5. He?

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— Blaine? Blaine? — Uma voz de fundo me chama. — Ô, Mauricinho, acorda!

Abro os olhos desesperadamente e me sento na cama.  

— Ahn? O que?! — Digo, perdido. 

— Você pegou no sono e começou a gemer, soltar uns grunhidos estranhos. — Kurt se levanta, juntando os copos e pratos, colocando-os em cima da mesa. 

— Ah... é que... — Fico sem explicação.

— Não precisa explicar, cara, sonho de sexo é normal, só espero que não tenha sido comigo. — O mais velho brinca, soltando um riso aberto.

— Claro, com você? Tsc, jamais! Não que você seja feio, mas homens não fazem meu gosto. — Retribuo a risada, mas de nervoso. 

— Então, me fala, com quem foi? — Kurt senta-se na cama. 

— F-foi com... — Meus olhos rodam todo o quarto. — A Rachel Berry.

— A Rachel? Credo. — Kurt joga a almofada em mim. — Aquela amiga dela, a Santana, me convidou pra casa dela, mas eu não curto vadias como ela. Mas me fala, desde quando gosta da Rachel?

— Fazem anos, desde a oitava série, mas ela nunca me deu bola. — Digo, desanimado. 

— Já tentou falar com ela? — Kurt me pergunta. 

— J-já, mas... enfim, deixa isso quieto. Que horas são? — Pergunto novamente.

— São quase uma da manhã. Eu terminei de ver o filme e coloquei outro, ai você começou a gemer, cara... — Ele ri, de um jeito fofo. 

Cara, eu sonhei com o Kurt me chupando? Como isso aconteceu? O que tá acontecendo comigo? 

— Ah... — Fico corado. — O que quer fazer agora? 

— Bora jogar aquele jogo novo que eu te falei, você vai se amarrar. — Kurt se levanta e coloca o jogo no aparelho, me dando o controle. 

— Tudo bem, mas antes podemos arrumar isso aqui? Tá uma nojeira. Faz um favor, leva os copos e pratos para baixo, leva as pizzas e os refrigerantes também. — Peço. 

Ele assente com a cabeça, levando as coisas. Passamos o resto da noite jogando, mas meu pensamento ainda está focado no que eu sonhei. Por que? Por que eu sinto isso por ele? Bom, ele sabe que eu gosto da Rachel, ou gostava... isso é bom. 

Os primeiros raios de sol começam adentrar o quarto, indicando que o dia está começando. O tom azulado colore o céu. O olhar cansado do cara ao meu lado entrega sua necessidade por um bom descanso, com seus olhos inchados, suas olheiras e seus bocejos a cada minuto. 

— Cara, já são seis e meia. Eu preciso ir. — Kurt diz, se levantando. 

— Tudo bem. Bem, obrigado, por ficar aqui essa noite. — Digo, me sentando encostado na cama. 

— Que nada, até que você não é um mauricinho nerd chato, até. — Ele espalha meus cabelos com sua mão. — Bem, você vai ficar bem? 

— Vou sim.

Nesse momento, ouço o barulho da porta da frente abrindo.

— Anderson? Está acordado? — Minha mãe me chama. O barulho de seus saltos batendo na escada entrega que ela está vindo até aqui. 

— Filho, eu já cheg... — Ela abre a porta, olhando para mim e Kurt. — O-oi, quem é você? 

— Oi senhora Anderson. — Ergo uma sobrancelha para a fala de Kurt, ele não é do tipo de usar senhora em seu vocabulário. — Meu nome é Kurt, sou da escola do Blaine, ele me chamou para ficar com ele essa noite, e também porque ele caiu da escada. 

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