Minha mãe sai do quarto, dando espaço a Sebastian, que deixa sua bolsa no chão.
— Agora sim esse fim de semana começou. — Sebastian diz, esfregando suas mãos e dando um sorriso. — O que vamos fazer? Botar fogo na casa do vizinho? Tacar bombas de madrugada?
Eu arqueio uma sobrancelha, meio confuso.
— Eu tô brincando contigo. E ai, o que está lendo? — O garoto do sorriso aberto me pergunta, pegando meu livro. — Uau, Gavião Arqueiro. Gosta dos heróis da Marvel? Eu adoro também.
— Qual o seu herói favorito? — Pergunto, me interessando na conversa.
— Óbvio que o Capitão América, o melhor de todos. — Ele responde, soberbo.
— Argh, sério? Homem de Ferro foi bem melhor que ele, ele é demais.
— Mimimi. — Sebastian debocha de mim, passando a mão no meu cabelo.
Meu coração gelou e eu sinto um arrepio, porque quem tem essa mania de brincar comigo é o Kurt, que inclusive, eu tinha mandado uma mensagem para ele me avisar quando chegasse e até agora, nada.
— Bem, Blaine, espero que possamos ser amigos, mesmo eu não gostando muito de mais novos, você é legal e eu gosto bastante da sua mãe. — Ele diz, estendendo a mão.
— Eu agradeço, mas sabe que não precisa ficar comigo aqui no fim de semana, sabe? Eu não tô desfazendo, mas é que você deve ter mais o que fazer do que cuidar de um pirralho. — Digo, pegando em meu celular, conferindo se tem alguma mensagem.
— Que nada, essa semana eu não tenho nada e sei lá, você é legal, maninho. — Ele sorri de canto.
Retribuo o sorriso, ligando a TV e colocando música. Ele se levanta, fecha a janela e a porta.
— Vamos ter um papo de homens: você ainda é virgem? Namora? — Sebastian solta, direto e reto, fazendo eu me engasgar com minha própria saliva.
— B-bom, eu sou, e eu sou solteiro, ninguém me quer não...
— Hum... — O mais velho me encara.
— E você? Bom, nem preciso perguntar se é virgem ou não, né? Mas você namora? — Questiono-o.
— Eu perdi minha virgindade com quatorze anos, um pouco precoce, né? — Ele solta uma risada. — E eu namorava, mas terminei tem uma semana, minha namorada não queria transar, não queria nada, então pra que ficar me prendendo? Agora sou da vida.
— Entendi. — Solto uma risada.
— Posso te fazer uma pergunta um pouco indiscreta? Você é gay?
Meu coração acelerou rapidamente, minhas mãos começam a suar e eu engasgo novamente, sentindo minha língua enrolar.
— N-não, e-eu sou hetero. — Meu Deus, que constrangimento!
— Não, se você for, tudo bem, sabe? Tá tranquilo. Zero preconceito... Então, me fala, tá afim de alguém? — Sebastian me questiona, se aproximando.
— Eu? Eu... gosto de uma menina da minha escola. — Merda, por que eu sempre falo dela?
— Sério? Quem? Tem foto? — Ele pergunta, ansioso.
— Uma menina da escola, ela tá no terceiro ano da escola. Você não conhece, então nem adianta mostrar a foto. — Digo, nervoso.
— Tudo bem, mas ela é gostosa? Ela é líder de torcida? — Sua língua desliza pelos seus lábios, dando uma leve mordida. Puta merda, como essa boquinha com poucos pelos de uma quase-barba consegue ser tão sexy? Merda, tô pior que uma puta quando vê homem.
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On My Way
Teen FictionWhen my head tells me "no", my heart tells me "go". So I'm here in the road 'cause I, I know my heart's too drunk to drive, but I'm on my way to you. Yeah, I'm on my way to you, you, to you tonight.