus olhos são de um tom de verde mais claro que os meus.

   - Noah - falo baixo.

   - Esse nome - minha mãe me olha pensativa - me é familiar.

   - Você lembra do garoto que me fez tropeçar em direção as escadas?

   - A festa é desse garoto? - aceno com a cabeça - mas você não disse que nunca perdoaria esse menino?

   - Olha - penso no que dizer para me defender, não posso admitir que de repente o perdoei - é que...

   Como um sinal divino escuto a buzina do carro de Marissa.

   - Mãe, eu tenho que ir - passo por ela e sigo em direção a porta.

   - Se cuida minha pequena - ela diz com um sorriso tímido a mostra.

   - Não se preocupa mãe - giro a maçaneta e posso ver o carro de Marissa estacionado na frente da minha casa.

   Me viro e dou um sorriso para minha mãe e então me dirijo para o carro, Marissa estava encostada nele, enquanto me aproximava eu percebia as roupas que ela usava, um vestido na altura dos joelhos solto de um tom de branco, uma jaqueta jeans que logo será minha e ela calçava um sandália marrom.

   - Até que enfim - ela fala assim que passo pelo portão - achei que ia me deixar na mão - dou um abraço nela.

   - Quase fiz isso - ela me dá um soco leve no braço e vai para a porta do motorista já aberta.

   - Então que bom que não desistiu - com um sorriso ameaçador ela me encara, antes de entra no carro.

   Entro logo em seguida rindo.

   No caminho até a festa, conto todo o meu sonho para Marissa, as expressões dela variam de medo para conforto num piscar de olhos.

   - Esse foi bem mais sinistro que os outros na minha opinião - ela se mantém concentrada na rua.

   - Eu sei - olho para janela e a abro, o vento em meu rosto acalma minha aflição.

   - Que tal se eu posar na sua casa hoje?

   - Pode ser - olho para ela - só iria ter que avisar a minha mãe.

   - Eu nem preciso avisar a minha - posso perceber a tristeza de Marissa.

   - Ela ainda te trata daquela forma - falo baixo.